c | Número de habitantes na região de Sorocaba: 10.180 |
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| | | Número de habitantes em Sorocaba: 9.576. 1900 escravizadosSegunda-feira, 1 de Janeiro de 1810 [2]
*Sorocaba possuía 24 famílias dentre os 111 fogos, com um total de 779 habitantes somente no núcleo urbano da Villa, sem contar os bairros rurais do entornooutras regiões – em particular o Sul. A partir daí a Vila prosperou com os serviços oferecidos aos tropeiros, como hospedagem e aluguel de pasto para os animais da tropa (principalmente mulas). Mais do que isso, tornou-se um importante centro de comercialização de animais de carga e arrecadação de impostos sobre este comércio e sobre o próprio trânsito das tropas.Em 1750, foi criado o Registro de Animais de Sorocaba, que centralizava essa cobrança. A arrecadação era transferida a particulares, mediante um leilão de tais direitos (como eram chamados os impostos nessa época). Em Sorocaba, como no resto da capitania paulista, os maiores arrecadadores eram os donos das maiores fortunas. Essas pessoas juntavam sua riqueza através dos impostos que cobravam em nome da Coroa e do comércio.Todo esse movimento – como observa a aluna de graduação – leva a um impulso decrescimento de Sorocaba, através do aumento de pedidos de “datas” de terra urbana. Em seu trabalho de Iniciação Científica, intitulado Configuração espacial de Sorocaba: povoado em 1654, vila em 1661 e cidade em 1842, a graduanda estuda esse processo de expansão urbana manifesto no Maço de População de 1783. Ele revela um retrato bastante aproximado de Sorocaba, sua urbanização e sua economia à época.
Segundo o documento, naquele ano já havia 111 fogos (domicílios) e 779 habitantes somente no núcleo urbano na Vila. Um total de 24 famílias abrigavam hóspedes – já que a qualquer momento havia muitos viajantes, em geral tropeiros, de passagem. Entre os recenseados é possível distinguir quais são as pessoas abastadas da Vila: aquelas que têm mais escravos. Por exemplo, o morador mais rico de Sorocaba em 1783 era João de Almeida Leite, que possuía 44 escravos. Outro morador importante era o Capitão Raphael Tobias de Aguiar, que atuava como negociante de mercadorias e de tropas da Vila, e tinha 23 escravos.
Seu filho, Antônio Francisco de Aguiar, era contratador do Novo Imposto e da Contribuição sobre Garapuava, duas taxas cobradas sobre a passagem dos animais. Um dos netos do Capitão foi o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, presidente da Província em dois mandatos e líder da Revolução Liberal de 1842.Fora do Arquivo, outra documentação consultada por Mariana foi a da Décima Urbana,primeiro imposto predial estabelecido no Brasil. Em Sorocaba, esse imposto começou a sercobrado em 1842. O cruzamento dos dados das pessoas recenseadas nos Maços de Populaçãocom os fogos arrolados na Décima Urbana permite localizar quais eram os locais maisimportantes e movimentados nesses meados do século, e onde moravam os sorocabanosmais abastados. Por exemplo, em 1843, na Rua da Penha, uma das mais tradicionais da cidade,havia 59 fogos. Algumas pessoas possuíam mais de um fogo nessa rua. Isso indica a presençade pessoas abastadas no local; de fato, alguns dos imóveis pertenciam aos herdeiros de umCapitão-Mor da vila. Outra proprietária importante era a igreja. Duas instituições religiosas,a Irmandade das Almas e o Mosteiro São Bento, também alugavam casas na Rua da Penha.A configuração urbana da época, portanto, refletia hierarquias sociais e financeiras, que devem ser levadas em conta no estudo e cuidado do seu patrimônio histórico. [3]
*A população total era de 6.614 habitantes, dos quais 1.174 eram escravizadosSegundo o documentário do jornal , o Cruzeiro do Sul (2004); (..) “Almeidaconstata que, em 1780, a vila de Sorocaba tinha 6.614 habitantes. Os escravoseram 1.174, ou seja, representavam quase 18% da população ou um para cada seispessoas livres”. (A trajetória silenciosa dos escravos e a abolição em Sorocaba. Umahistória ilustrada 350 anos. Fascículo 14, p. 212, 2004. In: Publicação do jornalCruzeiro do Sul). Entretanto, o mesmo documentário relata que o pesquisadorFrancisco Vidal Luna , nos seus estudos, chega a uma conclusão diferente dapostulada por Aluísio de Almeida:Francisco Vidal Luna (FEA/USP), esmiuçando dados do período que vai de1778 a 1836, a partir dos censos populacionais existentes no Arquivo doEstado de São Paulo, chega a conclusões diferentes. Naqueles quase 50anos, o total de fogos (moradias) em Sorocaba oscilou entre um mínimo de901, em 1785, a um máximo de 2075 em 1829.Esse aumento do número de residências, constatado pelo pesquisador daUSP, pode ter resultado da consolidação da feira de muares, que ocorrepraticamente na mesma ocasião.No período estudado, o percentual das moradias com presença de escravosvariou de 19,9% do total, em 1785, a 22,7% em 1836.Conclui o autor que, “no que se refere ao regime de trabalho escravo, tantono período colonial como na fase de país independente”, as condiçõesentão aqui vigentes, “assemelham-se às obtidas de outros estudos sobreMinas Gerais e São Paulo”. (A trajetória silenciosa dos escravos e aabolição em Sorocaba: uma história ilustrada 350 anos. Fascículo 14 p.213 .In: Publicação do jornal Cruzeiro do Sul, 2004). [4] | |
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| | | Memória Histórica de Sorocaba IV |
Créditos / Fonte: Aluísio de Almeida |
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