Jornal Nacional (29/03/2019) - A primeira capital do Brasil completa, nesta sexta-feira (29), 470 anos. O repórter José Raimundo mostra os caminhos subterrâneos que guardam a história de Salvador e do país.
Vista do mar, é uma cidade de dois andares diante da Baía de Todos os Santos, bonita, histórica. Mas nem os baianos sabem direito que, no subsolo, a Salvador dos cartões-postais esconde caminhos secretos.
“Provavelmente parte desses túneis subterrâneos foram utilizados para rotas de fuga, esconderijos ou mesmo para guardar parte do patrimônio religioso”, explica o historiador Rafael Dantas.
Historiadores e arqueólogos confirmam que ruas de casarões, igrejas, se comunicavam por baixo da terra. Pelos subterrâneos do convento do Carmo, por exemplo, transitavam padres, freiras, e muita gente que era submetida ao trabalho forçado.
Carmelitas se destacavam na Bahia não só pela força religiosa, mas também pelo espírito acolhedor, solidário. Os porões serviram até de abrigo para os escravos recém-libertados, que não tinham morada fixa, que viviam nas ruas de Salvador.
Era uma senzala de acolhimento. “Os escravos passavam a noite aqui e de manhã saíam para resolver sua vida lá fora”, conta Paulo Santos Lima.
E foi um artista negro, escravizado, Francisco das Chagas, que esculpiu a admirada imagem do Senhor Morto. Mais de dois mil fragmentos de rubi representam o sangue que Jesus derramou na cruz.
Raridades também são duas imagens de Nossa Senhora, em ouro e prata. Foram trazidas de Portugal no século 16. Escaparam das invasões holandesas.
“A cidade sofreu muito com os holandeses. Os preferidos por eles eram os conventos e as igrejas porque detinham um grande patrimônio”, diz Francisco Portugal, diretor do Museu de Arte Sacra.
Sob o acervo do Museu de Arte Sacra passa um túnel que sai na praia. No Mercado Modelo, o subterrâneo, que era o depósito da alfândega, só foi descoberto quando o prédio pegou fogo, em 1984.
“Ninguém tinha conhecimento desse espaço. Nem a cidade nem a prefeitura”, lembra Nelson Tupiniquim, da associação dos comerciantes.
No patrimônio deixado pelos jesuítas, os porões também são históricos. Embaixo dos belos altares da catedral, tem um cemitério. Até metade do século 18, os padres jesuítas eram enterrados no subsolo da catedral. As gavetas mortuárias são mantidas da forma original. No chão ficam os túmulos dos devotos que, naquela época, mais ajudavam a manter a igreja.No prédio da antiga Faculdade de Medicina funcionou um dos primeiros colégios do Brasil.“Na verdade, funcionava como universidade, mas não recebia o título de universidade porque o rei de Portugal não reconhecia”, explica a arqueóloga Tainã Alcântara.A cidade dos labirintos subterrâneos chega aos 470 anos com três milhões de habitantes, a quarta maior, a mais antiga, a primeira capital do Brasil.
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
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