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Nascimento de Francisco José de Lacerda e Almeida (1753-1798), filho do capitão português José António de Lacerda e da luso-brasileira de Itu, D. Francisca de Almeida Pais
22 de agosto de 175318/04/2024 20:30:55


Francisco José de Lacerda e Almeida (São Paulo, 1753 – Cazembe, 1798), Cavaleiro da Ordem de Cristo, Doutor em Matemática pela Universidade de Coimbra, Lente da Real Academia dos Guardas da Marinha de Lisboa, Sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa, Capitão de Fragata e Governador dos Rios de Sena,[1] foi um dos maiores viajantes exploradores do século XVIII.

Durante 10 anos percorreu grande parte da América do Sul, por caminhos fluviais, entre Belém, Vila Bela e São Paulo na campanha de demarcação de fronteiras entre o Brasil e a América espanhola. Mais tarde, percorreu parte de Moçambique e da atual Zâmbia, no que passaria a ser a primeira tentativa científica de travessia de África. Magnus Roberto de Mello escreveu a seu respeito: "A demarcação das fronteiras da América do Sul e a expedição de travessia da África estão entre as maiores aventuras científicas do século XVIII. Lacerda e Almeida participou de ambas".[2]BiografiaFrancisco José de Lacerda e Almeida nasceu em São Paulo em 1753. Era filho do capitão português José António de Lacerda e da luso-brasileira de Itu, D. Francisca de Almeida Pais.[3] O capitão José António de Lacerda, natural de Leiria tinha emigrado para São Paulo, onde possuía uma das únicas três farmácias aí existentes em 1765, situada na atual Praça da Sé.[4] Por parte da mãe, cuja família foi descrita por Pedro Taques na sua obra Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica (títulos Taques Pompeus, Laras e Godoys),[5] Lacerda e Almeida descendia de alguns dos primeiros povoadores de São Vicente como Estêvão Gomes da Costa ou Garcia Rodrigues, e de conhecidos sertanistas e bandeirantes como Lourenço Castanho Taques, o primeiro descobridor das minas de ouro do Brasil, que "tendo recebido um convite do príncipe regente Dom Pedro em 1674 para o descobrimento de ouro e prata (...) resolveu-se com seus cabedais e força de armas penetrar o sertão dos gentios Cataguazes (...) e conseguiu o 1.º conhecimento das minas, a princípio chamadas de Cataguazes, e mais tarde (...) chamadas Minas Gerais".[6]Formação e primeiros anos da vida profissionalLacerda e Almeida faz parte da elite brasileira que no final do século XVIII foi estudar para a Universidade de Coimbra, recentemente reformada pelo Marquês de Pombal. Não se sabe onde fez seus primeiros estudos, mas os registos da Universidade de Coimbra indicam que em 1772, Lacerda e Almeida já se encontrava matriculado no 2.° ano de Filosofia e no 1.° ano de Matemática.[3] Com ele encontravam-se outros "brasileiros", entre os quais o seu futuro colega de trabalho no Brasil, o mineiro Antônio Pires da Silva Pontes. Em 1777, aos vinte e quatro anos, recebeu o grau de doutor em Matemática[7] e Astronomia, tendo sido aprovado nemine discrepante.

Demarcação das fronteiras do Brasil

Em 1780 Lacerda e Almeida e o seu colega Antônio Pires da Silva Pontes, também doutorado pela Universidade de Coimbra, receberam a incumbência de tomarem as medidas astronômicas necessárias à demarcação dos limites fronteiriços do Mato Grosso com as colônias castelhanas. A missão demarcadora, que deixou Lisboa em 1780, com destino a Belém do Pará, era um desdobramento do Tratado de Santo Ildefonso, assinado em 1777.

De Belém, os astrônomos seguiram para Vila Bela, no Mato Grosso, onde começaram a atuar na demarcação das fronteiras. Lacerda e Almeida recebeu a incumbência de explorar as bacias do Rio Guaporé e do Rio Paraguai. Por fim, dirigiu-se a Cuiabá e dali a São Paulo, onde chegou em 1790. Foram mais de dez anos explorando o sertão do Brasil.

Lacerda e Almeida deixou uma série de diários relativos a cada uma das etapas da sua grande viagem pelo interior do Brasil, além de mapas e tabelas de latitudes e longitudes. Estes diários viriam a ser publicados em 1841, por ordem da Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, com o título de Diário da viagem do Dr. Francisco José de Lacerda e Almeida pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Matto-Grosso, Cuyabá, e S. Paulo, nos annos de 1780 a 1790.

Regresso a PortugalLacerda e Almeida chegou de volta a Portugal em 1791, tornando-se professor da Academia Real dos Guardas da Marinha. Entretanto, enquanto ainda viajava pelo Brasil, já tinha sido eleito sócio da Academia Real das Ciências.Em 1797, foi nomeado Governador dos Rios de Sena (Zambézia), na África Oriental, pelo então ministro e secretário de Estado da Marinha e do Ultramar, D. Rodrigo de Sousa Coutinho. Tinha por missão específica fazer a travessia da África, entre Moçambique e Angola.Primeira tentativa de travessia de ÁfricaEm outubro de 1797 Lacerda e Almeida já se encontra em Moçambique. O seu Diário da viagem de Moçambique para os Rios de Senna indica que saiu de Quelimane a 30 de Outubro de 1797 e que chegou a Tete, capital dos Rios de Sena, a 23 de janeiro do ano seguinte.Depois de um período de vários meses de preparação Lacerda e Almeida dirigiu, entre julho e outubro de 1798, o que viria a ser a "primeira expedição científica no sul da África Central (...) resultando na descoberta do Cazembe (...) e do lago Moero",[8] na fronteira atual da Zâmbia com a República Democrática do Congo.Depois de ter percorrido mais de 1300 km desde Tete, Lacerda e Almeida chegou, já doente e com febres, a Cazembe, então parte do reino de Lunda, a 3 de outubro de 1798, onde contacta com o Rei Muata Lequéza, 4.° soberano do Cazembe,[9] que o recebe como "irmão". Passadas duas semanas veio a falecer sem conseguir concluir a travessia.No seu diário de viagem deixou ordens expressas escritas para que seus subordinados continuassem a missão. Todavia, houve uma revolta e a expedição retornou a Moçambique. Os homens que continuaram fiéis ao Padre Francisco João Pinto, nomeado pelo próprio Lacerda e Almeida antes de falecer para lhe suceder no comando da expedição, ainda permaneceram alguns meses no Cazembre mas também regressaram a Tete sem tentar continuar até Angola, como inicialmente previsto.O diário de viagem do explorador foi salvo e trazido para Tete e publicado pela primeira vez em Lisboa entre 1844 e 1845 nos Anais Marítimos e Coloniais por iniciativa do Marquês de Sá da Bandeira acompanhado do diário da viagem de regresso a Tete pelo Padre Francisco João Pinto. Estes documentos virão a ser traduzidos mais tarde para inglês e publicados em Londres em 1873 numa obra intitulada The Lands of Cazembe: Lacerda´s journey to Cazembe in 1798 pelo explorador inglês Sir Richard Francis Burton, que escreveu "se o Dr. Lacerda não executou o seu projeto, o seu sucesso parcial aumentou, consideravelmente, o nosso conhecimento sobre o interior de África, (...) até que o Dr. Livingstone tenha regressado da sua terceira expedição, os escritos de Lacerda devem continuar a fazer autoridade".[10]Em 1879, num dos seus livros de História, intitulado Os Grandes Navegadores do século XVIII (3.° volume da História Geral das Grandes Viagens e dos Grandes Viajantes), o conhecido escritor e historiador francês Júlio Verne, escreve três páginas sobre Lacerda e Almeida, lamentando a falta de documentação mais completa sobre o explorador e exprimindo "uma pena profunda de não ter podido (…) escrever mais demoradamente sobre a história dum homem que fez descobertas tão importantes, e em relação ao qual a posteridade é soberanamente injusta deixando-o no esquecimento"[11]Homenagens e locais a que deixou o nomeA cidade de Pontes e Lacerda no Estado do Mato Grosso foi assim chamada em homenagem aos dois cientistas, Silva Pontes e Lacerda e Almeida, que desenharam os primeiros esboços da carta geográfica dos rios das bacias Amazônica e do rio Prata.[12]Outros locais no Brasil, como o Rio Lacerda e Almeida no Estado de Rondônia ou a Ilha Lacerda e Almeida no rio Paraná, Estado de São Paulo, receberam nomes em homenagem ao trabalho levado a cabo por Lacerda e Almeida naquelas regiões.Em África, a primeira homenagem foi uma iniciativa do Rei do Cazembe, que mandou instalar um "Maxâmo", à memória de Lacerda e Almeida, que que o major Pedroso Gamito ainda teve oportunidade de ver em 1832.[13] O major Gamito explica que os Maxâmos são "os jazigos dos Muatas [reis] que os Cazembes reverenciam como lugares sagrados".[14]Em 1893, uma povoação de Moçambique, na margem direita do Zambeze, recebeu o nome de Lacerdónia em homenagem ao explorador.[3]
[k-1776] 1° fonte: 18/04/2024
Francisco José de Lacerda e Almeida, consulta em Geni.com

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Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
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