| registros | 09/04/2025 16:27:59 |
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História não contada
Alguns anos atras a Câmara Municipal de Sorocaba instituiu 15 de agosto de 1654 como dia oficial da fundação de Sorocaba por Balthazar Fernandes.
Luiz Castanho de Almeida diz:
“Não se pode reduzir a um esquema único o motivo da fundação de Sorocaba. Não nasceu a atual cidade da mineração, que tinha acabado em nada. Não nasceu da pecuária e lavoura de mantimentos em si, que eram pequenas e nunca foram grandes.
Não nasceu da feira, mas deu origem à feira de animais ou pecuária transportada. Não nasceu da ponte, por uma parada obrigatória de viajantes ao transpor o rio, porque morava pouca gente além do mesmo. Não veio do rio como caminho andante, navegação fluvial, inexistente antes de 1654.
Nem procedeu do desejo dos sertanistas de abandonarem as terras velhas para abrirem fazenda de lavoura na mata virgem. Todos esses motivos influíram, alguns com sugestões para o futuro, como o caminho, a ponte e a pecuária”. [33]
De acordo com a ex-chefe da Divisão de Patrimônio Histórico e Próprios Culturais da Secretaria de Cultura e Lazer (Secult), Sônia Nancy Paes:
“Já que Sorocaba surgiu de uma forma diferente, com um fundador e não como as cidades criadas a partir de uma fazenda de café com a imigração de um povo, ou ainda, a partir de uma ferrovia, por exemplo.”
1654
Conforme os historiadores, o documento oficial mais antigo de Sorocaba é o testamento de Isabel de Proença, segunda esposa do fundador de Sorocaba, Baltasar Fernandes.
“A data de fundação da cidade é de 1654 justamente pela data de registro desse testamento”, explica Sonia. “Se o testamento do próprio Baltasar Fernandes fosse encontrado talvez mudasse a história da cidade”.
De acordo com o diretor da Biblioteca Infantil, José Rubens Incao, “a análise desses documentos podem identificar o poder aquisitivo das famílias, a história dos prédios que hoje são patrimônios históricos, os costumes de uma época e acompanhar as mudanças de valores”. [34]
O DOCUMENTO
Alusio diz que "Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio (...) De repente os acontecimentos se precipitam. Todos os cronistas dão o ano de 1654 para a chegada do Fundador com a sua grande família. Mas em 1960 foi descoberto no Arquivo Público de São Paulo o testamento de Isabel de Proença, a segunda esposa, feito em novembro de 1654, o qual se refere à casa grande e a igreja (sic) da fazenda".
Não se sabe o ano da chegada de Baltasar Fernandes por aqui. Historiadores trabalham com a hipótese de que ele passava por Sorocaba muito antes de 1654, “mas como a história trabalha com documentos o ano da fundação é esse, por causa do testamento de Isabel de Proença”, explica Sônia.
Os testamentos antigos não são fáceis de serem encontrados o de Baltasar Fernandes, por exemplo, até hoje, ninguém o localizou. “Já procuramos em São Paulo, em Santana de Paraíba (origem da família do bandeirante), mas não foi encontrado”, avisa Sonia. Ela ressalta que se esse documento fosse encontrado poderia mudar a história da cidade. [31]
CORREÇÕES
Importante lembrar que documenta-se dois testamentos da Isabel de Proença, como se verá a seguir, mas nenhum deles registrado em 15 de agosto de 1654 e recentemente foi encontrado um documento anterior ao testamento de Isabel, registrado em 7 de março de 1608, concedendo terras a Diogo de Onhate. [2]
Contra o argumento de Luiz Castanho de Almeida de que o rio Sorocaba não era navegado ou utilizado como rota antes de 1654, temos Capistrano de Abreu, que já ensinava:
“que os paulistas começaram a descer o Tietê desde os primeiros tempos, provavelmente na metade do século XVI, logo depois de 1532, quando a mando de Martim Afonso foi fundada Piratininga. Alguns subiram os afluentes do Tietê, o Juqueri, o Jundiaí, o Piracicaba, o Sorocaba”. [1]
Também de Porto Feliz, partiam os bandeirantes sorocabanos, quando não desciam em monções o próprio rio Sorocaba nos tempos das enchentes antes de 1628. [4]
1646
Pelo Livro Tombo sabe-se, e exatamente, que, desde 1646 se concentraram moradores onde hoje está Sorocaba. Eram eles, a citar os mais destacados, Balthazar Fernandes. [8]
Provam documentos em que tratam das minas de Paranapanema e Sorocaba, onde antes do ano de 1650 trabalhavam moradores de Iguape. [12]
VOLTANDO A 1654
Muitos documentos que registram Sorocaba são ignorados pelos autores e assim a maioria da História sorocabana ainda desconhecida! Eis aqui alguns desses que poucas linhas se dedicaram os autores...
AS TERRAS ESTAVAM SENDO USURPADAS EM NOME DO CONDE DE MONSANTO. A condessa de Vimieiro e sua família travavam uma batalha por meios burocráticos enquanto suas terras estavam sendo ocupadas na prática.
Em 16 de dezembro de 1653 Gabriel de Lara, aparentado do fundador oficial de Sorocaba, capitão-mór da Capitania a qual pertencia a região de Sorocaba, nomeia Diogo Vaz de Escobar. [13]
Em 1654 o bairro Itavuvu decaiu completamente; o filho de Clemente Alvarez “buscava a famosa serra resplandecente de Sabarabuçú” [9]. Seu pai, Clemente, era um homem abastado, possuía terras na região desde 1600 [5]. |
Um dos poucos caminhos á Sorocaba partiam de Paranguá, “terras de Gabriel de Lara”, o qual demarcou seu rocio em 2 de janeiro. [16]
Em 17 de janeiro "fez o Capitão Bartholomeu de Toralles perante o Provedor das minas, o Capitão Diogo Vaz de Escobar, do minerio de prata que descobrira num serro próximo da vila de Nossa Senhora do Rosário de Parnagua". [17]
No primeiro dia de fevereiro Gabriel de Lara e Diogo Vaz Escobar assumem importantes cargos dizendo que as terras eram doação do Conde da Ilha do Príncipe, o verdadeiro herdeiro das terras em que a atual cidade de Sorocaba de localiza. [18]
Em 5 de fevereiro homens armados tentam entrar na vila de S. Paulo. [19] O que conseguem dois dias depois. [20]
Em 9 de fevereiro um acordo foi firmado "até chegar o ouvidor sindicante". [21] Em 1 de abril foi confirmada a posse das terras aos herdeiros por direito: a família do Conde da Ilha do Príncipe. [22]
Em 10 de abril registra-se a carta do Provedor da Fazenda Pedro de Sousa Pereira, sobre as diversas diligências que tinha ordenado (...) acerca do descobrimento das minas e sobre a descoberta que manifestara o castelhano Bartholomeu de Toralles. [23]
Nos meses de julho e agosto, foram registrados pelo oficial do Registro da região, 780 oitavas de ouro lavrado. [24]
Em 2 de setembro Salvador Correia de Sá e Benevides escreve ao ao rei falando que, em relação às minas de São Paulo, os interessados “as avaliam por mais do que são; e os outros por menos do que mostram”. [25]
Merece atenção coincidir a partida de Lisboa da frota anual da Companhia Geral do Comércio do Brasil em 3 de outubro [26] e a aprovação por provisão régia, tendo sido declarados nulos os atos praticados pelo ouvidor desde a invasão de São Paulo. [27]
Em 21 de novembro Francisco de Oliveira teria celebrado a primeira missa em Sorocaba, data que foi escolhida para a celebração da nova padroeira da Visitação, mas documentalmente, ele estava em Parnaíba. [28]
Sobre o testamento de Isabel, assinado em 28 de novembro, diz Luiz Castanho de Almeida:
"(...)Coincidia a doença e testamento da tia em 28 do mesmo mês. Em fins de março de 1655 ela jaz na igreja de São Bento, na capela-mor. Na igreja, por não haver outra para ser o jazigo dos fundadores, e na capela-mor, por ser quem era. Eis aí como se obtém certeza moral, a única possível, raciocinando. Em ciências experimentais, o método é diverso.
Não havendo o atestado de óbito, resta lugar para a chicana, pois não era possível que levassem o corpo em dois ou três dias, com mau cheiro, a Parnaíba, contra a vontade da testadora, que desejava sepultura onde morresse, como era impossível que a levassem a falecer em Parnaíba...". [29]
Em 4 de abril de 1655 Isabel está vida me Santa Ana de Parnaíba, ocasião de registro um segundo testamento. [30] |
Fontes/Referências:
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