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George Marcgraf era um naturalista alemão com formação em matemática, história natural, astronomia e medicina. Em 1638, veio para o Brasil, onde ficou até 1643
163810/04/2024 17:29:38

George Marcgraf era um naturalista alemão com formação em matemática, história natural, astronomia e medicina. Em 1638, veio para o Brasil, onde ficou até 1643. Realizou três expedições nos territórios dos atuais estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Sua primeira entrada no sertão ocorreu de junho a agosto de 1639 no Ceará. Trabalhou ainda no primeiro observatório astronômico montado na América.Escreveu boa parte da Historia naturalis brasilieae, que seria publicado depois de sua morte, ocorrida em Luanda.Na década de 1630, Marcgraf e o naturalista Piso visitaram a Região Nordeste do Brasil, onde descreveram e desenharam centenas de espécies, entre elas o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu), hoje extinto na natureza. A Historia naturalis brasilieae é o resultado desse extraordinário empreendimento científico, que seria empregado por Lineu para conceber seu conceito de "espécie". Marcgraf e Piso tiveram o patrocínio do conde Maurício de Nassau. [0]

Wilhelm Glymmer No tempo em que, vindo da Bahia, D. Francisco de Sousa, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Maregrave – história Botânica do Brasil – nos termos seguintes:“Julgo a propósito inserir aqui o roteiro que recebi de Wilhelm Glymmer, nosso compatriota. Conta ele que, na época em que vivia na Capitania de S. Vicente, chegara àquelas paragens, vindo da Capitania da Bahia, Francisco de Sousa; pois recebera de um brasileiro um certo metal, extraído, segundo dizia, dos montes Sabaroason, de cor azul-escura ou celeste, salpicado de uns grânulos cor de ouro.Tendo sido examinado pelos entendidos em mineração, reconheceu-se que esse metal continha, em um quintal, trinta marcos de prata pura. Fascinado por essa amostra, o governador, julgando conveniente explorar mais cuidadosamente essesmontes e as minas que eles encerravam, resolveu mandar para lá setenta ou oitenta homens, entre portugueses e brasileiros.Fez parte dessa expedição o nosso Glimmer, que dela faz a seguinte descrição: “Partindo da cidade de S. Paulo, na Capitania de S. Vicente, chegamos, primeiro à povoação de S. Miguel (distante de S. Paulo cinco ou seis léguas para o Nascente), à margem do rio Anhembi, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os selvagens tinham de carregar nos ombros.Atravessamos, depois, aquele rio e, com uma marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo de Norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis, ou Marumiminis, onde há minas de ouro. Aqui, aparelhadas algumas canoas de cascas de árvores, continuámos rio abaixo, durante cinco ou seis dias, e fomos ter a um rio maior que corria da região ocidental.Aquele primeiro riacho deslisa por sobre campos baixos e úmidos, notáveis por sua amenidade. Tendodescido este rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, que nasce no lado septentrional da serra de Paranapiacaba (assim como o Anhembi nasce no lado austral da mesma Serra), e correndo, a princípio, para o Ocidente, na mesma direção dos montes, depois, formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e, afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceanoentre o Cabo Frio e a Capitania de Espírito Santo; chama rio de Sorobis e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos.Descendo também este rio, durante quinze ou dezeseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente.Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outrorio que desce do lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados e aqui e acolá sombreados de bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são mui agradáveis ao paladar e nutritivas, (Presumo que Glimmer se refere aqui à árvore da Sapucaia). Por muitas milhas no interior se encontram árvores desta espécie.“Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e, atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte.Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluemnum só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o sul, ou para o Ocidente. Em toda a viagem até aqui descrita nada vimos que de notasse cultura, não encontramos homem algum, apenas aqui e ali aldeias em ruínas, nada que servisse para alimentação, além de hervas e algumas frutas silvestres; todavia, observávamos às vezes fumaça, que se erguia no ar, pois por aquelas solidões vagueavam com suas mulheres e filhos alguns selvagens, que não tinham domicílio certo e não curavam de semear a terra.Junto a este último rio, encontramos, finalmente, numa aldeia de indígenas, víveres em abundância, que vinham muito a propósito, visto que já estavam consumidos os que conosco tínhamos trazido, e já a fome nos obrigava a comer frutos silvestres e hervas do campo.“Tendo-nos demorado aqui quase um mês, abastecidos de vitualhas, proseguimos a nossa viagem em rumo de noroeste e, decorrido um mês, sem encontrar rio algum, chegamos a uma estrada larga e trilhada e a dois rios de grandeza diversa, que, correndo do sul, entre as serras Sabaraasu, rompem para o Norte; e é minha opinião que esses dois Rios são as fontes ou cabeceiras do rio S. Francisco.Da aldeia sobredita até estes rios não vimos pessoa alguma, mas soubemos que além das montanhas vivia uma tribu de selvagens assás numerosa. Estes, informados (não sei como) da presença de europeus naqueles sítios, despacharam um dos seus para nos espreitar.Caindo este em nosso poder, demo-nos pressa em arripiar carreira, de medo desses bárbaros e por nos escassearem os viveres, ficando por explorar o metal por cuja causa haviamos sido mandados; e, quase mortos de fome, voltamos aquela aldeia de selvagens.“Daí, recuperadas as forças e aparelhados os víveres, pelo mesmo caminho por onde viéramos regressamos àquele rio, onde havíamos deixado as canoas, e,revigorados, saltamos nela e subimos o rio até as suas fontes; e assim gastos novemeses nesta expedição, voltámos primeiro a Mogi-mimin, depois, à cidade de S.Paulo.”[1]
*George Marcgraf era um naturalista alemão com formação em matemática, história natural, astronomia e medicina. Em 1638, veio para o Brasil, onde ficou até 1643

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1840
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
Jean de Léry (1534-1611)
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