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jkjlk
1 de janeiro de 197903/04/2024 22:10:29

Parque das Laranjeiras
Data: 01/01/1982
Créditos: Reprodução / Facebook

O HOMEM PRIMITIVOAlgumas referências às principais notícias quinhentistas sobreos índios encontrados na Capitania de São Vicente e suascircunvizinhanças.A DISTRIBUIÇÃO geográfica e as classi·ficações étnica e cultural dos indígenas das capitanias dos irmãos Lopes deSousa constituem uma questão intrincada e mesmo obscura, sobcertos aspectos, porque as descrições que os cronistas e escritoresnos legaram são, em alguns casos, discordantes e lacunosas, con·tribuindo para as dificuldades encontradas a mobilidade dos gruposameríndios em seus contínuos deslocamentos territoriais, impulsionados e tangidos pelo nomadismo peculiar ao sistema de subsistência que adotavam, pelas guerras intertribais e pelo expansionismo do branco invasor.Seja como for, no estudo do presente assunto, apesar decertas divergências, foram básicos e relevantes os relatos quinhentistas sobre o homem primitivo, conforme se poderá Vi$1umbrar,a seguir, através de algumas transcrições de fragmentos de notícias:.,;De Diogo GarciaDiogo Garcia, relatando a sua viagem ao Paraguai (1), escreveusobre o indígena do litoral fluminense, no caso o Tupinambá, oseguinte: << ... en ella y en toda esta costa hasta el Cabo Frio malagente per fera é comem carne umana e andam desnudos». Descendomais pelo litoral, a frota do <1527, onde os espanhóis mantiveram contatos (cinco anos antes de Martim Afonso) com antigos moradoresdaquele porto: << . . . alli vive um Bachiller e unos yernos suyosmucho tiempo ha que ha bien 30 anos . .. » em paz com <> (2) e<, ... andando en el camino ai legamos á un rio que se llama el riode los Patos ( .. . ) que ay una buena generacion que hacem muibuena obra á los cristianos, e llamanse los Carrioces» (3). [Página 15]

Como revelou Diogo Garcia, em 1527, os Tupis de São Pauloeram <<índios bons e amigos dos cristãos", conceito que perdurariaaté meados do século, porque em 1553 o P. Manuel da Nóbregaratificava essa notícia ao escrever em uma de suas missivas aEl-Rei que a « . . . Capitania de São Vicente, onde a maior parteda Companhia (era o grupo mais numeroso do Brasil) residimospor ser ella terra mais aparelhada para a conversão do gentio quenenhuma das outras partes, porque nunqua tiverão guerra comos christãos, e hé por aqui a porta e o caminho mais certo e seguropera entrar nas geraçõis do sertão» (4).Também os Carijós, adversários dos Tupis de São Vicente,foram considerados, conforme a <> aludida, colaboradores doscristãos (talvez espanhóis); mas, quatro anos mais tarde, dizimaram, nas proximidades da foz do lguaçu, a expedição de oitentahomens, chefiada por Pero Lobo, que partira de Cananéia em 18de setembro de 1531, à procura de minas de ouro e de prata.Do Padre Manuel da NóbregaO P. Manuel da Nóbrega, em sua <> (1549), afirmou: <> (5).Serafim Leite esclareceu que a ordem das citações dessespovos << .. . parece indicar a linha Sul-Norte: Guayanases e Carijósna Capitania de S. Vicente ( . .. ) Gaimurés (Aimorés) ao Nortedo Espírito Santo, Tupeniques (Tupinaquins ou Tupiniquins) emPorto Seguro, e Tupinambás na Baía>> (6).De Ulrico SchmidlUlrico Schmidl, ex-soldado alemão a serviço da Espanha, 1n1-ciou, em 26 de dezembro de 1552, uma viagem por terra deAssunção a São Vicente, onde chegou em 13 de junho de 1553.Descrevendo essa longa caminhada de 476 léguas, que duroucinco meses e meio (7), o aventureiro fez referência a << . .. umaldeamento tupi Kariesseba, por onde passou, uma nação Wies·sache, que habitava as margens de um rio Urquaie, e, finalmente, [Página 16]

Nesse famoso livro, Jean de Léry divulgou, como Staden ofizera, preciosas informações sobre os Tupinambás (ou Tamoios)que eram vizinhos dos Maracajás (50), Goitacás e Carijós. Vejamosalgumas referências aos Goitacás e Carijós (51).Os Uetaka (Uetacá ou Goitacá), do grupo dos Charruas (52),habitantes das regiões do <> (53). Segundo Léry, usavam «Cabelos compridos pendente~até as nádegas» e eram excelentes corredores porque <1576, ao deno·minar o primitivo habitante do Brasil chamou-o de <<índio», OU«gentio», mas as alusões feitas na sua obra à << língua geral» quefalavam, e aos seus usos e costumes (56), fazem-nos supor quet ratou especialmente do grupo Tupi, apesar de referir-se tambén1,ainda que sucintamente, aos Jês: «Outros lndios doutra naçan1differente, se acham nestas partes ainda que mais ferozes ( . . . )chamam-se Aimorés, ( ... ) habitam da Capitania de llheos até ade Porto Seguro ... >> , informando que <<. . . há uns certos lndiosjunto do rio do Maranhão da banda do Oriente ( ... ) que sechamam Tapuyas os quaes dizem que sam da mesma nação destesAimorés . .. >> (57).A propósito desta informação de Gandavo, co vém ~ lembrarque no período colonial empregava-se, com freqü ência, o vocábulo Tapuyas para designar os grupos indígenas que não falavam o abanheém. T. Sampaio ensinou que, em Tupi, Tapuya significavabárbaro, estrangeiro (58), englobando, nessa acepção, os Jês eoutros grupos não-Tupis com caracteres étnicos e culturais bastantedessemelhantes.O emprego desse vocábulo para nomear etnias diversas, comabrangências variáveis em tempos e circunstâncias diferentes,torna inconveniente o seu uso por causa das confusões que temacarretado.Como muito bem observou Lowie: «lt certainly can lead tonothing but confusion if ethnographic and linguistic considerationsare mixed» (59).O manuscrito anônimo da Biblioteca EborenseO manuscrito anônimo da Biblioteca de Évora intitulado«Princípio e Origem dos índios do Brasil» (60) faz menção, entreoutros, aos <<. . . Tamoios, moradores do Rio de Janeiro ... », ànação Carijó <> (61). _,Foram feitas citações, no documento português, a << ... muitasnações de Tapuias ... >> (ao todo setenta e seis), entre elas aosGuaitacás que << ... vivem na costa do mar entre o Espírito-Santoe Rio de Janeiro, vivem no campo e não querem viver nos matos ... >>, aos Guaianás (62) que <<. . . vivem para a parte dosertão da Bahia, e têm língua por si . . . >> (63), e << ... outros haque chamam Cataguá; estes vivem em direito de Jequericaré entreo Espírito-Santo e Porto-seguro·· . >> (64), etc.De Gabriel SoaresGabriel Soares, em seu Tratado Descritivo do Brasil em 1587,referiu-se: aos Goitacás que habitavam o litoral do Espírito Santo· até a foz do Paraíba do Sul e foram empurrados de beira-mar·para o interior pelos indígenas que lhes eram contrários (65); aos Tamoiosque << ... aos tempo que os portugueses descobriram o Brasil ... »,ocupavam a região compreendida entre o <> e da <<. . . parte de São Vicente partem comos guaianases, com quem também têm contínua guerra, sem seperdoarem» (67).

O famoso senhor de engenho escreveu que os Guaianás ocupavam a costa da capitania vicentina "...até contestarem com os tamoios...". Ainda informou que os Guaianás foram "...senhores e possuidores>> das terras de São Vicente e alhures:<< • .• têm sua demarcação ao longo da costa por Angra dos Reis,e daí até o rio de Cananéia ( ... ) onde ficam vizinhando ... " comos Carijós. "Estes guaianases têm continuadamente guerra comos tamoios, de uma banda, e com os carijós da outra..."; <>. Apesar de fisicamentese assemelharem com os Tamoios, não matavam os seus prisioneiros e eram hospitaleiros com o homem branco (68).

Em seguida, o autor do <"...Cananéia, onde partem com os guaianases...", seus vizinhos e contrários (69).

De Antônio KnivetAntônio Knivet, tripulante da frota corsária que, sob o comandode Tomás Cavendish, saqueou, em 1591, o litoral brasileiro eacabou sendo preso pelos portugueses, em São Sebastião (Capitania de São Vicente), deixou-nos um curioso relato de suas peregrinações pelo interior do Brasil, na última década do século XVI.Knivet, nessa narrativa (70), fez referências aos Wianassesda baía da Ilha Grande, dos quais trataremos em capítulo à parte;aos Pories (71) (Puris) do Vale do Paraíba; aos Tamoyos (72) que,expulsos do litoral, se haviam refugiado no local denominado [Páginas 22, 23 e 24]

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