“Surpreende é a falta de informações documentadas sobre os locais e datas de nascimento e morte do fundador de Sorocaba (...) as informações divergem de autor para autor e são sempre imprecisas (...) sua lápide, fria e muda, não fala em morte. Nem se sabe quando ele nasceu. E se nasceu... quando morreu.” [14]
A única menção a morte, em 4 de junho de 1667, registra apenas “que Deus o tenha”. [9] Um mês depois chegam para tomar posse da igreja doada os beneditinos. [10]
Sobre a chegada dos beneditinos e a confirmação da morte de Balthazar, Aluísio aparenta mais confusão que elucidação:
“a morte se deu mais perto de 1661 do que de 1667 e entre o jazigo, já, pronto, na igreja de São Bento, e a matriz em obras, a escolha da sepultura é tanto mais evidente quanto em São Bento os monges rezavam uma missa por mês por sua alma e, pelo costume, aspergiam (ou deviam fazê-lo) o túmulo real e não o simbólico do pano preto. O Orago da N.S. da Ponte transfere-se para a nova matriz, e a igreja beneditina, daí em diante muda a sua invocação para N.S. da Visitação”. [12]
INCRÍVEL: COISCIDÊNCIA OU VERDADE?
Salvador Correia de Sá e Benevides nasceu ligado à Sorocaba. Seu pai, assim como seu avô eram ligados também haviam sido. Salvador era amicíssimo dos Fernandes. [9]
Talvez por isso, tendo sido "expulso" do Rio de Janeiro e renegado por Sâo Paulo, ele atende imediatamente a solicitação para a "fundação" de Sorocaba em 3 de março de 1661. [6] Um mês depois, acompanhado e com a ajuda de "bandeirantes" paulistas, ataca e retoma o Rio de Janeiro. [8]
BANDEIRANTES NA AFRICA?
O exemplo mais notável e conhecido sobre a colaboração militar de Salvador e os bandeirantes foi a expedição comandada por ele que reconquistou Angola aos holandeses em 1648. [14]
Perante a já citada notável ausência de documentos, o que a obra “História de Portugal Restaurado” registra é incrível:
“Os cinco navios destinados para o socorro de Angola despedio Antonio Telles nos últimos de dezembro, com ordem de se encorporarem com Salvador Correa no Rio de Janeiro, conforme á que tinha d´el Rey. O sucesso que tiveram, referiremos em seu lugar. (...) Saiu ao campo o Adail, e antes de o acabar de descubrir, carregaram os Mouros as Atalays com 900 cavalos, e no primeiro impulso mataram Balthazar Fernandes Ponce, e levaram cativos Domingos Fernandes e Francisco Gomes”. [11]
DOMINGOS FERNANDES EM ANGOLA
No Arquivo Distrital do Porto (Portugal) encontra-se o registro de um empréstimo de 7000 reais feito por Domingos Fernandes em 3 de julho de 1645. [1]
No Cartório Notarial de Vila do Conde consta a "quitação dada por Catarina de Oliveira, mulher de Domingos Fernandes, ausente em Angola, a Gonçalo Ferreira, da quantia de 70000 reais, à razão de 5% de juro" em 11 de julho de 1648. [3]
Coiscidência ou não, uma Catarina de Oliveira é bastante citada no inventário e também no testamento de Domingos, registrado em janeiro de 1653. [4] |