Entra na enseada de Superagui (Paranaguá) o navio espanhol que conduzia Hans Staden
24 de novembro de 1549
04/04/2024 13:11:18
Phillippa Ville
Data: 01/01/1667
Créditos: Nicolas Sanson
(mapa
fonte: Obras do Barão do Rio Branco "Efemérides"
1549 — Entra na enseada de Superagui (Paranaguá) o navio espanhol que conduzia Hans Staden, célebre pelos perigos que correu entre os nossos selvagens e pela curiosa relação que publicou das suasviagens ao Brasil.
No ano antecedente, esteve em Pernambuco (ver 28 dejaneiro de 1548). De Superagui passou o seu navio para a ilha de Santa Catarina, e, estando ali fundeado e prestes a partir, começou a fazerágua e foi a pique.
Hans Staden e seus companheiros viveram naquela ilha por espaço de dois anos. Em 1551, ele partiu em uma pequenaembarcação, que naufragou na costa de Itanhaém. Foi bem acolhido em São Vicente, e Brás Cubas confiou-lhe a defesa de um fortim levantado então na barra de Bertioga, sobre a ilha de Santo Amaro, em frente ao forte de Santiago, que ficava na terra firme.
O governador-geral Tomé de Sousa, visitando a capitania (1553), fez construir nesse mesmo lugar(ponta da Armação) o forte de São Filipe, do qual Staden ficou sendocomandante. Em dezembro, tendo-se este aventurado a sair só em buscade caça foi assaltado pelos Tamoio e levado prisioneiro. Em muitoscapítulos do seu livro, refere ele os transes por que passou durante oseu cativeiro. Foi então que conheceu o terrível Cunhambebe, falecidoentre os anos de 1554 e 1560, provavelmente pai do índio do mesmonome que Anchieta conheceu em 1563 (ver 14 de novembro). Em 31 deoutubro de 1554, Hans Staden conseguiu libertar-se, partindo do Rio deJaneiro a bordo de um navio francês.
Entra na enseada de Superagui (Paranaguá) o navio espanhol que conduzia Hans Staden
Comunicava o Rei D. Manoel a seus sogros, Fernando e Izabel de Espanha o sucesso da segunda viagem á índia, por seu almirante Pedro Alvares Cabral, dizendo no que se referia ao Brasil, o seguinte:
“...O dito meu capitão partiu com 13 naus, de Lisboa, a 9 de março do ano passado, e nas oitavas da Pascoa seguinte chegou a uma terra que novamente descobriu, á qual colocou nome de Santa Cruz, na qual encontrou gente nua como na primitiva inocência, mansa e pacifica; a qual terra parece que Nosso Senhor quis que se achasse, porque é muito conveniente e necessária para a navegação da índia, porque ali reparou seus navios e tomou água; e pela grande extensão do caminho que tinha de percorrer, não se deteve afim de se informar das cousas da dita terra, somente me enviou de lá um navio para me noticiar como a achou. Carta do rei dom Manuel, datada de Sintra, anunciando aos príncipes católicos o descobrimento da terra de Santa Cruz, por Pedro Álvares Cabral