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É com vocês, Itararé: nosso córrego que nasce embaixo da pirâmide. Celso "Marvadão" Ribeiro
2 de maio de 202307/04/2024 04:21:08

(#SorocabaEsquecida) - Gosto mais dos quintais e dos fundos que das fachadas. Tenho espírito de arqueólogo urbano, estou sempre procurando ruínas do passado escondidas no presente.Uma planta de Sorocaba, de 1909,desenhada pelo memorialista e escritor Antônio Francisco Gaspar, aponta a existência do córrego Itararé, cortado por rua do mesmo nome,curso d´água que nascia perto do Mosteiro de São Bento e descia até o Rio Sorocaba.Cadê esse córrego, onde foi parar, ainda existe? Sim, existe, embora nem conste mais da relação oficial dos veios d´água da cidade. Se procurar, você acha e vai descobrir curiosidades e revelações sobre a história de Sorocaba. Fui ver in loco, e gostei do que encontrei.Em tupi-guarani, Itararé significa pedra oca, solapada, ou pedra que o rio cavou. Onde ficaria esta pedra?O córrego tem suas vertentes próximas ao Largo de São Bento. Provavelmente, era delas que se alimentava a bica da Rua da Bica (Voluntários de Sorocaba, onde os beneditinos distribuíam água corrente para população).Na minha andança de turista dos quintas e dos fundos de propriedades, descobri que o córrego Itararé nascia como ainda nasce embaixo do Edifício Antares (conhecido como Pirâmide), construído em cimento aparente na Rua Doutor Arthur Martins, inaugurado em 1986. Quem passa pelo local, vai escutar o barulho das bombas da casa das máquinas, que alimenta um reservatório do subsolo. Quando da construção do moderno edifício, descobriu-se que havia ali minas de água, que inclusive impediam a abertura de mais andares para baixo. É por ali que se forma o córrego Itararé.SIGA A SURPREENDENTE SEQUÊNCIADa Pirâmidade, o curso d´agua segue morro abaixo, passando por galerias sob a Rua Nogueira Martins, próximo do prédio do INSS (pelo "paredão da Light") e ao lado da área da atual sede da CPFL Piratininga. Ali, ao final do Beco do Inferno (Rua Leite Penteado), historicamente já foi curral, matadouro e depois sede das empresas que iniciaram a produção de energia elétrica em Sorocaba (Empresa de Energia Elétrica Sorocaba e depois a subestação da São Paulo Electric Company, subsidiária da Light and Power).No local, junto à atual Rua Senador Feijó (antiga Rua Boa Vista de Baixo), também funcionou a garagem dos bondes, a partir de 1915.

Seguindo o roteiro, o Itararé, enterrado, passa pela Rua Brigadeiro Tobias. Dá para ouvir o murmúrio das águas que sai de boca de lobo, perto da escola Liceu Pedro II.Nesse ponto, o córrego passa correr a céu aberto entre as ruas Brigadeiro Tobias e Rodrigues Pacheco (acho que o antigo nome dela era Rua Itararé apontada no mapa de 1909). Segue à margem de um corredor por onde passam torres de alta tensão, junto a um extenso estacionamento que vai até próximo do Hospital Samaritano (hoje Notre Dame).No trecho, ouve-se o borburburinho das águas, correndo por baixo da vegetação baixa e arbustiva, seguida de um capão de mata em recuperação. Algumas árvores com cipós, trepadeiras e orquídeas, espaço verde nem citado nos levantamentos que tratam do meio ambiente da cidade. Sim, há muito lixo, às margens. Encontrei até uma pequena plantação de mandioca e alguns pés de couve, com hastes finas e alongadas, como as que existem em casas de sítio. Vi inclusive dois espantalhos erguidos, uma antiga escadaria, pombas do mato e garças.Enfim, uma área verde escondida em pleno centro, só vista por quem decide entrar no local e conferir.Dali para frente, o Itararé volta a entrar pelo cano, passando entre o Hopistal e o Liceu Pedro II, depois sobre a Rua Leopoldo Machado (antiga Rua da Margem), sob a Avenida Marginal e, por fim, desemboca em galeria apenas como um fio d´agua despejado no Rio Sorocaba.O Córrego Itararé chega no ponto do rio que já foi chamado de Porto de Cavalos, por causa do tropeirismo, bem ali, perto do pontilhão da Estrada de Ferro Votorantim, onde fotos antigas registraram a presença de roupas brancas estendidas pelas lavadeiras, numa sequência que ia até a altura do atual Terminal São Paulo.O Córrego Itararé, esquecido e escondido, ainda está vivo, corre e conta muito da história da cidade. Mas só para quem dá "zum no zóio" para além das fachadas e da paisagem oficial.#MarvadãoHistória #Sorocoisas #SorocabaEsquecida
É com vocês, Itararé: nosso córrego que nasce embaixo da pirâmide. Celso "Marvadão" Ribeiro

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