Sorocaba já era um dos locais mais movimentados do Brasil antes da chegada de Pedro Alvares Cabral em 1500. Um dos motivos era estar no "Caminho do Peabiru". [1]
Desde 1535 o misterioso Meste Bartholomeu frequentara esta região [2]. Em 1570 o padre José de Anchieta visita as proximidades de Sorocaba para "perdoar e pedir a ajuda" dele na defesa de São Paulo contra o ataque dos nativos [3].
Um de seus genros, Afonso Sardinha [4], nas palavras de Aluísio de Almeida, foi o "primeiro branco" a povoar Sorocaba.
Os registros aumentam, até que em 1611 inicia o “período do silêncio”, que se estende até 1654, quando Balthazar Fernandes, sua família e 400 escravizados se estabelecem definitivamente na região.
Henrique da Costa e a causa do "silêncio"
Percebido somente em 2022, um documento registrado em 7 de março de 1608, é o primeiro a mencionar “Sorocaba”. Trata-se da concessão de terras a Diogo de Onhate, “no da aldeia de Tabaobi (...) rio Nharbobon Sorocaba (...)”. [5]
Em janeiro de 1610 ele, Diogo de Onhate, concede a Henrique da Costa meia légua de terra para a “banda de Birassoiaba, rio abaixo do Anhembi feita”. [8]
A 3 de abril de 1609, “Henrique da Costa e o moço Baltazar, solteiro, filho de Baltazar Gonçalves e neto do Mestre Bartholomeu, foram denunciados na Câmara de São Paulo aprisionarem carijós nômades em Itú”. [6]
Neste dia, Carijós, incluindo um cacique, compareceram á Câmara de São Paulo relatando que “vinham em busca de moradia e remédios e trouxeram pouca gente que escapou”.
Que “vindo encontraram muitos que também vinham por outro caminho, os quais traziam muita fome e doenças; e que os outros que no caminho achara, e vindo pelo rio acima, em uma paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar Gonsalvez e outros moradores, que lá estão, dos quais moradores subiram duas canôas, nas quais vieram dois brancos.
Quando disseram que iam morar em São Paulo, lhes tomaram a força tudo que traziam, incluindo uma nativa casada, com seus filhos, cujo marido estava presente e se queixava do agravo que lhe tinham feito."
Henrique da Costa e Balthazar foram claro: "que alí não queriam o capitão nem ninguém que de lá viessem e que lhes largasse a gente que traziam". [7]
Até por Lei essas ações não eram permitidas e resultaram "em pena de 500 cruzados (200$000) e degredo de dois anos para seus infratores". [6]
Em junho de 1616 “(...) pediu Henrique da Costa lhe fizesse o testamento, este estando preso das mãos (ilegível) de Deus com seu juízo perfeito”. E seu Inventário menciona a "meia légua de terra para a banda de Birassoiaba rio abaixo do Anhembi feita em janeiro de 1610". [12] |