| Florianópolis é uma cidade tão bonita e de gente tão querida que chega a ser paradoxal que tenha recebido esse nome logo após o fuzilamento de mais de 200 pessoas em Santa Catarina – e para piorar, a cidade foi batizada justamente em “homenagem” a quem mandou fuzilar.
O italiano Sebastião Caboto, a serviço da Espanha, chega com sua expedição em 1526 e, ao publicar seus mapas referentes à região, denominava a Ilha de Santa Catarina de "Porto dos Patos". O nome de Santa Catarina aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529 (imagem).
Há divergências quanto ao responsável pela denominação de Santa Catarina: alguns autores atribuem a Sebastião Caboto, em homenagem à sua esposa, Catarina Medrano; outros defendem que tenha sido em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja católica em 25 de novembro.[1]
Em 1615 tem inicio do povoamento de Jundiaí ao redor do então cruzeiro da Catedral Nossa Senhora do Desterro [2] Em dezembro de 1655 ocorre a fundação de Jundiaí ao redor do então cruzeiro da Catedral “Nossa Senhora do Desterro do Campo Alegre de Jundiaí” [3]
Francisco Dias Velho tem fortes ligações com essas vilas. É ele quem funda em 23 de março de 1673 a vila de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis [4]
Em 1889 um Brasil está se tornando República. E se engana quem pensa que esse é um começo bonito para a história: nosso país deixou de ser monarquia por um golpe militar movido por interesses de determinados setores influentes do país.
Não foi feita a “vontade da população”, porque boa parte da população ou não sabia, ou não queria, ou nem entendia direito o que era República – e também não sabia o que raios estava acontecendo no dia 15 de novembro. Uns canhões, uns caras nuns cavalos proclamando qualquer coisa, evento estranho. Muita gente achou que era só uma parada. [5]
Quem resumiu isso tudo muito bem foi o jornalista Aristides Lobo, que inclusive era republicano, e descreveu o evento exatamente assim, num artigo publicado no Diário Popular em 18 de novembro de 1889: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada”. [6]
Além disso, Dom Pedro II também estava longe de ser um sujeito impopular. Aliás, em comparação com o período regencial que os brasileiros tinham vivido antes, o Segundo Reinado era o “paraíso“. E se continuarmos as comparações, Pedro II também era praticamente um anjo de candura perto de seu pai.
Mais ponderado, com uma capacidade impressionante de articular entre liberais e conservadores, equilibrando bem o jogo de poder (até porque ele foi treinado desde pequenininho para isso), admirado por muita gente (entre elas Victor Hugo, Darwin, Nietzsche, Louis Pasteur e mais uma porrada).
Após a (breve) presidência de Deodoro (e breve porque ele não aguentou mais tanto zaralho que ocorreu no país desde a proclamação da República, a pressão da oposição e renunciou), o seu vice, Floriano Peixoto, assumiu o poder e se tornou o segundo presidente do Brasil. [7]
Herdou assim problemas que já assolavam o país desde o governo de Deodoro (o encilhamento, uma economia lascada e muita guerra civil explodindo no país todo) e como se não bastasse, a posse de Floriano, de bônus, causou mais furdunço ainda: muita gente não achava que era legítimo Floriano se tornar presidente e defendia que seriam necessárias novas eleições de acordo com o previsto na Constituição em vigor na época (a de 1891, nossa segunda).
Mas Floriano não quis saber e não convocou eleições coisa nenhuma. Eclodiram revoltas em muitos cantos do Brasil.
Uma das muitas revoltas, então, e das mais impactantes, foi a Revolução Federalista, que começou em 1893, no Rio Grande do Sul. Essa revolução não estava satisfeita com o presidente que foi eleito para o Rio Grande do Sul: Julio de Castilhos. Também não estava satisfeita com Floriano no poder (e Júlio de Castilhos e Floriano se apoiavam). [8]
Enquanto a Revolução Federalista ia se desenrolando, ao mesmo tempo outra revolta igualmente movida pela insatisfação com o governo de Floriano, a Segunda Revolta da Armada.[9] A situação era complicada, em dezembro de 1893 o sulista Gumercindo Saraiva escreve de Sorocaba ao Marechal Peixoto: “Agora aqui, aí brevemente”. [10]
Em 13 de março de 1894 após sufocada a Segunda Revolta da Armada, em determinado ponto, as duas revoltas se juntaram, praticamente fazendo uma fusão de revoltosos e invadiram o Paraná e Santa Catarina, tomando a cidade de Desterro. [11]
Em outubro de 1894 ocorre a derrota final dos rebeldes. As tropas republicanas vencem os rebeldes e na Ilha de Anhatomirim, o coronel Moreira César fuzila sumariamente sem julgamento todos 200 rebeldes. E aí, por punição aos rebeldes de Santa Catarina o nome da cidade do Desterro foi alterada para Florianópolis. [12]
Fonte: 1viagem2visoes.com (05/05/2020) |