titulo: João de Camargo Barros se abrigou na Capela do menino Alfredinho por causa da chuva (84)
João de Camargo Barros se abrigou na Capela do menino Alfredinho por causa da chuva (1906) Wildcard SSL Certificates

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1906
Ver ano (1906)
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Nhô João, como mais tarde viria a ser chamado, segundo seus devotos, já praticava curas desde 1897. Porém, durante a vida, teve muitos problemas com o alcoolismo, que o impediriam de assumir plenamente sua missão. Em 1906, teria tido uma visão que o curou do vício na bebida, fazendo-o dedicar-se completamente ao projeto de criar a sua igreja, no antigo e distante bairro das Águas Vermelhas (hoje o bairro nobre Jardim Vergueiro). Processado por curandeirismo em 1913, Nhô João decidiu, para proteger a nova religião, registrá-la oficialmente como Associação Espírita e Beneficente Capela do Senhor do Bonfim, reconhecida como pessoa jurídica em fevereiro de 1921.[3][4][5]Também foi o fundador, em 1915, do Grupo Musical São Luís, reunido a partir de músicosJoão de Camargo era um ex-escravo, nascido em Sarapuí no século 19, logo após a abolição da escravatura, veio para Sorocaba, mas devido à epidemia de febre amarela na época, mudou-se para Salto de Pirapora e retornou após o surto da doença passar em 1897.Em 1906, João teve sua primeira visão, após se esconder de uma tempestade na capela do menino Alfredinho, recebendo um sinal de que deveria parar de beber e ajudar as pessoas, foi então que com ajuda de amigos, construiu a capelinha.stoura a Feira de burros. É espetacular. Circo de cavalinhos, grande quermesse, uma babel, uma feira de automóveis da época. O burro era o automóvel. João e seu amigo Cirino terâo a liberdade pela frente. O que vão ser? Cirino quer ganhar o mundo. Ir prá bem longe do Cafundó. João quer ficar no Cafundó. A "beleza está aqui", ele diz. João se casa. Mulher branca, terno branco, pés descalços. De trem até Santos. A viagem é linda. O casal é lindo. Abraçados na praia vêm passar o grande transatlântico iluminado como em Amarcord, de Fellini. Na praia os batuques ancestrais. A mulher de João gira na roda formada na areia. A vida no Cafundó não é fácil. Parece que o paraíso acabou. Uma peste leva embora a mãe de João. Um tropeiro leva embora a mulher de João. Ele está só e desesperado. Embriagado num bar na beira da estrada. A chuva cai forte Lembra do menino Alfredinho. A cruz de cedro cresceu na beira do Riacho da Água Vermelha. Brotou. Criou raízes. Um milagre.Um raio corta o escuro do céu iluminando João ao lado da cruz. O menino Alfredinho aparece montado num cavalo vermelho e lhe conta o caminho das pedras. Fazer o bem aos seus semelhantes. João, como Paulo a caminho de Damasco, entende tudo. Vira um santo. Ele que já era um santo. Estamos no começo do século vinte. João é consagrado Papa de sua própria Igreja do Bom Jesus do Bonfim da Água Vermelha. Anda de táxi. Usa o telefone. As ruas de Sorocaba estão iluminadas. As do Cafundó eu não sei. O enterro de João é o coroamento de uma vida. A vida é um milagre continuo. Uma história caipira, um negro caipira, João de Camargo entendeu a construção de seu próprio mito. Um negro que venceu no mundo dos brancos.

Seus antecedentes... Como se fosse uma doença incurável. No seu braço a tatuagem "DVC", uma passagem, 157 na lei, no seu lado não tem mais ninguém. A justiça criminal é implacável. Tiram sua liberdade, família e moral, mesmo longe do sistema carcerário, te chamarão para sempre de ex-presidiário.


*Raio-x do Brasil...
01/01/1993

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