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O dia em que as bandeiras estaduais foram queimadas
27 de novembro de 193703/04/2024 21:53:29

Queima das bandeiras
Data: 27/11/1937

Queima das bandeiras estaduaisGraduada em Ciências Sociais (UERJ, 2009)Categorias: Era VargasCompartilhe: O evento conhecido como “queima das bandeiras estaduais” foi uma cerimônia realizada na Praça Roosevelt no Rio de Janeiro (capital do Brasil àquela data) no dia 27 de novembro de 1937 pelo então presidente do Brasil, Getúlio Vargas (18821954), como parte das solenidades cívicas de comemoração da festa da bandeira.

Nesta ocasião, as bandeiras representando os Estados do Brasil foram cremadas, pois, haviam sido abolidas pela constituição, vigorando a partir de então exclusivamente a bandeira do Brasil. Compareceram à festividade além do presidente da república, os ministros do estado, o corpo diplomático brasileiro e altas autoridades civis e militares.

Após a missa campal, Getúlio Vargas hasteou a bandeira do Brasil ao mesmo tempo em que 22 mastros eram hasteados com o pavilhão nacional simbolizando os 22 estados. Em uma pira, era feita a queima das bandeiras estaduais que desapareceram por um dispositivo da constituição para ser substituída por uma só bandeira: a nacional.

O então Ministro da Justiça, Francisco Campos, fez um discurso após a queima, afirmando que: "Bandeira do Brasil, és hoje a única. Hasteada a esta hora em todo o território nacional, única e só, não há lugar no coração dos brasileiros para outras flâmulas, outras bandeiras, outros símbolos. Os brasileiros se reuniram em torno do Brasil e decretaram desta vez com determinação de não consentir que a discórdia volte novamente a dividi-lo, que o Brasil é uma só pátria e que não há lugar para outro pensamento do Brasil, nem espaço e devoção para outra bandeira que não seja esta, hoje hasteada por entre as bênçãos da Igreja e a continência das espadas e a veneração do povo e os cantos da juventude. Tu és a única, porque só há um Brasil - em torno de ti se refaz de novo a unidade do Brasil, a unidade de pensamento e de ação, a unidade que se conquista pela vontade e pelo coração, a unidade que somente pode reinar quando se instaura pelas decisões históricas, por entre as discórdias e as inimizades públicas, uma só ordem moral e política, a ordem soberana, feita de força e de ideal, a ordem de um único pensamento e de uma só autoridade, o pensamento e a autoridade do Brasil" (Correio da Manhã, 1937, p. 3).

A partir do discurso é possível observar a preocupação em consolidar a unidade política e social do Brasil. O golpe de 10 de novembro de 1937 que deu origem ao período conhecido como Estado Novo teve como justificativa inicial a descoberta de um suposto plano Comunista – o plano Cohen- que precisava ser combatido para evitar, entre outras coisas a fragmentação territorial. Buscou-se então medidas que reforçassem as noções de “Estado centralizado e forte” e “reconstrução nacional”. Sendo assim, ao banir na Constituição de 1937 todos os símbolos estaduais, juntamente com as casas legislativas e os partidos políticos, Vargas pretendia simbolizar a união do país sob o seu comando num movimento de exaltação ao nacionalismo.
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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.

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