“A arquitetura na reprodução da memória: o caminho de Peabiru”. Anderson Franciscon, Caroline Salgueiro da Purificação Marques e Mauricio Hidemi Azuma
2017
08/04/2024 04:21:19
O Peabiru foi o principal caminho pré-colombiano existente na América e estas características já vêm sendo descritas desde o século XVI. Igor Chmys constou que o Caminho não subia elevações, mas sim as contornava, sendo, portanto, bastante sinuoso, explica Casemiro (2010a). Bond (2009), descreve que o Caminho era forrado “pavimentado”, e o material utilizado mudava de acordo com a região, pois atravessava “pântanos, selvas, rios, pedreiras, areias, entre outros”, sendo considerado uma verdadeira obra de engenharia.
Em território brasileiro o Caminho era forrado por gramíneas, e à medida que se aproximava do Império Inca era forrado por pedras, em alguns locais como o Chaco paraguaio, era demarcado por estacas. Há indícios de trechos em território brasileiro forrados por pedras nas proximidades da aldeia de Meruri e do Rio Miranda, ambas as localidades situadas no estado do Mato Grosso, explica Bond (2009).
Nos locais onde o Peabiru era forrado com gramíneas, seus construtores plantavam ervas, que produziam sementes glutinosas em alguns trechos, para que quando algum homem ou animal passassem por ele, as sementes grudavam em suas pernas, sendo disseminadas em outros trechos. Esta forragem tinha duas funções retentoras: barrar a erosão, e a invasão de outras plantas sobre o Caminho, fazendo com que o Peabiru funcionasse como um corredor, estando sempre livre e limpo.
De acordo com Cadernos da ilha (2004), há autores que negam a existência do Peabiru, mas de fato é que no ano de 1555 o ex-governador do Paraguai Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, descreve sua caminhada entre a Ilha de Santa Catarina e Assunção, utilizando um Caminho feito pelos índios; Días de Guzmán diz ter andado por um Caminho bastante destacado, nomeado de Peabeyú, o padre Montoya, fundador das missões do Guairá, onde no ano de 1639, dizia ter andado por um Caminho que tinha oito palmos de largura. Bond (2009) acrescenta outros personagens como Pedro Lozano, que no ano de 1739 escreveu o nome Peabiru pela primeira vez, como o conhecemos hoje.
Segundo Gaioski (2004), o governador do Paraguai “Cabeza de Vaca”, no dia 7 de dezembro de 1541, passou por um grande rio, “Rio Ivaí”, e no dia 14 avistou uma aldeia indígena, onde efetuaram a leitura da latitude local, obtendo 24.5º, “posicionamento próximo ao do muni [Página 108]
“A arquitetura na reprodução da memória: o caminho de Peabiru”. Anderson Franciscon, Caroline Salgueiro da Purificação Marques e Mauricio Hidemi Azuma
Caminho Itu só 1604 QUEM É O ÚNICO ENVOLVIDO NO ASSALTO AO BANCO CENTRAL QUE NÃO FOI PRESO? FABIO PREVIDELLI, em aventurasnahistoria.uol.com.br
21970 584
“
Em 1538... aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los.