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FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO ENTRE A PALAVRA E O CHÃO: MEMÓRIA TOPONÍMICA DA ESTRADA REAL, 2012
201205/04/2024 02:57:42

Alguns historiadores dizem que, nessa época, Guaratinguetá tornou-se umponto de parada entre os caminhos procedentes de São Paulo e Rio de Janeiro para as minasdos Cataguases39. Em terras mineiras, os paulistas com expedições concomitantes esequenciadas, posicionaram-se ao longo dos ribeirões: Miguel Garcia e seus companheiros noGualaxo do Sul (1694); Manuel Garcia, o velho, no Tripuí (1695-96), enquanto na mesmaépoca, Belchior da Cunha Barregão e Bento Leite da Silva puseram-se a buscar ouro noItacolomi, e Salvador Mendonça Furtado descobria o primeiro ouro em Ribeirão do Carmo.Em 23 de junho de 1698, a “bandeira” comandada por Antônio Dias deOliveira40 chegou aos pés de um pico, chamado Itacolomi41. Aquela região tinha uma raraformação geológica e guardava as lavras mais abundantes e ricas de ouro. Ali foram lançadosos fundamentos da cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), por cujas ruas percorreram o ouroe os ideais de liberdade. A importância de Ouro Preto foi confirmada no ano seguinte por“novo alvéolo” aurífero, rico como os anteriores, descoberto pelo padre João de Faria Fialho,recebendo a designação de “ribeirão do Padre Faria”; em seguida descobriu-se ouro tambémem: Ribeirão Bueno, Arraial dos Paulistas, Passa Dez, lugarejos localizados na região.Outro fato importante que se agregou à dinâmica da descoberta das minasfoi que, no final do século XVII, Borba Gato apresentou ao governador da Província de SãoPaulo as fabulosas minas de Sabará, de ouro e não de prata, como durante 150 anos se haviaacreditado, conforme a lenda da serra de Sabarabuçu. O bandeirante Manoel de Borba Gato, ogenro de Fernão Dias, após a morte deste, em 1681, deu continuidade ao trabalho do sogro,tornando-se o primeiro a encontrar ouro nas margens do rio das Velhas. Ele realizava assim,com sua ação, a descoberta da lendária montanha de Sabarabuçu. [Página 96]

MUNICÍPIO: Itamonte - MGACIDENTE: humano / municípioORIGEM: indígena / portuguesaMOTIVAÇÃO: GREGÓRIO (1980, p. 773) “Itamonte (“ + monte) + pedra – monte (hibridismo); na cadeiade montanhas (Mantiqueira) há enorme pedra saliente; é nome de uma localidade de Minas perto do Itatiaia,antiga São José do Picu, estropiado para “Picu”, o que acarretou a mudança do nome. Bem posteriormenteé que foi permutado pelo hibridismo atual Itamonte: monte de pedra. ITAMONTE: é o gênio do Itacolomi daficção de Cláudio Manuel da Costa no seu poema ‘Vila Rica’”. O nome da Serra, naquela época, eraconhecido por ITAPUCU. Esse topônimo foi alterado para TAYPICU, então abreviando-se para Picu, nomeque perdurou por muitos anos. Sua verdadeira tradução é: “pedra alta ou comprida”. MATOS – 1837 (1981,P. 150) registra: “Capivari do Picu: Dista 3 ½ léguas da paróquia. Tem 48 fogos e 308 almas”. O linguajardo povo transformou a pronuncia de pico para “picu”, denominação essa que perdurou até a construção deuma capela, sob a invocação de São José, que deu novo nome oficial ao antigo povoado, passando a ser entãoSão José de Picu, e mais tarde São José de Itamonte (pedra de monte ou montanha de pedra), perdendo, assim,seu antigo nome, o histórico Picu, com origem no famoso pico que denomina toda a zona, servindo por muitotempo como orientação aos Bandeirantes.HISTÓRICO: Itamonte < Pouso do Picu < São José do Picu < São José do ItamonteLitotoponimo < Sociotopônimo < Hagiotopônimo< HagiotopônimoESTRUTURA MORFOLÓGICA: Nm [Ssing]INFORMAÇÕES ENCICLOPÉDICAS: A pedra do Picu tornou-se conhecida em meados do século XVI,quando Martin Afonso de Souza, da Capitania de São Vicente (SP) enviou uma expedição exploratória aointerior. LEFORT (1995, p. 187) destaca que ela foi baliza natural dos taubateanos que adentraram o solomineiro. Aparece na Expedição de Antônio KNIVET, o célebre marinheiro Cavendish. Outras expediçõesbandeirantes, notadamente a de 1598, de Francisco Dias d’Avila, Calabar e Glimmer, também atravessaram acélebre serra, rumo a Capivari e Rio Verde. E ficou aberta uma picada para outros aventureiros aos sertões dasMinas. A estrada do Picu para Areias foi pedida a D. João VI, no dia 3 de dezembro de 1818, a requerimentodos sulistas mineiros. Apesar de algumas informações contrárias, foi devidamente autorizada a 23 de marçodo ano seguinte. Houve, todavia, a cláusula de que o próprio povo deveria arcar com a construção, semprejuízo algum para o erário nacional. “Essa estrada foi por mais de meio século grande artéria comercialpela qual eram feitas quase todas as comunicações do Sul de Minas com o Rio de Janeiro e localidadesintermédias”. Em 1818, um abaixo-assinado de diversos moradores da região pedia licença para construir umatalho da capela de Capivari ao Picu, a fim de facilitar a comunicação com o Rio de Janeiro. Os signatáriosprontificavam-se a construir o quartel que servisse para o REGISTRO DO PICU. A Câmara de São João delRei, com data de 1819, deu informação contrária à pretensão. Mas a verdade é que o atalho foi construído. Damargem do Capivari, logo adiante de Pouso Alto, o atalho dirigia-se diretamente para a Mantiqueira,atravessava a serra, ao lado do pico do Picu, e descia do outro lado, atingindo o rio Paraíba (Avulsos A.P.M.).Aí surgiu o quartel do registro, surgiu o pouso e dele o nome primitivo de Pouso do Picu. Com a descobertadas minas intensificou o êxodo de paulista para as regiões do ouro e a entrada pelo rio Capivari ou Picutornou-se estrada. Em suas margens, no decorrer do tempo, alguns pousos se transformaram em povoados ecidades. A um desses pousos deu-se o nome de Pouso do Pico, localizado na base da serra, ganhou esse nome [Página 225]

ou seja uma pedra de superfície plana”.HISTÓRICO: São Tomé das Letras< LAPA DE S. TOMÉ.Hagiotopônimo < LitotopônimoESTRUTURA MORFOLÓGICA: NCm [ADJsing + Ssing + {Prep + Apl + Spl }]INFORMAÇÕES ENCICLOPÉDICAS: Em fins do século XVII, a região foi desbravada pela expedição deFernão Dias em busca de ouro. Entretanto, a ocupação do atual município inicíou-se com a ereção de umacapela em louvor a São Tomé em 1770, construída pelo fazendeiro João Francisco Junqueira, próximo à grutaem que foi encontrada a imagem do Santo. Em torno da capela iniciou-se a formação do arraial. ConformeLEFORT (1993, p. 290), pode-se dar, com segurança, o ano de 1759, para o início do povoamento de S. Tomédas Letras. Com efeito, é desse ano um registro de óbito, encontrável nos livros de Baependi: “Aos doze diasdo mês de junho de mil setecentos e cincoenta e nove faleceu da vida presente uma criança por nome Ana, deidade de dez meses, filha de Antônio Taveira, do bairro de S. Tomé, desta freguesia; está enterrada dentro daIgreja, de que fiz este assento que assinei”. A família Taveira “é a primeira que povoou os sertões dasCarrancas... em 1730”. E Antônio Alves Taveira é filho de Manuel Alves Taveira e de Josefa Lemes daSilva. No ano de 1772, aparece a denominação LAPA DE S. TOMÉ. Assim: “Aos doze de fevereiro de milsetecentos e setenta e dois na Lapa de S. Tomé da Serra das Letras da freguesia de Lavras do Funil oreverendo Francisco Alvares Torres de licença do pároco batizou e pôs os santos óleos à inocenteFrancisca.” A Igreja foi construída em 1785 e a paróquia foi criada em 9 de março de 1840. O calçamento dopovoado é natural, porquanto São Tomé está a 1400 metros aproximadamente acima do nível do mar erepousa sobre rocha viva... Do lado esquerdo existe uma pequena gruta, tendo na entrada algumas inscriçõesde cor vermelha. Ainda, segundo LEFORT (1993): “Quem percorre a serra, com atenção, observa que, emmuitos aparados verticais, em muitas superfícies lisas, aparecem aqueles sinais semelhantes na cor e noestilo, até que figuras alegóricas a animais, indicando que são pinturas de índios as que aí se acham, desdemuitos anos. Pesquisas posteriores nos fazem deparar um musgo de cor vermelha – lichen cladoniasanguínea – que os primitivos habitantes daquelas paragens utilizavam para seus desenhos...” (BARBOSA,1995, p.331 / LEFORT, 1993, p.289 a 293 / COSTA, 1993, p. 396 / TRINDADE, 1945, p. 301).ESCRITO DOS VIAJANTESMANUEL AIRES DE CASAL (1817)“A Serra das Letras, que é um ramo da precedente: o nome que a designa vem-lhe duma sorte de hieróglifos,obra da Natureza, que se observam no interior duma vasta e curiosa gruta, formada de diversas camadas depedra arenosa; algumas de considerável elasticidade, com várias paisagens formadas de plantas, que aliapodreceram. As pretendidas letras, que não passam de toscos e ilegíveis hieróglifos, e que a ignorância dopovo atribui à mão do apóstolo São Tomé, devem seu princípio a partículas ferruginosas, segundo parece.Junto dela há uma ermida dedicada ao santo apóstolo nomeado”. (CASAL, 1976, p. 171).JOHANN BAPTIST VON SPIX / KARL FRIEDRICH PHILIPP VON MARTIUS (1817-1820)“A Serra das Letras, que, por suas admiráveis figuras dentríticas de grês elástico, corroído amiúde, branco(o denominado itacolomito), despertou o interesse do povo, está situada apenas poucas léguas distante daquie pertence inteiramente à mesma formação. Aqui e acolá, como por exemplo, junto dos ranchos chamadosCapivari, ao sopé da serra do mesmo nome, encontramos depositado sobre esse micaxisto quartzítico umsisto argiloso fortemente corroído, vermelho carne ou esverdeado, que contém granadas; efetivamente, ainclinação desse xisto argiloso é mais meridional (isto é, sudoeste e su-sudoeste) do que a do micaxisto. Oxisto quartzítico é branco ou amarelado, de estrutura granulosa fina, e aparece depositado ora sobre granitoora sobre gnaisse granítico lilás, no qual se encontram granadas e turmalinas pretas. Especialmente vistosasentre a rica floração são as réxias. Há inúmeras espécies, todas arbustos baixos, cujas numerosas hastesfinas e folhentas são cobertas de flores de agradável vermelho e violeta. Imponentes caules de velósias azuis <>[Página 267]

Itabira, itá-bira, “a pedra levantada ou empinada”. De acordo com GREGÓRIO (1980, p. 761): Itabira“(“+ byra = erguer-se) = pedra levantada, empinada, pedra aguda”.HISTÓRICO: Itabira < Nossa Senhora do Rosário de Itabira < Itabira do Mato Dentro < Presidente VargasLitotopônimo < Hagiotopônimo < Litotopônimo < AxiotopônimoESTRUTURA MORFOLÓGICA: Nf [Ssing]INFORMAÇÕES ENCICLOPÉDICAS: O Cônego Trindade informa que o povoamento data de 1705,quando o Pe. Manuel do Rosário e João Teixeira Ramos descobriram ouro. ITABIRA DO MATO DENTROfoi elevada à freguesia por alvará de 20 de dezembro de 1825. O município de Itabira foi criado por ato de 30de junho de 1833, desmembrado do de Caeté; a vila foi instalada solenemente a 7 de outubro do mesmo ano.Foi elevada à cidade com a denominação de ITABIRA DO MATO DENTRO, por lei Nº 374, de 9 de outubrode 1848. O decreto-lei Nº 839, de 13 de junho de 1942, deu ao município a denominação de PresidenteVargas. Mas o decreto Nº 2430, de 5 de março de 1947, restabeleceu a denominação antiga, ITABIRA.(BARBOSA, 1995, p.155 / COSTA, 1993, p. 255 / TRINDADE, 1945, p. 122).ESCRITOS DOS VIAJANTESJOHANN BAPTIST VON SPIX / KARL FRIEDRICH PHILIPP VON MARTIUS (1817-1820)“Soberbo e o panorama que se descortina do alto desta montanha, de mais ou menos 5.400 pés de altitude,em cuja ascensão, gastamos quatro hora; estão deitados como gigantes, em torno dela: o Pico de Itabira,perto de Sabará; a Serra do Caraça, perto de Catas Altas; a Serra da Lapa etc.; e, diante de nós, a oeste,resplandecia a Lagoa Santa. A alma do espectador, perante tais perspectivas, de pontos altos, por assimdizer, vagueia enlevada em visões, e, fitando por cima dos campos, montes e habitações dos homens,consagra os lugares, que já por natureza dominam sobre as regiões longínquas”. (SPIX & MARTIUS, 1981,p. 17).AUGUSTE FRANÇOIS CESAR PROUVENÇAL DE SAINT-HILAIRE (1816-1822)“Para ir de Itajuru a Itambém, passei, quando de minha primeira viagem, pela sucursal de Itabira de MatoDentro. Não querendo passar por uma região que eu já conhecia, continuei a seguir, além de Itambé, pelaestrada real que, sempre a leste da grande cadeia, vai de Mariana a Vila do Príncipe, e não deixei essaestrada senão entre as aldeias de Cocais e Catas Altas. Toda a região percorrida, cerca de 10 léguas, entreItambé e Cocais, é coberta de montanhas. Outrora esta zona apresentava florestas imensas, que foramqueimadas para fazer lavouras, e em seu lugar veem-se hoje somente grandes samambaias, o capim gordurae capoeiras, no meio das quais há muito escassa área de terras de cultura”. (SAINT-HILAIRE, 1974, p. 55).AUGUSTE FRANÇOIS CESAR PROUVENÇAL DE SAINT-HILAIRE (1816-1822)“A história das minas de Itabira é também a da povoação desse nome. De 1720 a 1740, aumentoulentamente, e apenas se foi sustentando até a exploração das três minas de que fizemos particular menção.Essa exploração tornou-se para o país uma fonte de riquezas: os esbanjamentos dos proprietários de lavras,e os roubos dos trabalhadores fizeram circular ouro em abundância; e os próprios faiscadores participaramdessa prosperidade momentânea, pois recolhiam dos abundantes resíduos de lavagens, de uma dracma atéduas onças de ouro por dia. Entretanto as levas de vagabundos e bandidos acorriam de toda a parte;tornavam-se um fardo pesado para os proprietários e a precária autoridade do comandante não podia porcobro aos crimes que se cometiam. Na sua vizinhança fica a Serra da Itabira, que termina em dois penhascospiramidais”. (SAINT-HILAIRE, 1938, p. 167).JOHANN BAPTIST EMANUEL POHL (1817-1821)“Do Arraial de Itambé sai um caminho pela Serra de Itabira, que se estende de sul para norte. Partimos eseguimos o caminho da serra, passando pelo Rancho Prudente, pelo Rancho Sesmaria, onde encontramosalguns pedaços de rocha, e chegamos até perto da íngreme Serra da Lapa, onde acampamos no ranchoconstruído no paredão a pique da serra, a 3 léguas e três quartos do Rio do Peixe”. (POHL, 1976, p. 377).FRANCIS DE LA PORTE, CONDE DE CASTELNAU (1843-1847)“O caminho se inclina um pouco para o sul; depois sobe a encosta da serra de Itabira, que se estende para osudoeste. Logo no próprio povoado de Itabira começam as phyllas que se alternam com o itacolomito e que, nesse lugar, se apoiam diretamente sobre o gnaisse. Os xistos filódicos têm cores variadas e passam do cinzaao preto e do vermelho ao violeta. Esta formação, que é quase sempre pregueada e amarrotada, acha-sesublevada às vezes quase verticalmente; sucede-lhe o itacolomito, que continua até a mina, cavada elaprópria nesta rocha. Veem-se no ponto de junção montes de itacolomito, contendo camadas de ardósia efragmentos destacados. Após excelente almoço, fomos visitar a povoação, que nos impressionou pelo seuaspecto nitidamente inglês, sua extrema limpeza e seus jardins floridos em frente às habitações”.(CASTELNAU, 2000, p. 99).HERMANN BURMEISTER (1850-1852)“No dia seguinte, 11 de maio, continuamos a viagem sob densa neblina. O frio era ainda cortante. Umdesfiladeiro estreito levava a uma ramificação do vale, de onde desfrutamos uma bela vista da aldeia queacabávamos de deixar. O caminho, cavado no barranco, seguia numa altura considerável, o que permitidadescortinar-se uma longa extensão a serra da Itabira. Depois de descrever uma grande curva, a estradadescia bruscamente para atingir o belo rio de águas límpidas e frias, cujo leito era marginado porescarpados rochedos”. (BURMEISTER, 1952, p. 216).PESQUISADOR: Francisco de Assis CarvalhoREVISORA: Dick, 2012.192 TOPÔNIMO: ITAMBÉ [Páginas 364 e 365]
FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO ENTRE A PALAVRA E O CHÃO: MEMÓRIA TOPONÍMICA DA ESTRADA REAL, 2012

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