Da passagem de índios dos grupos tupi por Sorocaba, em seu nomadismo, a certeza é completa. No século da descoberta havia indígenas transitando por Sorocaba, por um caminho terrestre-fluvial que ligava o litoral Atlântico, onde seria São Vicente, ao Paraguai.
Os limites dos vários grupos tupí-guaranís, embora mais diluídos que as fronteiras estaduais, existiam. Sorocaba era, já então, uma encruzilhada aonde convergiam, por onde viajavam e se limitavam, os tupís do Tietê, os tupiniquins e guaianazes de Piratininga, os carijós dos campos de Curitiba, os guaranís do Paranapanema e outros guaianazes, talvez, das nascentes dêsse rio. Não foram encontradas, que se saiba, setas, machados de pedra e outras peças pré-históricas. Parece mesmo que não houve tabas no perímetro urbano.
Na região de Sorocaba, acredita-se que o `peabiru´, vindo dos lados de Ibiúna, a Una de ontem, atingia Sorocaba em corte transversal através das imediações dos altos da Barcelona, onde, por sinal, recentemente foram descobertos por pesquisadores locais alguns vestígios bastante semelhantes a sinalizações dos índios para o não esquecimento de seus caminhos. Através de Sorocaba, o caminho do `peabiru´, descendo dos altos da atual Barcelona, seguia margeando o rio Sorocaba, até atingir as imediações de onde hoje está a ponte da rua XV de Novembro; ali havia a travessia para a margem direita, por ser naquele local bastante baixo o nível das águas.
Supõe-se que, a partir dali, o `peabiru´ cortava o futuro território de Sorocaba em transversal pelas atuais ruas Souza Pereira e Dr. Braguinha, mais ou menos, até chegar ao largo do Mercado, descia também em transversal a rua Francisco Scarpa, ganhava a região da praça da Bandeira de hoje e atingia o chamado "Caminho Fundo" (atual avenida General Osório), rumando através de Lopes de Oliveira e George Oétterer até atingir o Morro do Araçoyaba (popularmente conhecido como Ipanema) e dali para frente.