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Resumo da História Econômica e Social de Mangaratiba, Mirian Bondim
outubro de 201504/04/2024 23:47:59

26. A Grande Freguesia de Mangaratiba provoca mais conflitos na aldeiaApós a inauguração da igreja matriz, em 1º de fevereiro de 1802, a paróquia da Aldeia de NossaSenhora da Guia passou a administrar todas as terras compreendidas entre a ponta deItacurubitiba e o rio Itinguçu, incluindo as ilhas de Itacuruçá, Jaguanum, Guaíba, Madeira eMarambaia, dando início ao processo que viria a determinar o fim do aldeamento tupiniquim.A ampliação da freguesia fez aumentar os conflitos entre brancos e índios na aldeia e revelou aexistência de um mercado local onde eram exercidas atividades rurais e portuárias. Tal fatomarcava o aumento da presença de brancos na região, gerando conflitos relacionados à posse deterras e ao interesse dos novos moradores em desenvolver uma política urbanizadora no local.27. Rebelião Tupiniquim em MangaratibaCom o aumento da presença de brancos na aldeia, o clima de tensão chegou ao auge. Um grupo deíndios resolveu atacar o capitão-mor, indo armados à sua residência na localidade de Praia Mansa(atual Ibicuí) com a intenção de matá-lo. Os revoltosos, vendo os filhos da vítima defendendo opai, recuaram. Mas, ao retornarem ao arraial, destruíram as casas construídas de pedra e cal.

Os revoltosos lutavam, também, pelo fim das tavernas (espécie de botecos onde se reuniam osbêbados e as prostitutas) e pela expulsão de todos os brancos que tentassem construir casas noarraial, acusando-os de "seduzir as moças donzelas" e de cometerem furtos. Também ameaçavamexpulsar da região todo aquele oficial (representante da Câmara da vila de Angra dos Reis à qual afreguesia de Mangaratiba pertencia) que permitisse a construção de casas de brancos nalocalidade, com medo que tivessem o mesmo fim que a aldeia de Itaguaí. Esse fato culminou, em30 de novembro de 1806, com um oficial tendo sua casa invadida por um aldeado que o atingiucom um machado.Duas semanas após o acontecido, um grupo de dezenove moradores brancos da freguesia deMangaratiba enviou um ofício ao vice-rei, denunciando um possível levante dos aldeados contra eles na aldeia e solicitava medidas de segurança, através de um ofício foi intitulado como:“Representação dos moradores na aldêa de Mangaratiba em 13 de dezembro de 1806”.Pedro Alexandre Galvão e os demais índios redigiram também uma representação em quereclamavam dos procedimentos do capitão-mor José de Souza Vernek e de alguns habitantes dafreguesia. O vigário Joaquim José da Silva Feijó deu um depoimento em defesa do capitão-mor,este se livrou das acusações. Mesmo assim, o vice-rei Conde dos Arcos resolveu tomar medidasrigorosas.O Juiz da Comarca da Vila da Ilha Grande, à qual a freguesia estava subordinada, organizou umprocesso, ouvindo o vigário, o capitão-mor, os novos moradores e os índios. No final prevaleceu apalavra do vigário a favor do capitão-mor e a Justiça da comarca concedeu licença para a livreconstrução de casas de pedra e cal pelos novos moradores da freguesia.Quando os índios ficaram sabendo da decisão do Juiz, aconteceu outra rebelião tupiniquim,atacando, em multidão, as casas dos novos moradores. O vigário e o capitão-mor corriam perigo,pois eram acusados pelos índios. O comandante da Vila da Ilha Grande enviou soldados da milíciapara manter a ordem no povoado. Demitiu o capitão-mor e nomeou outro, mandando prender oslíderes da revolta. Esses foram punidos com trabalho escravo na capital terminando assim, arebelião. Daí em diante, a população nova foi ganhando terreno, construindo e se estabelecendonos povoados da freguesia.Processo de emancipação política de Mangaratiba28. A economia na grande freguesia de MangaratibaPor todo território da antiga freguesia (do Itinguçu até Itacurubitiba), engenhos e engenhocastocavam a economia de Mangaratiba a todo o vapor. Também se desenvolviam em várias fazendase sítios da região, principalmente na Ingaíba, plantações de arroz, feijão, batatas, anil, fumo,criações de bois, porcos, galinhas. Algumas dessas produções eram negociadas nas grandes cidadescom a atividade portuária dando seus primeiros passos no litoral mangaratibense, enquanto asterras da aldeia, no centro da freguesia, somente desenvolviam pequenas plantações e pesca parasubsistência dos seus aldeados.Por ordem de Marquês de Lavradio, foi construída a “Estrada da Corte”, um caminho de tropas queligava o Rio de Janeiro à Vila de Angra dos Reis. Essa estrada cortava todo o litoral mangaratibenseaté a Ingaíba, onde saía do litoral por um estreito caminho entre serras, que seguia do Batatal atéAngra dos Reis. Mais tarde, esse caminho ficou conhecido como “Estrada do Telégrafo”, devido àsinstalações de postes para funcionamento do telégrafo. [Páginas 21 e 22]

29. Mangaratiba dos engenhosSomente o “Engenho de Itacuruçá” fez parte do chamado “Primeiro ciclo do açúcar da economiabrasileira”, ocorrido entre os anos de 1534 a 1640. No segundo meado do século XVII, quando esseciclo produtivo começou a entrar em decadência, logo após a expulsão dos holandeses do Brasil,Salvador Correia de Sá e Benevides trocou seu engenho e todas suas fazendas em Mangaratiba,com o Engenho Fumaça de Irajá de propriedade de D. José Rendom. Essa troca ocorreu,precisamente, em oito de junho de 1652.

Durante o século XVIII, o ouro substituiu o açúcar como principal produto brasileiro. Nesseperíodo, que ficou denominado como “O século do ouro”, todas as atenções das autoridadesgovernamentais da colônia estavam direcionadas a dar segurança e proteção à saída desseprecioso metal e ao combate da pirataria que invadia todo o litoral da região. Os engenhos do Riode Janeiro aumentaram a produção de aguardente que servia para estabelecer o comércio deescravos entre os portos de desembarques e a áreas mineradoras, absorvedoras de mão de obraescrava.A aguardente se transformou num valioso produto que servia de base de troca com Sobas (chefestribais africanos) para obtenção de escravos capturados nas lutas tribais na África e negociadoscom traficantes portugueses. Mangaratiba passou a fazer parte ativa desse processo. Grandesengenhos de açúcar e aguardentes foram estabelecidos em terras mangaratibenses, como daMarambaia, do Sahy, de Itacurubitiba, etc. Outros menores também movimentavam sua produçãocom poucos escravos em Jacareí, na Ingaíba, no Saco de Mangaratiba, na Ilha Guaíba e nas demaislocalidades. [Página 23]

documento, o padre deixa claro que essa cultura já se destacava Mangaratiba no final do séculoXVIII e início do século XIX:“Igualmente se estende a fertilidade do terreno de Mangaratiba a várias frutas, entre estas devo primeirotratar das bananas, que as produz muito boas, assim das chamadas da terra, como das de São Tomée istoem todo o sítio e lugar sem distinção desse ou daquele terreno”.Tractado de 1810Porém, a produção de bananas em grande escala ascendeu nas primeiras décadas do século XX,coincidindo com a decadência do café, cuja ausência de mão de obra escrava, após a abolição, erafato consumado e com o evento do trem. Nesse período, ocorreu, em todo o município, umagrande derrubada de árvores para produção de lenha e carvão. O plantio de bananas foisubstituindo as àrvores derrubadas, se expandindo por todas as serras mangaratibenses.Até o primeiro meado do século XX, das diversas localidades de Mangaratiba: Serra do Piloto,Várzea da Praia do saco, Rubião, Jacareí, Itacurubitiba, Ingaíba, Praia Grande, Muriqui e Itacuruçá,tropas carregadas de bananas em seus jacás e barcas lotadas de bananas seguiam em direção àsestações e paradas de trens. A grande produção de banana, neste período, era conduzida aosvagões dos trens destinados à Santa Cruz, cujos compradores já esperavam pelo produto naestação.Já no segundo meado do século XX, quando foi inaugurada a Estrada de Rodagem, ligando omunicípio do Rio de Janeiro à Mangaratiba (Rodovia RJ-14) a produção de banana alcançou seuapogeu (entre 1950 e 1970). Caminhões desciam a Serra do Piloto abarrotados de bananas. Aspropriedades, tanto do continente quanto das ilhas, enviavam, semanalmente, grandesquantidades dessa fruta para ser embarcada nos vagões ou pela rodovia RJ-14, até a cidade do Riode Janeiro.69. As regiões isoladas e a produção de bananasInfelizmente, tanto a linha férrea, como a Estrada de Rodagem, não chegou a região da Ingaíba,Itacurubitiba, Conceição de Jacareí, ficando os produtores e moradores dessa área isolados edesassistidos desses progressos por muitos anos. Mesmo com esses contratempos, a fazenda quemais se destacou na produção de bananas em todo o município de Mangaratiba estava localizadana Ingaíba: “A Fazenda das Três Orelhas”.Nessas áreas, a banana descia a serra transportada em lombo de burros acomodada em grandesjacás e, depois era conduzida em canoas até as praias, de onde era levada aos vagões dos trens,destinados à Santa Cruz, cujos compradores já esperavam pelo produto na estação. Nesse períodohistórico, o porto de Mangaratiba inundava-se de pequenas e grandes embarcações carregadas debananas, que eram trazidas dos bananais da região, em média 80 a 100 dúzias de cachos dessafruta. [Página 50]
Resumo da História Econômica e Social de Mangaratiba, Mirian Bondim*

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