20680 25778 24491*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21
CARTA AO DONATÁRIO DA CAPITANIA
Com o capitão João Pereira de Souza, que Deus levou, recebemos nesta câmara uma carta de V.mercê o ano passado, na qual nos manda que lhe escrevamos miudamente tudo o que parecer. Alguns treslados de cartas se acham aqui das que escrevemos a Vme; nos parece que não lhe foram dadas.
O que de presente se poderá avisar, muito papel e tempo seria necessário, porque são tão várias e de tanta altura as coisas que diariamente sucedem, que não falta matéria de escrever e avisar e se, poderá dizer, de chorar. Só fazemos lembrança a Vme. que se sua pessoa, ou coisa muito sua, desta Capitania, não acudir com brevidade pode entender que não terá cá nada, pois estão as coisas desta terra com a "candeia na mão" e cedo se despovoará, porque assim os Capitães e Ouvidores que Vme. manda, como os que cada quinze dias nos "mettem" os governadores gerais, em outra coisa não entendem, nem estudam, senão como nos hão de esfolar, destruir e afrontar, e nisto gastam o seu tempo.
Eles não vêm nos governar e reger, nem aumentar a terra que o sr. Martim Afonso de Souza ganhou, e S. Magestade deu com tão avantajadas mercês e favores. Vai isto com tal maneira e razão, que pelo eclesiastico e pelo secular, não ha outra coisa senão pedir e apanhar; e um que nos pedem e outro que nos tomam, tudo é seu e, ainda lhes fiamos devedor.
E, se falamos, prendem e excomunam-nos, e fazem de nós o que querem, que como somos pobres e temos remédio tão longe, não há outro rccurso senão baixar e servir e sofrer o mal que nos põem.
Assim, Senhor, acuda, veja, ordene e mande o que lhe parecer, que muito tem a terra que dar: é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhos, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açuar e esperamos que haja prata pelos muitos indicios que há, mas faltas mineiros e fundidores destros.
E o bom governo é o que nos falta, de pessoa que tenha consciência e temor de Deus, e valia; que nos mandem o que for justo e nos favoreçam no bem e castiguem o mal quando o merecermos, que tudo é necessário.
Diogo de Quadros é ainda provedor das minas; até agora tem progredido bem: anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila, e como se perdeu no Cabo Frio, tem pouca posse e vai devagar, mas acabado, será de muita grande importância por estar perto daqui com três léguas, e haverá metal de ferro; mas há na serra de Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão, em terra mais larga, e abasta, e perto dali com três léguas está a Cahatyba de onde se tirou o primeiro ouro, e desde ali ao Norte gaverá 60 léguas de cordilheira de terra alta, que toda leva ouro, principalmente a serra de Jaraguá, de Nossa Senhora do Monte Serrate, a de Voturuna, e outros.
Pode Vmc. fazer aqui um grande reino a S.M,; há grande menero e trato para Angola, Perú e outras partes, podem-se fazer muitos navios que só o bem se pode trazer de lá, pois ha muito algodão, muitas madeiras e outros achegos.
Quanto a conservação dos nativos que não convém termos a vexar-nos, assim como nos fazem a nós o faremos a ele, e os cristãos vizinhos são quase acabados, mas no sertão ha infinidade deles e muitas nações, que vivem a lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os descermos, com ordem para serem cristãos será coisa de grande proveito; principalmente os nativos Carijós, que estão a oitenta léguas daqui por mar e por terra e se afirma que são 200.000 homens de arco. Esta é uma grande empresa e Vmc. ou coisa muito sua lhe está bem que S.M. lh concedesse, e lhe importaria de 100.000 cruzados, afora os de seus vaçalos, o que pelo tempo adiante pode abundar nesta Capitania, além do particular do mesmo nativo vindo ao gremio da Santa Madre Igreja.
Tornamos a lembrar, acuda Vmc. porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra, lhe levam os nativos do sertão e distrito, e muito cedo ficará tudo ermo com as árvores e as ervas do campo somente; porque os portugueses, bem sabe Vmc. que são homens de pouco trabalho, principalmente fora do seu natural.
Não tem Vmc. cá tão pouca posse, que das cinco vilas que cá tem, com a Cananéa, pode por em campo para os Carijós mais de 300 homens portugueses, foram os seus nativos escravizados, que são mais de 1.500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Perú por terra, e isto não é fábula.
Já Vmc. será sabedor como Roque Barreto, sendo capitão, mandou ao sertão 300 homens brancos a descer os nativos e gastou dois anos na viagem, com muitos gastos e mortes, e por ser contra uma lei de El-Rey que os padres da Companhia trouxeram, o governador Diogo Botelho mandou provisão para tomarem o terço para ele, e depois veio a ordem para o quinto.
Sobre isso houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados, que talvez ha nesta vila hoje mais de 65 homiziados, não tendo ela mais de 190 moradores. Se lá for alguma informação de que a gente desta terra é indômita, creia Vmc. o que lhe parecer, com o resguardo que deve aos seus, que há quem sofra tantos desaforos. [Páginas 731 e 732] 28445*Povoadores de Santo Amaro/SP no século XVI e XVII: A grande família de Martim Rodrigues Tenório e Susana Rodrigues. Por Inez Garbuio Peralta
No ano de 1606 Clemente Alvares, esteve presente na Câmara e deixou sua assinatura no livro de Ata. 26567*“Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda
E se a imagem serrana das vizinhanças de São Paulo ainda não falasse bastante à sua imaginação, outros motivos, em particular a suspeita de que estando ali se acharia mais perto do Peru, por conseguinte das sonhadas minas de prata e ouro, poderiam militar em favor da escolha que fêz dessa vila para lugar de residência. Justamente pela época em que andaria na côrte da Espanha a pleitear junto ao Duque de Lerma e Filipe III sua nomeação para a conquista, benefício e administração das minas das três capitanias do Sul, devera ter chegado às mãos do donatário de São Vicente, aparentado seu, uma carta dos camaristas de São Paulo com data de janeiro de 1600, que era de natureza a suportar tais ambições e ainda mais corroborar suas ilusões acêrca da distância entre aquela vila e o Peru.
A carta é, antes de tudo, um cerrado libelo contra os capitães, ouvidores e até governadores-gerais que segundo diz, não entendiam e nem estudavam senão como haviam de "esfolar, destruir e afrontar" o povo de São Paulo.
Para dar remédio a tais malefícios, pede-se ao donatário que, por sua pessoa, ou "coisa muito sua", trate de acudir com brevidade à terra que o Senhor Martim Afonso de Sousa ganhou e Sua Majestade lhe deu com tão avantajadas mercês e favores.
E para mostrar a bondade da mesma terra, referem-se os oficiais da Câmara entre outras coisas, às minas, exploradas ou não, que nela se acham, a de Caatiba, de onde se tirou o primeiro ouro, e ainda a serra que vai dali para o norte - "haverá sessenta léguas de cordilheira de terra alta, que tôda leva ouro" -, além do ferro de Santo Amaro, já em exploração, e o de Biraçoiaba, que é região mais larga e abastada, e também do muito algodão, da muita madeira, de outros muitos achegos, tudo, enfim, quanto é preciso para nela fazer-se "um grande reino a Sua Majestade".
Ao lado disso, fala-se também no grande meneio e trato com o Peru e na presença de "mais de 300 homens portuguêses, fora seus índios escravos, que serão mais de 1500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Peru por terra, e isto não é fábula" [M. E. de AZEVEDO MARQUES, Apontamentos Históricos, Geográficos, Biográficos, Estatísticos e Noticiosos da Província de São Paulo, 11, págs. 224 e segs. Cf. também ACSP, li, págs. 497 e segs., onde vem reproduzida a carta dos camaristas de São Paulo, de acôrdo com o texto anteriormente impresso por Azevedo Marques.].
Sôbre a distância entre o litoral atlântico e os Andes são muitas vêzes imprecisas e discordes as notícias da época, e já se sabe como a idéia de que os famosos tesouros peruanos eram vulneráveis do lado do Brasil, chegara a preocupar a própria Coroa de Castela nos dias. [Páginas 94 e 95] 20643 20596 26019*Relatório apresentado á Assembléia Geral Legislativa na segunda sessão da décima-segunda legislatura, pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, José Mariano de Matos
Foi-me recomendado o exame da estrada que se havia projetado para um porto de embarque no rio Juquiá, afluente da ribeira do Iguape: as notícias que achei acerca desta estrada davam a distância entre Ypanema e o referido porto de nove até dezesseis léguas.
Como eu não conhecia o rumo em que ficava o porto em questão, resolvi seguir por qualquer caminho que para lá conduzisse, calcular a posição astronômica e dai deduzir a distância e a direção á fábrica.
Informei-me dos habitantes do lugar se havia meio de transitar com os meus instrumentos geodésicos, afirmaram-me que havia estrada pela qual passavam animais carregados, boiadas, etc.; além disso tive notícia que posteriormente a 1859 se havia gasto 14:000$00 rs. com ela. 26567*“Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda
Foi-me recomendado o exame da estrada que se havia projetado para um porto de embarque no rio Juquiá, afluente da ribeira do Iguape: as notícias que achei acerca desta estrada davam a distância entre Ypanema e o referido porto de nove até dezesseis léguas.
Como eu não conhecia o rumo em que ficava o porto em questão, resolvi seguir por qualquer caminho que para lá conduzisse, calcular a posição astronômica e dai deduzir a distância e a direção á fábrica.
Informei-me dos habitantes do lugar se havia meio de transitar com os meus instrumentos geodésicos, afirmaram-me que havia estrada pela qual passavam animais carregados, boiadas, etc.; além disso tive notícia que posteriormente a 1859 se havia gasto 14:000$00 rs. com ela. 27059*“Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640)”. Pedro de Angelis (1784-1859)
XXXVI - São Paulo, os paulistas e as bandeiras julgados por um espião castelhano em 1636
Relatório de Manuel Juan de Morales das coisas de San Pablo e males de seus habitantes feito a Sua Majestade por um Manuel Juan de Morales da mesma cidade. 1636
vem f. 1 p. a este estado do Brasil no ano de 1592, enviado por seu avô de V. Mag., sendo Virey de Portugal o Duque de Alba, e vindo como governador do Brasil, D. Francisco de Sosa, que ao chegar me enviou ao Serjipe morro a mais de 200 léguas da Baía, para descobrir minas, onde Gabriel Suarez, que veio como descobridor de ouro, se perdeu.
No ano de 1595, ele me enviou a esta Capitania para descobrir um engano, e tendo encontrado, e coletado ouro, fui pessoalmente contar-lhe o que havia acontecido, e novamente ele me ordenou que voltasse na companhia de um garimpeiro. , que não fez nada. , e tendo vindo outro de prata, descobrimos uma montanha chamada Sirasoyaba, que é muito rica de Ferro, e disse que era de prata, em confirmação do que enviou uma pedra, que deve ter trazido ao pai de V. Mag. por ordem de quem veio de D. Francisco de Sosa para frequentar as minas de prata, que vendo que nada foi obtido e que o mineiro alemão havia morrido, ele enviou o mineiro de ouro, o mineiro de prata e eu ao tribunal. chegamos a Valladolid no ano de 1600.
Primeiro. as três vidas da misericórdia feitas dos engenhos de açúcar de ferro (dos quais apenas um está perfeitamente acabado) já terminaram, e as fundições de ferro morreram, e isso não está mais funcionando. Vendo a perda de S. Mag., pedi a D. Francisco de Sosa e Diego Luis de Oliveira (a quem Vossa Majestade possa ser informado dos meus actos) que me enviassem fundições, e até agora os tenho conseguido. [Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640), 1951. Páginas 182 e 183]
Isso pode ser visto muito claramente pelo que V. Mag. tinha de renda no ano de 1603 nesta terra, que era de setenta mil maravedis por ano, quando veio daquela corte mandei elevá-lo até o dia de hoje, que é 1636, ao número de três mil e seiscentos cruzados.
Construir navios é tão fácil que, sendo um homem pobre sem índios, construí dois navios para ir a Angola para negros para esta Capitania, e para aumentar o V.Mag. as quintas de ouro. Bem, se as minas de ferro fossem trabalhadas, desde que o ferro estivesse à mão, quão fácil seria Vossa Majestade fazer navios sem nenhum custo de madeira ou ferro? E sem custo, nem trabalho para carregá-la, porque a madeira fica no mesmo porto, onde são feitos os navios, e as minas de ferro e ouro ficam a apenas 16 léguas do porto da cidade de Santos, e a estrada é tão plana, que até uma légua do rio pode dar lugar a carroças. [Página 185]
E para que Vossa Majestade tenha mais certeza de pessoas suficientes, e sem medidas tirânicas para esta tentativa, pode ser dada ordem para que os Padres da Companhia possam entrar na terra até os limites da Coroa de Castela, e trazer estes índios Capitania para construir aldeias livres, com as quais Vosso Mago terá sempre um excedente de gente a baixo custo, e os manterá felizes, porque a manutenção é muita, e com pão, linho e coisas semelhantes em quantidade moderada, eles servirá a Você. Mag. tão feliz, que eles serão os melhores companheiros dos Pais para trazer outros novamente.
Mas os portugueses dos cananeus impediram-lhes a passagem, porque não consideram justo que os da Campanhia vão trazer servos a Cristo, porque lhes é tirado o assunto de fazer escravos. E ainda mais que os Padres não estão sujeitos a esta Capitania, porque ela termina, como mais tarde contarei doze léguas além do cananeu.
Se as minas fossem estabelecidas aqui, poderia Vossa Majestade poderia ordenar que fossem feitas dois galeões de guerra que eram cap. e Almiranta que de acordo com a capacidade do terreno tudo é muito fácil, e que no seu Comp.a Os açúcares do Brasil entram na frota, para que na sua preservação fiquem a salvo dos corsários, e que alguns dos melhores cargueiros ter uma defesa competente, o que será útil segurança de tão grande lucro porque embora o inimigo com um exército dê algum cuidado, porém não há forças no mundo armada todo ano, e V. Majestade tem tanto açúcar todo ano no Brasil quanto seus vassalos trazem para a Espanha, que mais de cem grandes navios podem ser lançados ao mar.
Quantos, senhor, os holandeses levaram só pela ganância de chegar antes a Lisboa? Os inimigos trazem dois ou três navios para roubar e costumam tirar os meios dos muitos que saem desta costa, deixam-no juntos em defesa suficiente, preservados com segurança, e depois de alguns dias partem para chegar mais cedo. [Página 188]
Só na primeira via (de três que passam duas pelo Brasil, e uma por Buenos Aires com o Procurador da Companhia de Jesus, que em breve partirá daquela província) enviou a Vossa Majestade uma transferência da doação, em que o conde é dado cem léguas de terra na costa do Brasil, e para ele do final do terceiro fólio até o quarto fólio inteiro será registrado como as cinqüenta e cinco léguas são contadas de treze léguas ao norte de Cabo Frio até o rio de Curpare, que fica junto à ilha de São Sebastião, e depois as quarenta e cinco léguas, que faltam a cem, são dadas do rio de São Vicente [Página 190]
O continente está tão bem defendido que nos é possível escalá-lo, exceto por dois caminhos, um dos quais foi considerado pior que o outro, e uma vez tomada esta terra pode ser defendida com cem homens de um cem mil por causa da aspereza, e empecilhos aos que sobem, e falta de manutenção, porque as ilhas que primeiro têm que ser levadas para chegar a esta cidade de São Paulo, são sustentadas pelo que vai daqui.
Esta é esta terra, Senhor, que quando o resto do Brasil se perdeu, só pôde recuperar daqui. As ilhas que o mar faz em tantas voltas como aqui são todas excelentes para o açúcar e o topo do continente, onde fica a vila de São Paulo, e a vila de Parnaíba, e algumas vilas indígenas têm a riqueza do ouro, e ferro que eu disse, e a abundância de pão, e carne, e o resto que mencionei e se o povo não se divertisse indo aos índios cativos, seria mais abundante. E se as minas de ouro e ferro forem trabalhadas, esta será uma riqueza segura. Até agora tem estado em grande perigo porque as pessoas desta cidade, que é a maior e mais animada, passam quase o ano inteiro no estrangeiro porque mal chegam de uma viagem, quando partem para outra, e se ocorre uma invasão fazem não teria o capitão de quem daria uma mão para defender esta terra, e se ele estivesse perdido, e as minas tivessem sido descobertas pelo inimigo (como ele as descobriria se as tomasse) não lhe faltariam índios tão ricos quanto os de Castela são para Vossa Majestade. [Página 191]
Se esta se perdesse, seria difícil recuperá-la, e todo o bem e segurança viriam de estabelecer verdadeiramente as minas, porque fornecem pessoas e defesa, e quase sem pessoas de Vossa Majestade a terra estaria suficientemente protegida, porque se os nativos não defenderem seu rei, defenderão seus tesouros, bem, podem... com facilidade e segurança. [Página 192]
Outros transtornos menores, com os quais as pessoas são assaltadas, como vender sal a preço excessivo, dar um alquer para 10 ou 12 pessoas, mandar V. Mag. levar um no Rio Genero, e coisas semelhantes, a pessoa que V Mag. As provisões que o vosso Pai de V. Mag. me mandou dar, das quais fiz menção neste memorial, foram uma em Valladolid no ano de 1602, e outra em Lisboa no mês de Agosto do mesmo ano. [Página 193] 27042*Estrada do Padre Dória (1832-1842): estudo de geografia histórica nos caminhos da Serra do Mar, 2019. Alexandre da Silva. USP. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia
XXXVI - São Paulo, os paulistas e as bandeiras julgados por um espião castelhano em 1636
Relatório de Manuel Juan de Morales das coisas de San Pablo e males de seus habitantes feito a Sua Majestade por um Manuel Juan de Morales da mesma cidade. 1636
vem f. 1 p. a este estado do Brasil no ano de 1592, enviado por seu avô de V. Mag., sendo Virey de Portugal o Duque de Alba, e vindo como governador do Brasil, D. Francisco de Sosa, que ao chegar me enviou ao Serjipe morro a mais de 200 léguas da Baía, para descobrir minas, onde Gabriel Suarez, que veio como descobridor de ouro, se perdeu.
No ano de 1595, ele me enviou a esta Capitania para descobrir um engano, e tendo encontrado, e coletado ouro, fui pessoalmente contar-lhe o que havia acontecido, e novamente ele me ordenou que voltasse na companhia de um garimpeiro. , que não fez nada. , e tendo vindo outro de prata, descobrimos uma montanha chamada Sirasoyaba, que é muito rica de Ferro, e disse que era de prata, em confirmação do que enviou uma pedra, que deve ter trazido ao pai de V. Mag. por ordem de quem veio de D. Francisco de Sosa para frequentar as minas de prata, que vendo que nada foi obtido e que o mineiro alemão havia morrido, ele enviou o mineiro de ouro, o mineiro de prata e eu ao tribunal. chegamos a Valladolid no ano de 1600.
Primeiro. as três vidas da misericórdia feitas dos engenhos de açúcar de ferro (dos quais apenas um está perfeitamente acabado) já terminaram, e as fundições de ferro morreram, e isso não está mais funcionando. Vendo a perda de S. Mag., pedi a D. Francisco de Sosa e Diego Luis de Oliveira (a quem Vossa Majestade possa ser informado dos meus actos) que me enviassem fundições, e até agora os tenho conseguido. [Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640), 1951. Páginas 182 e 183]
Isso pode ser visto muito claramente pelo que V. Mag. tinha de renda no ano de 1603 nesta terra, que era de setenta mil maravedis por ano, quando veio daquela corte mandei elevá-lo até o dia de hoje, que é 1636, ao número de três mil e seiscentos cruzados.
Construir navios é tão fácil que, sendo um homem pobre sem índios, construí dois navios para ir a Angola para negros para esta Capitania, e para aumentar o V.Mag. as quintas de ouro. Bem, se as minas de ferro fossem trabalhadas, desde que o ferro estivesse à mão, quão fácil seria Vossa Majestade fazer navios sem nenhum custo de madeira ou ferro? E sem custo, nem trabalho para carregá-la, porque a madeira fica no mesmo porto, onde são feitos os navios, e as minas de ferro e ouro ficam a apenas 16 léguas do porto da cidade de Santos, e a estrada é tão plana, que até uma légua do rio pode dar lugar a carroças. [Página 185]
E para que Vossa Majestade tenha mais certeza de pessoas suficientes, e sem medidas tirânicas para esta tentativa, pode ser dada ordem para que os Padres da Companhia possam entrar na terra até os limites da Coroa de Castela, e trazer estes índios Capitania para construir aldeias livres, com as quais Vosso Mago terá sempre um excedente de gente a baixo custo, e os manterá felizes, porque a manutenção é muita, e com pão, linho e coisas semelhantes em quantidade moderada, eles servirá a Você. Mag. tão feliz, que eles serão os melhores companheiros dos Pais para trazer outros novamente.
Mas os portugueses dos cananeus impediram-lhes a passagem, porque não consideram justo que os da Campanhia vão trazer servos a Cristo, porque lhes é tirado o assunto de fazer escravos. E ainda mais que os Padres não estão sujeitos a esta Capitania, porque ela termina, como mais tarde contarei doze léguas além do cananeu.
Se as minas fossem estabelecidas aqui, poderia Vossa Majestade poderia ordenar que fossem feitas dois galeões de guerra que eram cap. e Almiranta que de acordo com a capacidade do terreno tudo é muito fácil, e que no seu Comp.a Os açúcares do Brasil entram na frota, para que na sua preservação fiquem a salvo dos corsários, e que alguns dos melhores cargueiros ter uma defesa competente, o que será útil segurança de tão grande lucro porque embora o inimigo com um exército dê algum cuidado, porém não há forças no mundo armada todo ano, e V. Majestade tem tanto açúcar todo ano no Brasil quanto seus vassalos trazem para a Espanha, que mais de cem grandes navios podem ser lançados ao mar.
Quantos, senhor, os holandeses levaram só pela ganância de chegar antes a Lisboa? Os inimigos trazem dois ou três navios para roubar e costumam tirar os meios dos muitos que saem desta costa, deixam-no juntos em defesa suficiente, preservados com segurança, e depois de alguns dias partem para chegar mais cedo. [Página 188]
Só na primeira via (de três que passam duas pelo Brasil, e uma por Buenos Aires com o Procurador da Companhia de Jesus, que em breve partirá daquela província) enviou a Vossa Majestade uma transferência da doação, em que o conde é dado cem léguas de terra na costa do Brasil, e para ele do final do terceiro fólio até o quarto fólio inteiro será registrado como as cinqüenta e cinco léguas são contadas de treze léguas ao norte de Cabo Frio até o rio de Curpare, que fica junto à ilha de São Sebastião, e depois as quarenta e cinco léguas, que faltam a cem, são dadas do rio de São Vicente [Página 190]
O continente está tão bem defendido que nos é possível escalá-lo, exceto por dois caminhos, um dos quais foi considerado pior que o outro, e uma vez tomada esta terra pode ser defendida com cem homens de um cem mil por causa da aspereza, e empecilhos aos que sobem, e falta de manutenção, porque as ilhas que primeiro têm que ser levadas para chegar a esta cidade de São Paulo, são sustentadas pelo que vai daqui.
Esta é esta terra, Senhor, que quando o resto do Brasil se perdeu, só pôde recuperar daqui. As ilhas que o mar faz em tantas voltas como aqui são todas excelentes para o açúcar e o topo do continente, onde fica a vila de São Paulo, e a vila de Parnaíba, e algumas vilas indígenas têm a riqueza do ouro, e ferro que eu disse, e a abundância de pão, e carne, e o resto que mencionei e se o povo não se divertisse indo aos índios cativos, seria mais abundante. E se as minas de ouro e ferro forem trabalhadas, esta será uma riqueza segura. Até agora tem estado em grande perigo porque as pessoas desta cidade, que é a maior e mais animada, passam quase o ano inteiro no estrangeiro porque mal chegam de uma viagem, quando partem para outra, e se ocorre uma invasão fazem não teria o capitão de quem daria uma mão para defender esta terra, e se ele estivesse perdido, e as minas tivessem sido descobertas pelo inimigo (como ele as descobriria se as tomasse) não lhe faltariam índios tão ricos quanto os de Castela são para Vossa Majestade. [Página 191]
Se esta se perdesse, seria difícil recuperá-la, e todo o bem e segurança viriam de estabelecer verdadeiramente as minas, porque fornecem pessoas e defesa, e quase sem pessoas de Vossa Majestade a terra estaria suficientemente protegida, porque se os nativos não defenderem seu rei, defenderão seus tesouros, bem, podem... com facilidade e segurança. [Página 192]
Outros transtornos menores, com os quais as pessoas são assaltadas, como vender sal a preço excessivo, dar um alquer para 10 ou 12 pessoas, mandar V. Mag. levar um no Rio Genero, e coisas semelhantes, a pessoa que V Mag. As provisões que o vosso Pai de V. Mag. me mandou dar, das quais fiz menção neste memorial, foram uma em Valladolid no ano de 1602, e outra em Lisboa no mês de Agosto do mesmo ano. [Página 193] 27059 28262 27294 3603 27570YETSTE! len: 113243
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