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Leitores: A entrega do corpo de El-Rei D. Sebastião - Arnel Afonso - reconquista.pt/articles/
14 de janeiro de 2021, quinta-feira. Há 4 anos
Ao longo dos anos, quer pessoalmente, quer através das colunas do jornal “Reconquista”, tenho lembrado a passagem de efemérides relativas a albicastrenses ilustres, efemérides essas, que têm ficado no “rol dos esquecimentos”, certamente, porque a lembrança “vem de outro”, o que não acontece em terras nossas vizinhas, que tudo fazem para lembrar os seus maiores.Em artigo publicado no nº.3825, de “Reconquista”, de 4.07.2019, lembrei que em 2020 passava o “5º. Centenário do nascimento de Frei Roque do Espírito Santo”, e que tal efeméride não podia ser esquecida. Semanas depois, falei pessoalmente com alguém dito “responsável”, que me respondeu, certamente por cortesia, de que logo falaria comigo. Tal não aconteceu…O ano de 2020, passou, e nada foi feito. Espero que não venham dizer, que foi por causa Covid-19.Frei Roque do Espírito Santo, foi, quanto a mim, o mais insigne dos insignes albicastrenses, sem que com isso queira beliscar o enorme valor de outros grandes vultos, nomeadamente, o de um Amato Lusitano.Referindo-se a Frei Roque do Espírito Santo, George Cardoso, o autor do “Agiológico Lusitano”, escreveu que, “se Castelo Branco não fosse só por si, uma terra notável, por ser berço de tantos varões ilustres, bastava para glória e reputação sua, haver produzido este Venerável Padre”.

Humilde como era, rejeitando honrarias, recusou ser arcebispo de Goa e bispo de Ceuta, Viseu e Lamego, porque a sua grande vocação era resgatar de cativos, sendo a ele que o Cardeal-Rei D. Henrique pediu para que resgatar o corpo de El-Rei D. Sebastião, depois de contactos que tivera com o Rei Muley Humete, resgate que teve lugar em 10 de Dezembro de 1578.

Com autorização do Ministério de Cultura e Desporto, de Espanha, publico fotocópia do “ Testemunho autêntico e legalizado de ter entregue ao governador de Ceuta o corpo real de D. Sebastião, que Muley Hamete deu sem juros nem resgate (1578-12-10), EST. LEG. 396”, existente no Arquivo Geral de Simancas, cuja leitura livre, é a seguinte: “Nós, Dom Dionísio Pereira, Capitão e Governador de Ceuta, Frei Roque e Dom Rodrigo de Meneses que abaixo assinamos os nossos nomes damos fé e verdadeiro testemunho que André Gaspar Corço nos entregou do corpo de El-Rei Dom Sebastião Nosso Senhor (que Deus haja) quarta-feira dez de Dezembro deste presente ano de mil quinhentos e setenta e oito, à porta desta cidade, às dez horas da manhã, dizendo as palavras seguintes na dita entrega. Eu, André Gaspar Corço, entrego o Corpo de Sua Majestade de El-Rei Dom Sebastião, Rei que foi de Portugal, que Deus haja, ao muito Reverendo Padre Frei Roque, e aos Senhores Dom Dionísio Pereira, Capitão e Governador desta cidade de Ceuta e a Dom Rodrigo de Meneses, por mandado de El-Rei Mulei Hamete, o qual me havia concedido o dito Real Corpo para que o levasse em presente à Católica Majestade (Filipe II) com tanta liberalidade com quanto afirmou por juramento em sua lei que faria o mesmo se o tivera vivo em prisão. E chegando uma carta da Católica Majestade, e outra da Majestade de El-Rei de Portugal em que lhe pedião que o quisesse resguardar para o levar para Portugal, me mandou que não o levasse a Castela, como primeiro me havia mandado, se não que o trouxesse a esta fronteira de Ceuta e nela o entregasse solenemente (como ao presente entrego) tomado por testemunho que o dito Muley Humete à concedido e apresentado livre e graciosamente sem nenhum interesse este Real Corpo à Majestade de El-Rei de Portugal, à intercessão e petição da Majestade Católica de El-Rei Dom Filipe II, que depois de o ter entregue, se trouxe com muita solenidade ao Mosteiro da Santíssima Trindade, onde agora está. Feita em Ceuta aos dez de Dezembro do ano de mil quinhentos e setenta e oito.

Rubricam Dom Dionísio Pereira, Dom Rodrigo de Meneses e Frei Roque do Espírito Santo.”, sendo testemunhas D. Duarte de Castelo Branco, D. Miguel de Noronha, Luíz César e D. Jorge de Meneses”.

O corpo foi posteriormente transferido para a Capela-mor da Sé de Ceuta, tendo Filipe I ( II de Espanha) ordenado por Carta de 14 de Julho de 1582, a sua trasladação para o Reino, o qual chegou a Lisboa a 21 de Dezembro do mesmo ano.

A comemoração do V Centenário do nascimento de Frei Roque do Espírito Santo, teria permitido a divulgação de muitos documentos que nos dariam a conhecer do que fora a sua notável actividade cheia de virtudes, documentos esses, que muito contribuíram para o seu processo de beatificação.

Diga-se, todavia, que o nome de Roque do Espírito Santo, não é de todo desconhecido dos albicastrenses, dado que existe uma artéria na cidade que o perpetua, pena é, que na placa toponímica, esteja “Freire” Roque do Espírito Santo, em vez de “Frei” Roque do Espírito Santo.



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