' PROFESSOR LUIZ ANTONIO. 6º A, B. 7º A. Quem foi o Bacharel de Cananeia? - 01/01/2021 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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PROFESSOR LUIZ ANTONIO. 6º A, B. 7º A. Quem foi o Bacharel de Cananeia?
2021. Há 4 anos
Em 10 de maio de 1501, partiu de Lisboa em direção ao Brasil uma expediçãocomposta por três caravelas sob o comando de André Gonçalves. Tratava-se daprimeira missão de reconhecimento do litoral das terras recém “descobertas”por Pedro Álvares Cabral.Segundo o historiador Varnhagen, foi o comandante da frota quem batizouos diferentes lugares da costa brasileira, do cabo de Santo Agostinho até SãoVicente. Era costume, naquela época, entreos exploradores católicos, batizaros lugares descobertos com o nome do santo do dia ou com termos religiosos;mas, em alguns casos, era preferível manter o nome original dado pelos nativoscom o intuito de facilitar a comunicação.A bordo, dois personagens enigmáticos: o florentino Américo Vespúcio -representante da casa bancária de Lorenzo de Pierfrancesco dei Médici - e CosmeFernandes, o Bacharel de Cananeia, que fazia parte de um grupo de condenadosao degredo por motivos políticos e religiosos, os quais seriam deixados emterra smais ao sul para marcar a presença portuguesa na região.

No dia 22 de janeiro de 1502, a expedição chegou a uma baía, larga e segura, batizada como São Vicente. Seguindo viagem em direção ao sul, o grupo de degredados foi desembarcado em Cananeia para o cumprimento da pena. A verdadeira identidade de Cosme Fernandes permanece um mistério atéos dias de hoje. A alcunha de “Bacharel” foi dada pelo navegador espanhol Diego Garcia que, nas memórias de sua viagem, diz ter encontrado, em 1527, em Cananeia, um “bachiller” português vivendo “com vários genros” há quase 30 anos.

Segundo o historiador Ronaldo Vainfas, Diego Garcia chamou-o de“bachiller”, ou bacharel, em português, provavelmente naacepção de que era umhomem muito falastrão. No encontro com o navegador espanhol, o Bacharelcomprometeu-se a construir-lhe um bergantim e a fornecer-lhe um lote de 800indígenas cativos.Ao que tudo indica, Cosme Fernandes, como estratégia de sobrevivência,casou-se com várias indígenas aderindo, dessa forma, à prática do“cunhadismo” (sobre o cunhadismo, ver a atividade “Alianças entre portuguesese indígenas: João Ramalho, Tibiriçá e Cunhambebe”). Com o apoio dos principaischefes nativosda região, Fernandes liderou uma comunidade composta por outrosdegredados e desertores.Por volta de 1510, Cosme Fernandes teria atacado e seapossado dafeitoria portuguesa que havia em São Vicente, ali se instalando com sua famíliae agregados. Construiu no local um estaleiro e passou a dedicar-se aofornecimento de provisões,água, bergantins e à captura de nativos inimigospara serem vendidos como escravos às naus de qualquer parte do mundo, asquais faziam escala antes de prosseguirem em direção ao sul do continente.Segundo a historiadora Ana Toledo, Cosme Fernandes vivia como "um reibranco entre os índios", possuía mais de 200 escravos e mais de mil guerreirosdispostos a lutar por ele. Era temido e respeitado de São Vicente a SantaCatarina, e o povoado por ele controlado tornou-se conhecido internacionalmentecomo Porto dos Escravos.

Tais notícias teriam chegado aos ouvidos de D. João III, orei dePortugal, que ordenaria a Martim Afonso de Souza acabar coma hegemonia doBacharel na região. A sua ligação com os espanhóis colocava em risco aspretensões lusitanas sobre o controle do Rio da Prata, o qual, pelos termos doTratado de Tordesilhas,pertencia à Espanha.Com a chegada de Martim Afonso de Souza, em 1532, o Bacharel foi expulsode São Vicente e obrigado a voltar para Cananeia, ondedeveria cumprir o seudegredo. Nessa localidade, fundou a Vila de Iguape.Por volta de 1534 ou 1536, Cosme Fernandes liderou um grupodeportugueses, espanhóis e indígenas e saqueou a Vila de São Vicente,possivelmente como uma forma de vingança pelo tratamento que recebera de MartimAfonso de Souza - que já não se encontrava no Brasil.A vila foi destruída e a maioria da população, morta. Com poucos recursospara a defesa, parte dos vicentinos retirou-separa o povoado do Enguaguaçu- a futura Vila de Santos. Esse confronto ficou conhecido como a “Guerra deIguape” (em tupi “y-kuá-pe”, rio na enseada).Os portugueses então se reorganizaram aliando-se a Tupiniquins,Tabajaras e Tapuias, forçando o grupo do Bacharel a se retirar para a ilha deSanta Catarina (atual Florianópolis) e depois para a região da atual cidade deBuenos Aires, na Argentina, onde continuaram suas atividades de contrabando denativos escravizados. [p. 8, 9 do pdf]



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Destaques

1502
•   24/01- A armada de André Gonçalves chegou a Cananéia

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