Comentando a assinatura do decreto que tornou "santo" o padre José de Anchieta, em abril de 2014, pelo Papa Francisco, Carla Galdeano, coordenadora do Museu Anchieta, no Pateo do Collegio, em São Paulo, comentou:
"Ao longo da vida, Anchieta ficou conhecido por sua característica de conciliador. Exerceu papel fundamental durante o conflito entre nativos tamoios (ou tupinambás) e tupiniquins, chamado de Confederação dos Tamoios, que, segundo Carla, ocorreu entre 1563 e 1564." [24882]
Sobre este assunto, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida (1904-1981), em sua "História de Sorocaba":
"Provavelmente, passava por estas imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [21228]
Para Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957), 11° presidente do Brasil, amigo e confidente de Castanho:
"Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua:
"Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões. Os nativos Tupiniquins tomaram posse da região de Sorocaba partindo do litoral para onde haviam vindo, desde a Bahia (...)"
Quando?
Sabe-se, graças aos textos meticulosamente recolhidos e examinados por Alfred Métraux, da extensa migração tupinambá do litoral atlântico para o poente, em 1540. [26567]
Em setembro de 1542, tem-se registro de uma ofensiva por parte dos Tupinambás à região de São Vicente [29196]. E em 1549, sofrendo com a colonização portuguesa, 12.000 a 14.000 nativos partiram do litoral rumo aos Andes. Apenas trezentos chegaram a Chachalpoyas, no Peru, onde foram capturados e presos [28165].
Os carijós resistiram até que, subitamente, em 6 de abril de 1585, sob a liderança de Afonso Sardinha, os "paulistas" solicitam
“guerra campal aos nativos nomeados carijós os quais a tem a muitos anos merecida por terem mortos de quarenta anos a esta parte mais de cento e cinquenta homens brancos assim portuguezes como espanhóis até mataram padres da companhia de jesus que foram doutrinar e ensinar a nossa santa fé católica...” [28110]
Os Carijós, nação nativa assás numerosa que dominava nas costas da província de São Paulo, ao sul da bahia de Cananéa, até as vizinhanças da lagoa dos Patos. Eram estes nativos afáveis, porém suspeitosos e pusilânimes. Em 1585, os naturais de São Vicente penetraram neste país em procura de minas, e porque quisessem obrigar os nativos a ajudarem-nos em suas explorações, ou por outro qualquer motivo, foram quase todos mortos. Os habitantes da capitania de São Vicente, indignados com este acontecimento, pediram licença á câmara da vila de São Paulo para fazer guerra aos ditos nativos, que foram a final subjugados e reduzidos á escravidão; porém algumas das tribos mais valerosas se recolheram no interior das matas. No século seguinte um sem-número de paulistas se derramaram pela parte do sul e do oeste do país, e os Carijós que viviam nas matas se retiraram para o sertão (...) [24159]
Para Luiz Castanho de Almeida (1904-1981), primeiro autor mencionado:
O primeiro branco era o português Afonso Sardinha(..) chegou em Sorocaba entrando para o sertão, à procura de ouro e prata, por volta de 1589, data mencionada por Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). [9049]
José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912), o Barão do Rio Branco, registra em suas Efemérides Brasileiras:
(...) tinham na região do Anheby 300 aldeias e 30.000 sagitários. Em seis anos de guerra, ficaram destruídas todas as aldeias. De 1592 a 1599, dirigidos por Afonso Sardinha e depois por Jorge Correia e João do Prado, fizeram os paulistas outra grande guerra de extermínio (...) [28106]
Por fim, em 1616, o mapa "Brasilia" de Petrus Bertius (1565-1629), registra Sorocaba, ainda sob o nome de São Felipe, "encurralada" entre os Tupis, "nikins" e "nambás". [24704]
Caminho Itu só 1604 QUEM É O ÚNICO ENVOLVIDO NO ASSALTO AO BANCO CENTRAL QUE NÃO FOI PRESO? FABIO PREVIDELLI, em aventurasnahistoria.uol.com.br
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(...) visualize um objetivo e vão atrás dele, torne-se divertido. Você tem que ter um propósito, independente do que faz na vida, você tem que ter um propósito. Essa é a regra número um: ter um objetivo.