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A determinação de Gabriel Soares aumentou após a morte de seu irmão
agosto de 158405/04/2024 11:14:38

“Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”
Data: 01/01/1940
Créditos: Carvalho Franco
Página 44

Seu destino final era a Espanha, como declara em seu testamento lavrado em agosto de 1584, na Bahia (SOUSA, 1974:301). Embarcou numa grande nau carregada de açucares que ancorou no porto de Pernambuco, parada de abastecimento de água e víveres, graças ao conhecimento e orientação do navegador Pedro Sarmiento de Gamboa. Este, vindo numa embarcação carregada com mil quintais de pau brasil do Rio de Janeiro para buscar lenha, víveres e roupas para uma viagem de retorno ao Estreito de Magalhães, teve que lançar mais de trezentos quintais de pau no mar por falta de fundo. Sem outro piloto que se atrevesse, Sarmiento sondou os fundos num batel e acenando com uma bandeira permitiu que a sua nau ancorasse sem perigo. Atrás dela vinha a que se encontrava Gabriel Soares (MENDONZA, 1866:402).

Não se sabe a data exata em que desembarcou na corte nem os caminhos que percorreu no tempo em que esteve pleiteando autorização oficial, garantias, privilégios e recursos humanos e materiais para realizar uma expedição inédita de desbravamento, reconhecimento e procura de metais preciosos nas cabeceiras do rio São Francisco. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 2]

Soares de Sousa não teve filhos, legítimos nem ilegítimos e sua família no Brasil se restringia aos parentes de sua mulher. Nada foi legado para estes em seu testamento, nem mesmo para sua esposa. Para ela pedira apenas que fosse enterrada junto a ele na Capela mor de São Bento, o que não se realizou porque ela se casou novamente. Deixou para duas irmãs viúvas residentes em Lisboa, Margarida de Sousa e Maria velha, certa quantia. Preocupou-se especialmente com seu cortejo, campa, lápide e salvação, determinando que fosse rezada uma missa para sua alma enquanto o “mundo durar”. Quinhentos cruzados foram destinados para cinco moças pobres (uma ajuda para os seus casamentos) e quarenta mil reis para a Santa Casa da Misericórdia. Informou sobre um livro de contas a ser visto para que se liquidassem todas as suas dívidas vendendo seus bens e finalmente legara o que sobrava para o Mosteiro de São Bento (Sousa, 1974: 297-301). Nenhuma referência a qualquer outro familiar morador da Bahia. Ao contrário, assim como não herdara nada, nada legara. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Páginas 8 e 9]

O advogado, jornalista e historiador Cláudio Ganns, responsável pela descoberta e divulgação do manuscrito espanhol do Tratado descritivo e de um a bibliografia exemplar deste, se autodefinira certa vez como um homem habituado a “pecar pela franqueza” (1943:212). Seu comentário é bastante contundente:

Portanto- agora- Gabriel Soares aparece com tendo enriquecido no tráfico de índios. Como conciliar esta aptidão, de cubiça desvairada, para os bens materiais, adquiridos por forma criminosa com o seu “testamento”(1584), ao qual deixa “toda a sua fazenda” aos beneditinos?E, ademais, como conciliar esse último despreendimento, em vésperas de partir para a Europa, com a embriaguez dos descobrimentos (prata e esmeraldas) que o faz esperar aqui, de 5 a 7 anos, pelas licenças reais e o levou a caminhar, logo a seguir, atrás deste espelho enganador (1591), em que vem a morrer?(1958:157). [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 13]

João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos.

Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil.

Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento).

Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luis. Página 274]

Com este propósito passou à Europa em 1584, afim de solicitar da Corte de Madri autorização e favores para o seu empreendimento de procura e exploração de tais minas.

Por justificar seus projetos e requerimentos e angariar-se a boa vontade dos que podiam fazer-lhe as graças pedidas, nomeadamente do Ministro D. Cristóvão de Moura, redigiu nos quatro anos de 1584 a 1587 o longo memorial, como ele próprio o chamou, que conservado inédito até o século XIX, foi publicado sob títulos diferentes, o qual constitui uma verdadeira enciclopédia do Brasil à data da sua composição.

Soares, sujeito de bom nascimento se não fidalgo de linhagem, suficientemente instruído, sobre inteligente, era curioso de observar e saber e excelente observador, como revela o livro. Embora determinado por uma necessidade de momento, não foi este composto de improviso e de memória. Para redigi-lo serviu-se, como declara, das “muitas lembranças por escrito” que nos 17 anos da sua residência no Brasil fez do que lhe pareceu digno de nota. [Menções ao “Pau-Brasil” do Velho e do Novo mundo em fontes portuguesas dos séculos XV, XVI e XVII, 2016. Nelson Papavero, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Pesquisador Sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Páginas 63 e 64]

Notícia do Brasil, também conhecido como Tratado Descritivo do Brasil e Descrição verdadeira de todo o Estado pertencente à Coroa de Portugal, da fertilidade dessa província, de todas as aves, animais, peixes, bichos, plantas, que nelas há, e dos costumes dos seus naturais, é uma das obras capitais do século XVI sobre o Brasil. Foi escrito por Gabriel Soares de Sousa e publicado em 1587
A determinação de Gabriel Soares aumentou após a morte de seu irmão*

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Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré- ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.
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Na capitania de São Vicente
Data: 01/01/1957
Créditos: Washington Luís (1869-1957)
Página 274


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