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RASULFundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” 22/01/1532 6 fontes 1° fonte: “Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”. João Mendes de Almeida (1831-1898) Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias.
Um cronista moderno (Machado de Oliveira, Quadro Histórico da Província de São Paulo), narrando quais eram as nações nativa que habitavam o território da capitania de São Vicente, nos limites da atual província de São Paulo, guayanás, tupis, carijós, além das do sertão, e expondo que os guayanás tinham por principais chefes em serra acima, o cacique Tebyreçá, com aldeias nos campos de Pirá-tininga, e no litoral o cacique Cayubi, ou, melhor, Coká-uby, com aldeias á margem do rio Gerybatiba e em outros pontos da costa, de sorte que a serra de Paranapiacaba servia de linha de separação a essas duas confederações, acrescentou:
"A História ainda faz menção a tribo Ururay, pertencente á confederação guayaná, ocupando um dos recantos dos campos de Pirá-tininga, e tendo por chefe o cacique Piqueroby, que déra sua filha por mulher a Antonio Rodrigues, companheiro de João Ramalho, e talvez sócio com este em seu desterro. Desta tribo fundou-se a opulenta aldeia de São Miguel, que, como as outras, não escapou á comum destruição por que todas elas passaram."
Após essa narração, o mesmo cronista não deixa de mencionar o chefe das tribo Ururay, por ocasião da descida de Tebyreçá e de João Ramalho, com trezentos Sagitários, ao encontro de Martim Afonso de Souza; mas, apenas, para assignalar que foi precisa a sua anuência ao desembarque dos europeus e ao plano de bem receber os portugueses da armada.
Assim, escreveu ele que João Ramalho « tivera por companheiro nessa empreza a António Rodrigues, que aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribu Uriíray^ depois de conseguir deste, à imitação do régulo de Pirá-tininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Affonso.
De então em diante, cronista algum dá notícia de Piqueroby. Ignora-se se recebeu o batismo; se viveu ainda muito tempo; se recusou-se á comunhão social com os portugueses. Apenas a História registra que Antonio Rodrigues, seu genro, obtivera uma sesmaria em terras fronteiras ao porto do Tumiarú, em São Vicente, e aí residia; e que na sesmarias de Pedro de Góes, segundo o respectivo título, fôra encravado o território pertencente á tribo Ururay, figurando de língua ou interprete, e testemunha, na designação das divisas, conjuntamente com João Ramalho, o mesmo já referido Antonio Rodrigues.
Seja, porém, Piqueroby o mesmo Ururay, de que trata Machado de Oliveira, ou o Araray de que trata Azevedo Marques, ou seja este chefe de 1562 outro individuo, diverso dele, não é licito acusa-lo de deslealdade para com os brancos, pois que entendia defender a pátria e sua raça, ameaçadas de servidão.
Talvez o chefe de 1562, vendo Tebýriça instalado na nascente vila de S. Paulo, tivesse o mesmo pensamento do bárbaro germano Arminio, quando Júlio César, conseguindo a submissão de Segestes, outro chefe naquela antiga nação barbara da Europa, assegurou-lhe um asilo permanente na mesma sua província conquistada. O chefe brazilico de 1562 teria dito aos nativos de Pirá-tininga:
"Que pai magnifico! Que valente general! Muito embora Tebir-içá vá viver em um terreno conquistado, os filhos da guerra nunca poderão perdoar a um homem que, entre os rios Yryri-piranga e Anhemby, não sente pejo de haver concorrido para se verem todas as insignias do poder lusitano. Assim, se entre vós ainda existem ânimos bizarros, que a novos senhores e a novas colônias prefiram a pátria, os parentes, os costumes antigos, segui-me pelo caminho da gloria e da liberdade, e abominae Tebiriçá, que vos prepara os ferros de uma torpe escravidão".
2° fonte: Capitanias Paulistas. Benedito Calixto de Jesus (1853-1927) Os núcleos indígenas de Bertioga e São Vicente, onde dominavam os grandes chefes Piquerobi, Caubi e outros, foram logo destruídos pelos invasores. No local da extinta aldeia de Tumiaru, residia nesse tempo, 1532, o português Antonio Rodrigues, parceiro de João Ramalho. Rodrigues estava vivendo maritalmente com a filha do chefe Piquerobi, que não se quis aliar aos portugueses, como fizeram Tibiriçá e Caubi. A prova mais cabal da existência e desaparecimento do grande núcleo indígena, em Tumiaru, são os objetos de arte indígena - igaçabas, ídolos e mais utensílios de cerâmica encontrados nas escavações antigas e recentes que ali se têm feito, no prolongamento da antiga Rua do Porto e Rua Capitão-mor Aguiar.
Parte desses túmulos indígenas, igaçabas e mais artefatos de cerâmica, foram recolhidos pelo major Sertório, há trinta ou quarenta anos, para o seu museu particular, transferido depois para o do Ipiranga. Das últimas escavações que ali se têm feito, para os lados de Sambaetuba, pudemos recolher ainda alguns fragmentos dessas igaçabas e escudelas, com belos ornatos, que conservamos em nosso estúdio.
Guardamos também, com extremo carinho, fragmentos de armas e ídolos, em cerâmica, recolhidos das escavações praticadas na base do morro, próximo ao porto de Tumiaru. O outro importante núcleo de aldeamento primitivo era o que estava situado á margem esquerda da foz do Rio Itanhaém, no mesmo local onde surgiu a terceira vila fundada por Martim Afonso de Souza.
Esse grande aldeamento e outros que lhe ficavam ao Sul, em Paraná-mirim, Peruíbe, Guaraú e Una da Aldeia (já na foz da Ribeira de Iguape) foram todos devastados pelos régulos e aventureiros, conforme já ficou dito.
Diz o autor da citada Memoria sobre as Aldeias da Província de São Paulo que o capitão Francisco de Moraes Barreto, companheiro de Martim Afonso, "levou a ferro e fogo os indígenas que ali - em Itanhaém - deparou, subjugando os que não puderam fugir e com estes, sob a mísera condição de escravos, erigiu a aldeia que foi conhecida com o nome de Itanhaém, derivada da tribo que anteriormente tivera por solar aquele território".
3° fonte: “História de Santos”. Francisco Martins dos Santos
Só algum tempo depois da chegada do Donatário, em 1532, é que aquelles primitivos habitantes de GOHAYÓ, e portanto os famosos GAYONOS dos Reinei, GUANÁS de Kunstmann, e GUAYANAZES dos portuguezes, começaram a approximar-se em maior numero, integrando muitos o bloco brasílico de Tibiriçá que permaneceu ao lado dos novos dominadores.
Cremos nós, aliás, que — gente de GOHAYó, ainda hoje em portuguez corrente, só poderia ser: GOHAYONOS — GOHAYOENSES ou GOHAYONAZES. Dalii, o nóme que ficou na História — GUAYANAZES, que tantos historiadores e ethnógraphos procuram explicar em vão, palpando e tacteando a treva de outras raizes ou etymologias.
4° fonte: “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP
5° fonte: Antologia Cubatense. Wilma Therezinha Fernandes de Andrade, Prefeitura Municipal de Cubatão Chegou Martim Afonso, cumpridas com bons e maus sucessos as incumbências recebidas, ao povoado de S. Vicente, em 22 de janeiro de 1532. No litoral vicentino dá-se o célebre encontro com João Ramalho, um dos primeiros e, merecidamente, mais famosos povoadores do Brasil, àquela época.
6° fonte: Camara.sp.gov.br, consultado em 27 de outubro de 2017 Em 1532, João Ramalho se encontrou com Martim Afonso de Sousa na vila de São Vicente, também conhecida como Porto dos Escravos. Martim, que se tornaria posteriormente o primeiro donatário da Capitania de São Vicente, havia acabado de aportar na região, e estava desbravando as terras brasileiras a serviço da Coroa Portuguesa.
Foi recebido por João Ramalho e por Antônio Rodrigues, de quem pouco se sabe, além de que fora casado com uma filha de Piquerobi, o cacique de São Miguel de Ururaí, com quem teria tido muitos filhos.
Martim teria ouvido histórias de que haveria ouro e prata no alto da serra, então Ramalho decidiu guiá-lo por dentro dela por um caminho conhecido entre os índios, e hoje chamado a Trilha dos Tupiniquins.
Ramalho e Martim teriam ido em barcos a remo da Vila de São Vicente até a Piaçaguera de Baixo, local onde hoje fica de Cubatão. Depois, teriam caminhado por terras alagadas até a Piaçaguera de Cima, de onde começaram a subida da Serra de Paranapiacaba (em tupi, lugar de onde se vê o mar). Chegaram até a nascente do Rio Tamanduateí, de onde seguiram o curso da água e chegaram a um campo sem árvores, e posteriormente, a uma colina onde se localizava a Aldeia de Piratininga, local onde seria erguida a Vila de São Paulo.
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