“Para entender a História é necessário entender a influência das idéias que a compõem e a estrutura nas quais foram geradas. Pois, a influência, ou impacto, de uma idéia está mais relacionada a estrutura profunda em que foi gerada, que com seu sentido explícito.
A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) tomando um caminho totalmente imprevisto por ele. O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não é a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”. [7]
A maioria dos autores afirma que Sorocaba foi fundada em 1670 pelo verdadeiro donatário das terras, o Conde da Ilha do Príncipe, na ocasião assinou também Gabriel de Zunega, genro de Balthazar Fernandes. [1]
Um dos primeiros livros a contar a História do Brasil foi escrito em 1854 por Francisco Adolfo de Varnhagen, "natural de Sorocaba, nascido em Ypanema", chamado por alguns de "pai da História". Dentre as 559 páginas dessa monumental obra existem apenas 5 menções a Sorocaba e 0 a Balthazar Fernandes. [2]
O autor do primeiro brasão de Sorocaba, adotado em 20 de março de 1917, Zulmiro de Campos, não menciona Balthazar Fernandes, mas sim seu "antecessor", Afonso Sardinha. O brasão de sua autoria continha mulas e não um cavalo, como o atual e também a estátua que representa o período tropeiro em Sorocaba. [3]
A escolha da data, e talvez do fundador, de Sorocaba é curiosa. Segundo a historiadora sorocabana Sonia Nancy Paes, o documento oficial mais antigo de Sorocaba é o testamento de Isabel de Proença, segunda esposa do fundador de Sorocaba, Baltasar Fernandes. A data de fundação da cidade é de 1654 justamente pela data de registro desse testamento. [6]
Em dezembro de 1952 surgiu o consenso geral, a partir de célebre conferência elucidatória realizada pelo próprio dr. José Crespo Gonzales no Rotary Clube de Sorocaba, fixando o 15 de Agosto como o Dia da Cidade. [4]
Porém o documento citado, o testamento de Isabel, só foi encontrado 8 anos depois, em 1960 [5], e, recentemente foi encontrado um documento anterior a este, registrado em 1608 (imagem da capa do grupo). |