O ano de 1929, em Sorocaba, foi marcado pela "Grande Enchente", dia 18 de janeiro, a maior enchente ocorrida na cidade. E não foi só isso.
Dois dias antes um novo "Ovo profético" apareceu no norte do país e fez todos lembrarem o caso ocorrido em Sorocaba 20 anos antes , e que havia deixado o país inteiro apreensivo. [1]
Em maio, dia 14, um jornal de Santa Catarina estampou "Mendigo morreu rico: até europeus vinham mendigar em Sorocaba". Ao que parece o ano de 1929 foi lucrativo até para os mendigos. Um deles morreu rico. [4]
Em outubro foi publicado no jornal Diária da Manhã, do Ceara, que, em 1929, um boato curioso se espalhou rapidamente por Sorocaba: vozes entoavam canções e hinos ao som de instrumentos maviosos. [6]
Um dos registros mais interessantes encontrado se refere á uma "preta chilena". A história foi publicada no Jornal "O Estado", de Santa Catarina. Sob o título "No mundo dos espertalhões: audacia de uma curandeira, uma série de originalides", segue a integra da reportagem.
Os curandeiros, em Sorocaba, constituem uma classe que vive explorando abertamente a ignorância de muita gente, podendo-se citar mais de uma dezena desses tais, alguns até interessantes pelo lado perfeitamente comico do seu trabalho.
É uma classe enraizada na cidade e no município, proliferando, porém como elemento do lugar, sem semelhança com o nomadismo.
Essa circustância, entretanto, não impede a intromissão, de quando em quando, de rivais precedentes de outras partes, e é de um desses que desejamos tratar para que fique constatada emletra de forma a audacia com que costumam agir, em flagrante atentado ás leis em vigor, pesoas vindas de outros países e dispostas a tirar todo o lucro permitido pelo atraso que domina, infelizmente, parte do elemento popular.
Apareceu em Sorocaba, vindo não se sabe de onde, uma preta, tronco de ébano humanizado, dizendo-se chilena, casada com um médico francês, de quem exibia uma fotografia, chamando sempre a atenção dos papalvos para a beleza e mocidade do seu marido, um parisiense genuíno.
Os incrédulos ignoram, é verdade, quem é a vítima cujo retrado ainda servindo de reclame á esperta curandeira.
A mulher aludida instalou o seu consultório, próximo ao bairro do Cerrado, e tanto fez em poucos dias, que a sua fama circulou com incrível rapidez, despertando a atenção, principalmente dos pobres caipiras.
Estes, quando visitavam a preta, ficavam convencidos do valor que ela apregoava, porque ali estava gente boa, da cidade, essa gente fina que não se deixa iludir, no entender dos matutos. E a macumba progrediu admiravelmente, transformado-se até em sanatório, destinado ao tratamento de famílias inteiras, mediante um contrato.
Vejamos o trabalho da preta: cura completa de todas as molestias existentes, inclusive morphéa, tuberculose, loucura, cancro, etc., correção de defeitos físicos (havia corcunda entre os clientes); injeções em geral, operações, transfusão de sangue!
Para este último caso a curandeira mantinha no quintal da sua casa alguns carneiros. O sanatório possuia uma seção para a venda de preparados farmaceuticos e além disso o tronco de ébano vendia copos de tisana, para a ingestão na sua presença.
Departamento de propaganda: o retrato do seu marido, o médico francês; a sua longa prática adquirida no estrangeiro (a mulher citava Paris, Berlim, etc., como quem trata de Inhayba, Poá, etc.); os estudos que seguiu, no ramo da medicina; o grande conhecimento que tem do mundo e da humanidade (neste ponto parece que ela tem razão); o seu direito de exercer a profissão de médica no Brasil, devido á "carta branca" que exibiria no caso de ser incomodada por algum representante da lei.
Além disso, mais a esquisita, um camisolão de largas mangas, que tanto impressionava as vítiumas, e a encenação da macumba.
A "chilena" dava-se, ás vezes, a originalidade, para maior exito na caça aos ignorantes, e temos ciência de uma: a quantidaded exagerada de velas espalhadas pelo campo, oferecendo singular espetáculo, á noite. Não disse o informante se a mulher rezava ou fazia passes nessa ocasião.
Poucos meses esteve a preta no Cerrado,mas nesse curto de tempo consegiu ela muitos contos de réis e levou vida invejável, pois o bom prato, a fina bebida, a etiqueta faze parte da sua existência, segundo afirmava.
Pelo menos, frangos, perus, leitões, frutas, etc., não faltaram, graças é generosidaded dos aspirantes ao milagre da exploradora.
O remate de tudo isso é que estragou a fama da curandeira: fugiu ela da vila Romano, caloteando meio mundo e deixando enfermos da mesma maneira os tolos que se deixaram seduzir pelas suas lábias.
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
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