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Francisco Diaz Tanho (n.1593)
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Quando todos são Guarani: a guaranização indígena em escritos do sécul...
Atualizado em 11/07/2025 20:02:00
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liderados por dois caciques, em local anterior haviam realizado um comércio de trocas com os espanhóis que lhes foi pouco vantajoso. Insatisfeitos, voltaram para suas casas, proferindo, conforme Ramírez, algumas ameaças e tentando flechar os índios lenguaraces que acompanhavam a expedição. Temendo que esses indígenas atacassem o forte Espírito Santo que ficava mais abaixo do rio, Caboto os atacou logo ao amanhecer. “(…) matamos muchos delos y otros se prendieron y les tomamos todo el millo que en la casa tenían é cargamos el bergantín y quemámosles las casas”305. Os nativos capturados, na condição de escravos foram enviados ao forte Espírito Santo306.

Sobre esses indígenas, o autor nos fala que “las mujeres destos Timbús tienen por costumbre de cada vez que se les muere algún hijo ó pariente cercano se cortan una coyuntura de un dedo307”. Essa pauta cultural dos Timbú é interessante porque ela é percebida em outros atores sociais do contexto. A mulher Charrua da mesma forma que a Yaró, tinha o costume de cortar as juntas dos dedos quando morria algum parente308. Mesmo sendo um olhar do presente lançado ao passado, acreditamos que uma pauta cultural desta natureza, não nos parece ser algo que os povos optassem por imitar de outro grupo com facilidade. Isso nos leva a crer que Timbú, Charrua e Yaró pudessem compor um mesmo povo. Eram canoeiros, pescadores, caçadores, coletores e, além dos campos, habitavam as ilhas. Diferentemente dos Guarani, eles habitavam uma grande extensão de um espaço geográfico contínuo, muito semelhante no clima, no relevo e na cobertura vegetal.Seguindo a narrativa, içaram âncora novamente e navegaram em direção ao norte, passando, conforme Ramírez, por uma infinidade de ilhas, provavelmente todas desabitadas, pois, o autor comenta que no trajeto até a foz do rio Paraguai com o rio Paraná encontraram somente um povo identificado como Mepene. Várias léguas após o encontro dos dois rios, navegando no Paraná acima, Caboto ancorou em um local que eles batizaram de Santana309. Nesse local havia uma aldeia sob a liderança de um cacique chamado Yaguarón. “(…) nos 305 RAMÍREZ, L., Carta do Rio da Prata em 10 de julho de [p. 189]

que com as bandeiras criou-se um “vazio demográfico (dos Guarani), que só aos poucosvoltou a ser ocupado, mas então já por outros indígenas, os Kaingáng (da família linguísticaJê)”493. Com isso queremos observar que os grupos que hoje se atribui ser de língua Jê, podem estar presentes em relatos históricos do passado como sendo Guarani.

Talvez, devemos pensar que o oleiro que produziu a cerâmica guarani, tenha sido outro que não o próprio Guarani, ou que a presença de falantes de guarani em determinados locais não se deva ao fato de serem nativos falando sua língua materna, mas sim indivíduos fazendo uso de uma língua geral que diferentes povos dominavam. Acreditamos que o exemplo logo abaixo possa ilustrar esta última situação.

Como el P. Francisco Díaz estaba tan versado en los varios idiomas con que se diferencian unas naciones de otras en la lengua Guaraní, á todos universal, pareció le que hablaban con más expedición y propiedad que los camperos; hízoles varias preguntas, pero constantes negaban su nación 494.

Quem narra é o jesuíta Francisco Jarque. Ele fala sobre uma missão do jesuíta Diaz Tano no Guairá na redução de São Francisco Xavier entre os anos 1626 e 1630. Quando Diaz Tano lá estava, o cacique Guarani chamado Tayaoba, que tinha a intenção de receber os missionários em sua aldeia, enviou seu filho a São Francisco Xavier para investigar a forma como os padres trabalhavam. O filho de Tayaoba vestiu-se ao modo dos Campero para se passar por um integrante do povo do Guarayrú.

Conforme a passagem a cima, Diaz Tano percebeu que não se tratava de um índio Campero pelo fato do mesmo dominar o idioma guarani com mais precisão e propriedade do que falaria um Campero. Ou seja, a língua guarani era uma língua geral e neste caso os Campero que não eram Guarani, faziam uso da mesma para falar com outros grupos ou com os próprios indígenas que tinham a mesma como primeira língua ou língua materna. Da mesma forma que nós, falantes da língua portuguesa, utilizamos a língua inglesa para falar com indivíduos de outros povos ou para falar com indivíduos que têm na língua materna o inglês, que necessariamente podem não ser ingleses, mas americanos dos EUA.

Será que Cabeza de Vaca e alguns lenguas europeus teriam a precisão de diferenciar pela [Página 146]





  


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