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Eugênio Salerno. Fonte: sorocabaatravesdah.wixsite.com
28 de maio de 2021, sexta-feira. Há 3 anos
Ver Sorocaba/SP em 2021
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Hoje vamos falar um pouco da vida de um prefeito de Sorocaba, que participou da 1ª Guerra Mundial, transferiu o Paço Municipal para o antigo Teatro são Raphael, retornou o nome da Praça João Pessoa para Cel. Fernando Prestes, mas teve sua vida encerrada prematuramente com um assassinato...O sorocabano Eugênio Salerno, nasceu na Rua das Flores, em 6 de outubro de 1885, filho do italiano Antônio Salerno e de Felisbina Ângela de Almeida Fogaça, que fazia parte de uma das antigas famílias locais. O casal teve mais 10 filhos: Januário, Amélia, Ana, Maria, Julieta, João, Ernesto, Balbina, Rosina e Otaviano.Estudou na cidade com professores particulares, prosseguiu os estudos no colégio São Luiz em Itu por 3 anos , transferindo-se para o Mackenzie College em São Paulo. Depois de alguns meses, seguiu para a Itália, onde estudou na Universidade de Nápoles, onde se formou em medicina.

Durante a sua juventude, foi zagueiro no primeiro jogo de futebol que se tem registro na cidade em 25 de dezembro de 1902, na Chácara Carvalho, dos pais de Alicio de Carvalho, responsável por essa partida. Também é seu, o primeiro gol que se tem noticia na história do esporte sorocabano.

Participou da 1ª Guerra Mundial, como 1º tenente da Cruz Vermelha, atuando nos hospitais em Veneza e nas frentes de combate, salvando a vida dos feridos, arriscando a própria vida, tendo seus méritos reconhecidos com uma condecoração na época.

Com o fim da guerra, volta para o Brasil no dia 4 de outubro de 1922, prestando uma prova de medicina no Rio de Janeiro, para estar habilitado a praticar sua profissão em terras brasileiras e retorna para sua cidade natal para montar seu consultório.

Devido a sua experiência adquirida na guerra, se tornou um dos médicos mais populares da cidade, a ponto de ser convidado pelo presidente do estado, Júlio Prestes de Albuquerque, através de um decreto, nomeando-o chefe do Centro de Saúde de Sorocaba de 1926 até outubro de 1930, quando saiu por questões políticas.

Pelas indicações dos companheiros do Partido Constitucionalista, foi nomeado pelo Armando Salles de Oliveira, que era o interventor em São Paulo, para a prefeitura de Sorocaba em 1933.

Eugênio foi o responsável pela adaptação do Teatro São Rafael na Rua Brigadeiro Tobias, para que se tornasse a nova sede da prefeitura começando a reforma em 13 de fevereiro de 1933 e finalizada em 9 de julho de 1935, além de também retornar o nome de Cel. Fernando Prestes para a praça central que se chamava João Pessoa desde 1930.

No inicio de 1935, durante a construção do prédio do Ginásio do Estado, o Prefeito Eugênio Salerno, viu que seria necessário uma rua ligando-o a Praça 9 de Julho. Com a intensão de construir a primeira avenida de Sorocaba, conseguiu de Alberto Trujillo, da Cúria Diocesana e da Família Leite as doações necessárias para o feito, que inicialmente chegaria apenas até o ginásio.

Alberto Trujillo foi quem continuou a abertura dessa avenida por suas terras, até chegar ao córrego do Supiriri. De lá abriu a Avenida Trujillo que futuramente se chamaria de Avenida Afonso Vergueiro ligando a Praça da Bandeira.

Chegando ao fatídico sábado, dia 17 de agosto de 1935 às 21h15min, no momento que saia do Gabinete de Leitura Sorocabano, o prefeito Eugênio Salerno foi atingido por um tiro nas costas, por Roque, coveiro do Cemitério da Saudade.

Na fuga pela Rua São Bento entrou na Rua Nogueira Martins, subiu pela Rua Ubaldino do Amaral até a Rua Santa Clara e de lá pela Rua Arthur Martins passando pelo Largo de São Bento, chegando à delegacia de policia que ficava na Praça Carlos de Campos para se entregar impedindo um possível linchamento da população.

Enquanto isso, próximo das 22h, Eugênio Salerno ainda lúcido durante o trajeto, deu entrada no hospital Santa Casa, mas acaba falecendo logo em seguida devido à gravidade do ferimento. Foi enterrado no jazigo da família no Cemitério da Saudade.

Roque Silva Queiroz, de 31 anos, natural de Piedade, filho de Joaquim Silva Queiroz, trabalhava a 8 anos para prefeitura, sendo dos 2 últimos anos, trabalhava no cemitério. Segundo o depoimento dele, cerca de um mês atrás havia começado uma série de desentendimentos com o administrador do cemitério, que culminou numa grave discussão no sábado, que através de uma queixa feita pelo administrador, resultou na presença do prefeito para resolver o problema.

O prefeito chegou à tarde e após uma conversa com ambas as partes, decidiu transferir o funcionário para área de conservação de estradas e rodagens, setor que ela já havia trabalhado em algumas vezes.

Roque negou-se a fazer à mudança e depois de tentativas frustradas de argumentação e ameaças de reclamações para superiores, decide procurar auxilio a delegacia e depois com o promotor público que devido ao horário avançado do dia pediu para que retornasse na segunda-feira com uma carta com todas as informações do caso para que tomasse as devidas providências.

Inconformado com a decisão do promotor vai à casa de ferragens de Mauricio Dellosso e compra uma faca de marca “Sorocaba”, consegue emprestado um revolver de um amigo e vai para praça central a espera do prefeito. Vendo-o entrar no Gabinete de Leitura com alguns amigos o espera até a sua saída. Chegado o momento acertou o primeiro disparo e quando fez o segundo, se enroscou no gatilho e saiu em fuga, com a faca na mão para se proteger de algum perseguidor.

Uma das reportagens da época sugeria que o crime havia sido de cunho político planejado por adversários, mas sem justificativas apresentadas na matéria.

Durante a investigação foram identificados dois possíveis cúmplices para o assassinato, mas que durante o julgamento em 1937, foram absolvidos.

Em 23 de maio de 1938, Roque foi condenado a 21 anos de prisão.

No inicio de 1941 a Avenida Dr. Eugênio Salerno recebia seu busto de bronze feito pelo escultor Ernesto Biancalana e instalado na entrada da via próximo a Praça 9 de julho. Em 16 de abril de 2014, houve uma batida que despedaçou o monumento. Felizmente o busto foi recolhido por um casal de Araçoiaba da Serra e devolvido para a Prefeitura, que no mês seguinte o recolocou numa nova base construída no mesmo lugar na avenida.Fontes:Livro: Memórias do Esporte Sorocabano – Otto Wey Netto;- Jornal Cruzeiro do Sul: 19/08/1935; 21/08/1935; 22/08/1935; 19/11/1937; 20/11/1937; 05/04/1941; 22/01/1941; 30/12/1969; 17/04/1970; 23/05/1978; 09/09/1980; 02/03/1996; 31/12/1999; 13/04/2001; 29/07/2001; 12/06/2013; 17/04/2014; 30/04/2014; 22/05/2014; 04/09/2016;

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