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Jornal Correio Paulistano, página 3
15 de novembro de 194207/04/2024 23:20:32

A lendária "çorocaa" dos nossos incolas, depois de haver dado o precioso minério, quetanto alarde causou, no BrasilMonárquico, depois de haver sido importante centro, contribuindo, com a sua movimentada e pitoresca "feira dc animais", ao tempo em que somente havia a tração animal, (e dos pacíficos muares dependiam, tanto o co- mercio, como a lavoura), náo viu encerrado o seu ciclo de glorias.

Muito ao contrário, acompanhou, bem de perto, o ritmo acelerado de progresso que, co- mo onda invencível, rolou por toda a terra paulista, levantando uma luminosa mésse de frutos do ouro. Foi de Sorocaba que partiu, ainda, a contribuição caríssima vara o nosso patrimônio cívico, quando, através das vozes alti- vas dos sorocabanos, fez ouvir o seu protesto, imediatamenteacompanhado por toda a grcl paulista, no momento cm que tombras suspeitas e más surgiram nos horizontes da pátria, naquele período incerto, de Regencias.

Sorocaba pôde justamente orgulhar-se do seu centenário, como cidade paulista. Pôde rejubilar-se desses cem anos, recordando aquele Decreto-Provincial de 1842, que elevava o pequeno e quieto vilarejo, enfeitado pelas águas do "Rio Grande", à categoria de cidade.

Acompanhando sempre, comsonhador entusiasmo, o ritmode trabalhos c empreendimentosaltos do Estado, Sorocaba, —solo dadivoso, servido pela boavontade, inteligência e coraçãode seus filhos, transjormou-sc, na atualidade, num tnoderníssi- mo Parque Industrial.Comprovando este asserto, láestá a Exposição-Feira apresentada neste fim de ano, tão evo- cativa, que fez todos os olhos se voltarem para o passado, pro- curando a silhueta da antiga cidade, revestida como os velhoscrômos, desse tom dourado delegenda e de saudade.Empenharam-se todos, — hlstoriadores, pesquisadores e cro- nistas, — numa car_-___ de re- buscamentos, de exeavações,afim de reconstituírem carinhosomente a cldadezinha, timbrada por aquele suave encanto,que possuem tão só as pessoas c as coisas das quais a Históriajá se apossou.A Sorocaba industrial, trabalhadora e culta de hoje, estámagnificamente colocada na marcha animadora que vim em- preendendo todas as cidadespaulistas.Mas, no entrechocar de suas máquinas agrícolas e industriais, no meio das lutadas de fumaça,das chaminés de suas fábricas,aparece, — painel inapagavel aos olhos de todos, — conternando-a, envolvendo-a, o crômode 1842, com seu ar dormente,guardando cioso a grande almasorocabana que, dentro em bre- ve haveria de fazer vibrar, depuro civismo, a terra natal, eacordaria ecos, bem alem dasfronteiras provincianas. Talvez tenha sido esse passado de lutas e abnegações, sua gloria maior, que lhe vem acom- p_n.-_.-do os passos, sob a proteção dos céus, _ vem resolutamente conduzlndo-a para esse posto que hoje lhe pertence. "Çorocaa" dos nossos indigenas, que lindo destino lhetem reservado a História.DIRCE DE MEL
Jornal Correio Paulistano, página 3

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1840
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
Jean de Léry (1534-1611)
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