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Falecimento do conselheiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva
    5 de dezembro de 1845, sexta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  


1845 — Falecimento do conselheiro Antônio Carlos Ribeiro deAndrada Machado e Silva. O grande orador da Independência e darevolução parlamentar da maioridade nasceu em Santos (1o de novembrode 1773) e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, sendo sepultado com grandepompa no mosteiro de São Bento. Era ouvidor em Olinda, quando se deua revolta de 1817 em Pernambuco. Ameaçado de prisão, foi violentado aficar no Recife, onde o nomearam conselheiro do governo, embora nãotenha exercido o cargo. Vencida a revolta, esteve preso de 1817 a 1821 nacadeia da Bahia, e defendeu-se com grande altivez, demonstrando que nãopodia ter tido parte alguma nesse levante, constituindo-se “humilde cliente OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO684de demagogos, a maior parte tirados do pó e sem mérito” (depoimento de28 de novembro de 1818). Na cadeia, fez-se mestre de seus companheirosde prisão, transformando-a em Academia. Foi naqueles dias angustiososque Antônio Carlos compôs o conhecido soneto que dizia:Livre nasci, vivi, e livre esperoEncerrar-me na fria sepultura,Onde império não tem mando severo;Nem da morte a medonha cataduraIncutir pode horror num peito fero,Que aos fracos tão somente a morte é dura...Insinuaram-lhe que pedisse perdão ao rei, mas ele respondeu quesó queria justiça e que perdão só se pedia a Deus. Deputado por SãoPaulo às Cortes Constituintes de Lisboa, ali teve assento desde 11 defevereiro de 1822, e pugnou com brilho pela federação entre os Reinosde Portugal e do Brasil, havendo neste uma Constituição própria,um governo central e um Parlamento. Tornou-se o chefe da minoriabrasileira, da qual faziam parte Vilela Barbosa (depois marquês deParanaguá), Lino Coutinho, Fernandes Pinheiro (depois visconde deSão Leopoldo), Feijó, Vergueiro, Muniz Tavares. No dia 23 de setembrodeixou de comparecer às sessões; no dia 5 de outubro, partiu de Lisboa,sem licença, com outros deputados, para Falmouth, e daí para o Brasil.Na Assembleia Constituinte de 1823, em que tiveram assento oshomens mais eminentes do Brasil, redigiu o projeto de Constituição efoi o príncipe dos oradores: ministerial, enquanto José Bonifácio esteveno governo; ardente oposicionista, depois. Dissolvida a Constituinte,partiu para o exílio, na França (20 de novembro de 1823), e, cinco anosdepois, apresentou-se no Rio de Janeiro e foi recolhido a uma fortaleza.A Relação do Rio de Janeiro, que em 4 de julho de 1823 pôs emliberdade os acusados políticos perseguidos por José Bonifácio, entãoministro poderoso, desta vez também absolveu Antônio Carlos (6 desetembro de 1828), que assim pôde voltar à cidade de seu nascimento.De 1831 a 1833 o ilustre paulista combateu, em artigos de jornais eopúsculos, a revolução de 7 de abril, e nesse último ano foi a Lisboapedir a dom Pedro que voltasse ao Brasil, para assumir a regência do EFEMéRIDES BRASILEIRAS685Império. O príncipe recusou, e Antônio Carlos conservou-se na Europa,regressando à pátria somente em 1835. Três anos depois, foi eleitodeputado por São Paulo e brilhou no nosso Parlamento, de 1838 a 1841e de 1844 a 1845. Em 1838, apoiou o primeiro gabinete conservador,organizado pelo regente Araújo Lima (Olinda); depois, rompeu como regente, combateu violentamente os conservadores e promoveu, em1840, a declaração da maioridade do jovem imperador. Foi ministrodo Império de 23 de julho de 1840 a 23 de março do ano seguinte. A 6de julho de 1845, tomou assento no Senado, representando a provínciade Pernambuco. Todos os contemporâneos de Antônio Carlos foramacordes em dar-lhe o primeiro lugar entre os oradores brasileiros doseu tempo, assegurando que a sua palavra produzia sempre a mais vivaimpressão; no entanto, não é possível hoje julgá-lo senão por algunsescritos, realmente de estilo castigado e brilhante, e por alguns rarosdiscursos publicados quase integralmente. A estenografia estava entãomuito atrasada em Portugal e no Brasil, de sorte que os Diários das Cortesde Lisboa e das nossas Câmaras apenas davam das discussões extratosmuito resumidos e incorretos. Um dos discursos mais conhecidos dogrande orador paulista foi o que proferiu na sessão de 10 de novembrode 1823, da Constituinte, discutindo a representação de Davi Pamplona,agredido no largo da Carioca por dois oficiais do Exército, que lheatribuíam a autoria de certos artigos de oposição: “Os cabelos se meeriçam [bradou Antonio Carlos], o sangue ferve-me em borbotões, àvista do infando atentado, e quase maquinalmente grito ‘Vingança!’.Se não podemos salvar a honra brasileira, se é a incapacidade e não atraição do governo que acoroçoam os celerados assassinos, digamosao iludido povo que em nós se fia: brasileiros, nós não vos podemosassegurar a honra e a vida; tomai vós mesmos a defesa da vossa honra edireitos ofendidos! Mas será isto próprio de homens que estão na nossasituação? Não, decerto; ao menos eu trabalhei, enquanto tiver vida, porcorresponder a confiança que em mim pôs o povo brasileiro. Podereiser assassinado: não é novo que os defensores do povo sejam vítimasdo seu patriotismo, mas meu sangue gritará ‘Vingança!’. E eu passareià posteridade como o vingador da dignidade do Brasil.” Davi Pamplonaera um obscuro brasileiro adotivo, natural dos Açores; no entanto, aagressão de que foi vítima era um ataque à liberdade de imprensa, e porisso levantou então grandes protestos.





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