EtimologiaO nome Libéria significa "liberdade". Os colonos recém-chegados formaram um novo grupo étnico chamado américo-liberianos.[6] No entanto, a introdução de uma nova mistura étnica resultou em tensões étnicas com as outras dezesseis principais etnias que já residiam na Libéria.[7] A partir do século XVI até 1822, exploradores e comerciantes europeus tinham vários nomes para a Libéria, variando pela linguagem.Durante o comércio de especiarias, a Libéria foi chamada de Costa da Pimenta Malagueta ou Costa da Pimenta. Ganhou seu nome de "Pimenta Malagueta" devido a esta especiaria encontrada na área rural do território, apelidada de "grãos do paraíso", já que era uma especiaria rara e em alta demanda em toda a Europa. No século XVIII, exploradores ingleses referiram-se ao país como a "Costa do Barlavento" por notoriamente inavegável, as águas agitadas ao largo da costa de Cabo Palmas, na ponta do sul da Libéria, que eram de difícil navegação para os navios europeus.[8]
História
O nascimento da Libéria ocorreu no século XIX em resultado da ação da Sociedade Americana de Colonização, organização criada por Robert Finley nos Estados Unidos em 1816, cujo objetivo era levar para a África negros livres ou negros que tinham sido libertos da escravatura. De acordo com uma opinião prevalecente em alguns setores da população dos Estados Unidos da época, os negros não seriam nunca capazes de se integrar na sociedade do país. O regresso a África seria uma solução para evitar certos "perigos" imaginados como resultado da presença negra, como o casamento interracial ou a criminalidade.
Em 1821, a Sociedade Americana de Colonização conseguiu adquirir uma parcela de terra perto da área do Cabo Mesurado, onde se fixariam os primeiros colonos negros oriundos dos Estados Unidos. Em 1824 a colónia recebeu o nome de Libéria (do latim, "terra livre").Em 26 de julho de 1847 a Libéria declarou a sua independência, tornando-se o primeiro país da África a se tornar independente. O país dotou-se de uma constituição decalcada da Constituição dos Estados Unidos, adoptando símbolos nacionais (bandeira, brasão de armas e lema) que reflectem a origem e experiência dos fundadores do país nos Estados Unidos. O primeiro Presidente do país foi Joseph Jenkins Roberts, um negro natural do estado da Virginia. O partido True Whig dominou a vida política desde o nascimento do país até 1980.O estabelecimento dos colonos americanos no território não se fez pacificamente, tendo sido contestado pelas populações negras autóctones, que foram excluídas da cidadania até 1904. A soberania do Estado sobre o interior foi difícil devido à contestação destas populações, para além do facto de o país se ter confrontado com as ambições territoriais do Reino Unido e da França. Com estes países a Libéria assina em 1892 e 1911 respetivamente tratados que definiram as fronteiras atuais. A Libéria enfrentou também dificuldades financeiras que foram atenuadas por empréstimos concedidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.Durante a Primeira Guerra Mundial a Libéria declarou guerra à Alemanha (agosto de 1917). Na década de 1920 o país atravessou uma crise financeira que foi mitigada graças a um empréstimo de cinco milhões de dólares por parte da empresa Firestone em troca de uma concessão de terras para as plantações de borracha da companhia.Em 1943, a Libéria elegeu como presidente William V. S. Tubman, reeleito em sucessivas sete eleições e que morreu no exercício do mandato em 1971. Este período foi marcado por uma aproximação com os Estados Unidos e pelas tentativas de proporcionar à população um melhor nível de vida, utilizando os rendimentos proporcionados pela exploração do minério de ferro para construir novas escolas, hospitais e estradas.O sucessor de Tubman, William Tolbert Jr., governou o país até 1980, quando foi deposto e executado a mando do sargento Samuel Kanyon Doe. Nas eleições de 1985, os candidatos da oposição foram impedidos de participar do pleito e Doe é eleito presidente.Em 1989, guerrilheiros da Frente Patriótica Nacional da Libéria iniciaram uma rebelião para derrubar o governo. No ano seguinte, o presidente Doe é preso e executado por guerrilheiros de uma fação rival da NPFL.