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Atualização: 31/10/2021 13:18:04 |
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Um dos pontos da desinteligência com O Bispo Sardinha dizia respeito à utilização de intérprete na confissão, que, segundo este, implicava em quebra do sigilo sacramental. Nóbrega empregava esse recurso largamente em razão da falta de jesuítas-línguas ainda em 1552, quando escreve da Bahia ao Provincial Simão Rodrigues, em Lisboa:
Contrariou-nos isto muito o Bispo, dizendo que era coisa nova e que na Igreja de Deus se não costuma. (...)
Esta é coisa mui proveitosa e de muita importância nesta terra entretanto que não há muitos Padres que saibam bem a língua, e parece grande meio para socorrer a almas que porventura não têm contrição perfeita para serem perdoados e têm atrição, a qual com a virtude do sacramento se faz contrição: e privá-los da graça do sacramento por não saberem a língua e da glória por terem contrição bastante, e outros respeitos que lá bem saberão, devia-se bem de olhar. [1]
Uma das primeiras notícias sobre a existência destas riquezas se deu através de uma carta do bispo Pedro Fernandes Sardinha ao rei, em 1552, comunicando a chegada de um navio que, vindo de São Vicente, trazia a nova de que “era muito ouro achado pela terra dentro” [2]
Em nova carta endereçada ao mesmo Provincial, escrita de Salvador em fins de agosto de 1552, Nóbrega reitera a importância da questão, consultando o que fazer, ou seja, “se se poderão confessar por intérprete a gente desta terra que não sabe falar nossa língua”.
Decidiu-se ele, então, a ir para a Capitania de S. Vicente, de onde os padres irradiavam “línguas pelos campos, aldeias a engenhos dos arredores” (LEITE, 2004-I:89), aonde chegou em 1553, tendo sido precedido, por cerca de três anos, pelo padre Leonardo Nunes, o Apóstolo de Piratininga, que, fazendo-se acompanhar do Irmão Pero Correa, como língua, “o único que até então pregava na língua dos índios”, esteve no Campo de Piratininga. [3]
Em 1556 o Bispo Sardinha faz discurso na igreja matriz de Salvador atacando o pecado. [4] Em 2 de junho Sardinha entrega a gestão da diocese ao vigário-geral Francisco Fernandes e embarca na nau "Nossa Senhora da Ajuda". [5]
Dez dias depois ocorreu o naufrágio da nau Nossa Senhora da Ajuda, nos baixos de dom Rodrigo. Esse navio, saído da Bahia no dia 2, conduzia para Lisboa o primeiro bispo do Brasil, dom Pedro Fernandes Sardinha, o deão, dois cônegos e alguns homens e senhoras principais da Bahia. Os náufragos foram todos mortos e devorados pelos selvagens, junto à margem esquerda do rio São Miguel.
Gabriel Soares de Souza em "Notícia do Brasil" (1587) fornece mais detalhes:
"Aqui se perdeu o bispo do Brazil D. Pedro Fernandes Sardinha cora sua náo vinda da Bahia para Lisboa, em a qual vinha Antônio Cardozo de Barros, provedor mór, que fora do Brazil, e dois conegos e duas mulheres honradas e casadas, muitos homens nobres e outra muita gente, que seriam mais de cem pessoas brancas, afora escravos, a qual escapou toda deste naufrágio, mas não do gentio Caité, que neste tempo senhoreava esta costa da boca deste rio de S. Francisco até o da Parahyba: depois que estes Caités roubaram este bispo e toda esta gente de quanto salvaram , os despiram, e amarraram a bom recado, e pouco a pouco os foram matando e comendo sem escapar mais que dois indios da Bahia com um portuguez que sabia a língua, filho do meirinho da correição." [6] |
 Livro de Hans Staden (01/01/1557) |
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