Manuel Lopes de Oliveira instala na Chácara Casa Amarela uma fábrica a vapor de fiatura e tecidos
20 de janeiro de 1852
04/04/2024 17:27:43
Atual avenida São Paulo
Data: 01/01/1864
Créditos: Litogravura de Abreu Medeiros
Igreja Matriz e Rua XV de Novembro ao fundo (Vila Hortência (horse) (ig)(.295.
Em 1800 a Chácara do Quinzinho de Barros dividiu-se em duas, nascendo a Chácara Amarela. De ambos os lados da estrada dos Morros que as dividia em linha reta (daí o belo traçado da rua Cel. Nogueira Padilha, que começou larga por causa das tropas) existia um vale dividindo as chácaras, cujas sedes vêm vencendo o tempo.
Em 1852 Manuel Lopes de Oliveira instala-se na Chácara Casa Amarela e chegam as máquinas e teares mecânicos, os primeiros da Província de São Paulo.
O jornal local O Americano, mais tarde, e o ofício da Câmara ao Govêrno em 1856 confirmam completamente que Manuel Lopes fiou e teceu mecânicamente, o primeiro da Província, embora os cinco teares tivessem parado logo
Tag: vila hortência
Manuel Lopes de Oliveira instala na Chácara Casa Amarela uma fábrica a vapor de fiatura e tecidos
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.