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Bebê-diabo causou pânico entre médicos e enfermeiras
11 de maio de 197504/04/2024 15:27:43

Bebê-diabo
Data: 11/05/1975
Créditos: Jornal Notícias Populares
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Em 11 de maio de 1975, o "Notícias Populares" estampou na capa a lúgubre manchete "Nasceu o diabo em São Paulo", sobre o suposto nascimento de uma criatura com características sobrenaturais em São Bernardo do Campo (SP). O jornal foi o único impresso a veicular o caso.

O enigmático parto do bebê-diabo rendeu ao "NP" 27 reportagens que alavancaram as vendas do jornal na época. Com tiragem média diária de 70 mil exemplares, o periódico chegou à marca dos 150 mil jornais vendidos durante a série.

A história trouxe em seu enredo boas pitadas de mistério, terror e medo.

A primeira reportagem deu conta do clima de tensão e pânico em que o parto fora realizado, evidenciado no primeiro parágrafo do texto: "Durante um parto incrivelmente fantástico e cheio de mistérios, correria e pânico por parte de enfermeiras e médicos, uma senhora deu a luz num hospital de São Bernardo do Campo a uma estranha criatura, com aparência sobrenatural, que tem todas as características do diabo, em carne e osso.

O bebezinho, que já nasceu falando e ameaçou sua mãe de morte, tem o corpo totalmente cheio de pelos, dois chifres pontiagudos e um rabo de aproximadamente cinco centímetros, além do olhar feroz, que causa medo e arrepios".

O "Notícias Populares" descreveu ainda o incontrolável temperamento do sagaz diabo. Como o dia em que, no berçário da maternidade, furioso ao ver a luz do dia, teria gritado a uma das enfermeiras: "Feche a janela!". E, olhando friamente para os demais funcionários, emendou: "Ou fecham, ou mato a todos!".

Bebê-diabo

A segunda reportagem da saga destacou o sombrio desaparecimento do mequetrefe da maternidade onde nascera. A manchete foi curta e objetiva: "Bebê-diabo desaparece". A página interna do jornal relatou a dramática fuga do diabólico bebê-capeta, que teria fugido saltando do terceiro andar do hospital. Antes de escapar, teria dito "Aqui não é meu lugar.

Essa mulher não é minha mãe..." e "Vou embora, não pertenço a este mundo. Não sou daqui. Vocês são pavorosos. Faltam acessórios em vocês".

Nas edições seguintes, o "Notícias Populares" encheu suas páginas com testemunhos de incidentes que estariam ocorrendo em toda a região do ABC paulista com o desaparecimento do tinhoso.

Frequentes desavenças entre casais e amigos que nunca haviam se desentendido, dezenas de colisões de carros com vítimas fatais e, principalmente, atropelamentos em massa, cometidos por exemplares motoristas, davam o tom da onda de pânico que assombrou o ABC durante o episódio. Crianças não foram mais vistas brincando nas ruas.

Mulheres se recolhiam mais cedo às suas residências, e portas trancadas à luz do dia se tornaram práticas comuns entre os moradores da região.

As várias tentativas de grupos de moradores na busca de pessoas espiritualizadas que fossem capazes de encontrar e derrotar o travesso foram em vão. As procissões realizadas também não lograram êxito em liquidar o diabo.

No meio da trama, o "Notícias Populares" veiculou que, após capturado por um grupo de religiosos, o bebê-diabo teria sido internado em uma clínica particular de São Bernardo, que seria aberta à visitação pública.

O jornal chegou a noticiar uma pequena lista da clínica com orientações que deveriam ser seguidas à risca pelos curiosos interessados em visitar o capeta. Eram elas: 1) ser maior de 18 anos, estar munido de crucifixo; 2) evitar conversar com o bebê-fenômeno para não ouvir palavras obscenas; 3) não ter problemas cardíacos; e 4) assinar um termo de responsabilidade em caso de ser tomado por possessões demoníacas.

Depois, novos rumores preencheram as páginas do "NP" dando conta de que o filho de Lúcifer fora visto saltando pelos telhados das casas durante a noite. "Era ele, tenho certeza! Vi com os meus próprios olhos! Parecia um louco pulando os telhados, fazendo desfeita para a Lua! Ele pulava rindo alto, mandando todo mundo pro inferno", disse, então, a doméstica Maria Aparecida de Oliveira.

Outros boatos que correram foram os de que um discreto fazendeiro, morador de Marília (SP), que, segundo os vizinhos, "não tirava o chapéu por nada desse mundo", seria o pai do bebê-diabo. O homem teria tido um rápido relacionamento com uma moradora de São Bernardo e rompera com ela havia cerca de nove meses.

"Ele dificilmente tira o chapéu, mas faz assim para esconder os dois chifres e evitar gozações", dizia um dos amigos.

Em outra ocasião, depois de ter infernizado um ritual de umbanda, a criatura fora vista pela última vez amarrada dentro de uma Kombi, estava com a cabeça baixa e muitas lágrimas nos olhos. Fanáticos religiosos o teriam sequestrado e pretendiam levá-lo para o Nordeste para dar um ponto final na história.

A penúltima manchete do "Notícias Populares" sobre o caso, em 5 de junho de 1975, trouxe o emblemático personagem Zé do Caixão, do cineasta José Mujica Marins, e dizia: "Zé do Caixão vai caçar bebê-diabo no Nordeste". Na reportagem, o cineasta, com dois de seus emissários, seguiria rumo a Salvador atrás da criatura. A intenção do grupo era mandar o diabo para o "quinto dos infernos".

O que parecia ser o fim do demônio de São Bernardo veio abaixo com a manchete: "Povo vê de novo bebê-diabo no Grande ABC". Foi a insinuante volta e, ao mesmo tempo, o fim da lendária saga do bebê-diabo nas páginas do "Notícias Populares".

Por outro lado

– Em maio de 1975, o repórter Marco Antônio Montadon, da Folha de S.Paulo, foi ao ABC confirmar o relato de que havia nascido uma criança com “duas saliências na testa” (chifres) e “prolongamento no cóccix” (rabo). Mas eram apenas más formações, que foram corrigidas com uma breve cirurgia.

– Montadon transformou a história numa crônica (fictícia) de terror, na Folha. O secretário de redação do NP, José Luiz Proença, e o editor de polícia, Lázaro Campos Borges, convocaram um repórter para “repaginar” esse texto e transformá-lo na notícia do nascimento do bebê-diabo.

– Consultado pela ME, o ortopedista Gustavo Borgo, do Hospital Israelita Albert Einstein, disse jamais ter visto relatos médicos de cauda em crianças. Segundo ele, possivelmente o “bebê-diabo” tinha um defeito congênito comum, chamado mielomeningocele, que prejudica o fechamento da coluna do recém-nascido. É resolvido com uma cirurgia logo após o parto.

– O NP foi hábil em procurar fontes oficiais (como médicos e diretores do hospital), mas usar a negativa deles de modo que gerasse ainda mais suspeita no público.

– A história também não é original. Poucos anos antes, O Bebê de Rosemary (1969) causou pânico parecido no Brasil e no resto do mundo. Outro filme recente na época que também causou polêmica foi O Exorcista (1974).

– O público do NP era composto de pessoas mais simples, com maior tendência a se apegar a crendices sobrenaturais. Meses antes, o próprio jornal já havia soltado matérias sobre a “loira fantasma” e o “vampiro de Osasco”, por exemplo.

FONTES Livro Espreme Que Sai Sangue: Um Estudo do Sensacionalismo na Imprensa, de Danilo Angrimani, e Nada Mais Que a Verdade: A Extraordinária História do Jornal Notícias Populares, de Celso de Campos Jr., Denis Moreira, Giancarlo Lepiani e Maik Rene Lima; documentário Nasceu o Bebê-Diabo em São Paulo, de Renata Druck; e site Folha de S.Paulo

CONSULTORIA Gustavo Borgo, ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Samaritano

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, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”. Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE MSS2355) fala- se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.
Comunicava o Rei D. Manoel a seus sogros, Fernando e Izabel de Espanha o sucesso da segunda viagem á índia, por seu almirante Pedro Alvares Cabral, dizendo no que se referia ao Brasil, o seguinte: “...O dito meu capitão partiu com 13 naus, de Lisboa, a 9 de março do ano passado, e nas oitavas da Pascoa seguinte chegou a uma terra que novamente descobriu, á qual colocou nome de Santa Cruz, na qual encontrou gente nua como na primitiva inocência, mansa e pacifica; a qual terra parece que Nosso Senhor quis que se achasse, porque é muito conveniente e necessária para a navegação da índia, porque ali reparou seus navios e tomou água; e pela grande extensão do caminho que tinha de percorrer, não se deteve afim de se informar das cousas da dita terra, somente me enviou de lá um navio para me noticiar como a achou.

Carta do rei dom Manuel, datada de Sintra, anunciando aos príncipes católicos o descobrimento da terra de Santa Cruz, por Pedro Álvares Cabral


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