A mulher de Amador Bueno de Ribeira, D. Bernarda Luiz Camacho, era filha de Domingos Luiz, conhecido pela alcunha de Carvoeiro, por ser natural de Marinhota, freguesia de Santa Maria da Carvoeira, em Portugal, cavaleiro professo da ordem de Cristo, e de sua mulher D. Anna Camacho; os quais foram os fundadores da capela de Nossa Senhora da Luz, do sítio de Guará-pe, no rocio de São Paulo.
Essa capela havia sido fundada pelos mesmos Domingos Luiz e D. Anna Camacho, em 1583, no bairro denominado Piranga (hoje Ypiranga, confundido primitivamente para Ireripiranga). Mas, mudando-se eles para o bairro de Guará-pe, resolveram mudar também a capela.
Com a morte dos fundadores, D. Anna Camacho em 1606, e Domingos Luiz em 1613, a capela passou á administração de seus sucessores; mas, decorridos muitos anos, foi quase deixada em abandono, até, que em princípio do século XVII, Filippe Cardoso de Campos, legítimo descendente dos instituidores, e neto do terceiro protetor Manoel Cardoso de Almeida, tomando o hábito de ermitão (era viúvo, e ficara pobre), assumiu aquela administração. [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Página 373]
Essas várzeas, que no período colonial desempenharam o papel estratégico para a segurança da pequena vila, tornaram-se obstáculo para o crescimento urbano nos séculos subsequentes. Localizada entre o núcleo histórico e o primeiro ponto de travessia do Tietê, extremo do desenvolvimento setentrional da cidade até o século XIX, a região era conhecida pelo nome do ribeirão que a cortava: ‘Guaré’, designação indígena da vegetação que cobria aquelas paragens.
Anteriormente habitada pelos nativos, a primeira notícia que se tem de ocupação colonial da área é a respeito da construção da ermida dedicada a Nossa Senhora da Luz. Como o próprio nome indica, situava-se em local afastado da povoação original; tornou-se, entretanto, bastante popular como local de peregrinação e passeio. Construída pelo português Domingos Luiz Grou, o “Carvoeiro”, e sua mulher, Ana Camacho – que figuravam entre os mais abastados moradores da vila de São Paulo no século XVI – a capela recebeu, por volta de 1583, a imagem de Nossa Senhora da Luz, que atualmente se encontra no Museu de Arte Sacra, constituindo uma das mais notáveis peças da imaginária paulista. Cartas de doações de terras, de fins do século XVI, nas quais a ermida da Luz servia como referência para a demarcação de limites, constituem, entre outras tantas, provas de sua instalação no Guaré anteriormente a 1600.
No início, os terrenos eram, simplesmente, requeridos em datas à edilidade, assim, a partir de 1580, a Câmara inicia a distribuição daquelas terras a particulares, reservando terrenos ao patrimônio municipal, processo que iria se estender até cerca de 1870, determinando as feições do bairro. (JORGE, 1988, p.13) Assim, os [Projetos de Intervenção no Bairro da Luz: patrimônio e cultura urbana em São Paulo. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Márcio Novaes Coelho Jr. Orientador: Prof. Dr. Luís Antônio Jorge. Página 35]
“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX” Data: 01/01/1886 Página 352
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