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A palavra “paulista” é empregada pela primeira vez pelo Visconde de Barbacena
27 de julho de 167104/04/2024 15:38:10

Visconde de Barbacena*
Data: 01/01/1925
Créditos: Oscar Pereira da Silva (1865–1939)
Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta

Ele expede uma ordem em que emprega a "nova" palavra

Afonso Furtado, visconde de Barbacena, "ilustre pelo esplendor do sangue e gloria do seu valor" na frase cortesã de Rocha Pita, assumiu em 1671 o governo da colônia. Não é aqui a ocasião adequada para se estudar o governo de Afonso Furtado.

Nem a debosquejar a curiosa figura desse administrador honrado, tenaz, laborioso, enérgico, letrado, mas — por que não o dizer? — fantasioso, bastantemente precipitado, e, com isso, crédulo mais do que convinha a um governador-geral.

Repitamos apenas que viera com ele, decididamente arraigada, esta deliberação verdadeiramente obsidente: descobrir — custasse o que custasse! — aquelas duas serras, tão faladas, que foram as duas ambições supremas do século: a serra da Sabarabuçu e a serra das Esmeraldas.

Prata e pedras! Essa idéia fixa de Afonso Furtado de Mendonça idéia enrodilhante, que o perseguia dia e noite com ardor, ressalta impressionante das dezenas de cartas que escreveu. Porque Afonso Furtado, na sua desatada sofreguidão por enriquecer o Reino com as cobiçadas minas, escrevia abundantemente ao Príncipe, e abundantemente aos governadores, e abundantemente aos capitães-generais, e abundantemente aos pràticos de metais.

Que correspondência desenfreada! Dois grossos volumes contêm essas letras frenéticas Começou ele por mandar a Fernão Dias Paes Leme carta sobre carta. Eram tudo incitamentos, promessas atiçadoras, grandes e fogosas palavras para que o potentado paulista se botasse pelos matos em busca de esmeraldas e prata.

Sabarabuçu! Serra das Esmeraldas! "... por diferentes correios tenho dado conta a Sua Alteza do grande serviço que Vossa Mercê lhe vae fazer no descobrimento da prata da Sabarabussú e da serra das Esmeraldas!" Ou então: "... possa eu dar conta dessa prata a Sua Alteza; e emfim se dezenganem os ministros q. as minas da Sabarabussú não são como as de Itabaiana".

E mais: "... espero dar a Vossa Mercê o parabem das mercês que lhe ha de este serviço adquirir e que lhe hei de solicitar com todo o empenho..." Não vale continuar. Seria demasiado enfadonho transladar para aqui tudo quanto o governador assoprou à vaidade do paulista.

O certo é que, ao receber tais e tantos rogos, o velho sertanista deliberou partir. "... que partisse (clamava Afonso Furtado) que partisse com todo o calor e brevidade possível, a antecipar a felicidade que parece guardada ao Príncipe, senhor de nós ambos".

A jornada de Fernão Dias Paes Leme, tão aventurosa e tão tràgica, é a jornada mais fascinante da história do bandeirismo. Mas não cabe aqui neste relato. Ela pertence mais às esmeraldas do que à prata. Serà por isso, contada com minudências em outro livro: o Sonho das Esmeraldas.

No entanto, para o fio desta crônica, é necessàrio dizer-se que Fernão Dias Paes Leme, compelido pelas ferventes letras de Afonso Furtado, partiu. "... partiu Fernão Dias, diz Taques, para conquista e descobrimento das minas de prata da Sabarabussú e da serra das Esmeraldas do sertão..." Là foi o gigante, visionàriamente, atràs dos dois sonhos màximos do seu tempo: pedras e prata. Là foi, sertão afora, atràs daquelas duas ofuscantes miragens que escaldavam o ânimo aventureiro de todos os violadoresde-sertão...— Sabarabuçu! Serra das Esmeraldas!

PRATADeixemos Fernão Dias Paes Leme partir. Que o desempenado cabo se và a pervagar errabundo por aqueles ermos medonhos dos Cataguazes! Sete anos, com a flâmula atrevida desfraldada à frente da tropa, o sacudido rompedor-de-mato hà decorrer aquelas horríficas brenhas de além-Mantiqueira. Sete anos de sertão!

E enquanto, no correr desses sete anos, o inquebrantàvel sertanejo là està perdido no âmago mais abruptado das selvas, cà fora, no litoral, eis que, entre os episódios singulares deste romance da prata, intercala-se agora, com surpresa de toda a colônia, novo e enlouquecente episódio. Um dia, na cidade do Salvador, surgiu inesperadamente um sertanejo curioso. Trazia larga bruaca cheia de pedras brancas.

E, com as pedras, esta notícia fulgidíssima: havia descoberto minas de prata! Mas não eram, desta vez, as minas de prata da Sabarabuçu. Nem as minas de prata de Melchior Dias. "... veiu à cidade da Bahia um morador do sertão, cujas experiencias e procedimentos poderam abonar as suas attestações. Informou ao governador Affonso Furtado ter descoberto grandiosas minas de prata em parte muyto deversa de em que se presumira achara Roberio Dias, e com a mesma abundancia que este promettera a Castella".

Quem era esse morador do sertão que assim carreava notícia tão ridente? Um mensageiro de certo Antônio Lemos Conde. E quem era Antônio Lemos Conde? Era, là pelo sul, provedor-mor dos Reais Quintos de ouro. Mensageiro, bem se vê, de pessoa qualificada e de alta responsabilidade. E a notícia, por isso mesmo, merecedora do mais alto crédito. Mas onde — perquiriu logo Afonso Furtado — onde ficavam as tais minas? Numa região inteiramente inesperada: em Paranaguà. Sim, em Paranaguà, no atual Estado do Paranà!

Não era aquilo coisa de se estranhar, não! E isso porque, na voz do povo, por esse tempo, corria como certo que "S. Paulo do Pirateninga, 250 legoas da Bahia para o sul, achou-se humas grandes Minas de prata das quaes se fez este anno experiencia e mostra render a prata dobrada mais que as do Potosí". Levado por tais rumores, o então governador, Salvador Correia de Sà, jà se havia aventurado atràs daquela prata. Pois, entre os serviços que enumera ter realizado
A palavra “paulista” é empregada pela primeira vez pelo Visconde de Barbacena

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