25 de outubro de 1745, segunda-feira Atualizado em 25/02/2025 04:42:50
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InícioVOCÊ ESTÁ EM INÍCIO > REVOLTASVOLTAREm meados do século XVIII, alguns motins agitaram a Capitania do Caeté, na região entre a vila Souza e o aldeamento de São João Baptista, ambos à margem direita do rio Caeté. A principal dessas revoltas, a Sublevação do Caeté, ocorreu em 1741 e ficou marcada pela expulsão de padres jesuítas por moradores e autoridades locais.Tudo teria começado quando o loco-tenente Manoel Ferreira e um grupo armado se dirigiram até o terreiro da Igreja do Aldeamento com o objetivo de prender o índio Principal da missão – cargo administrativo ocupado por chefes indígenas e instituído pela coroa lusitana na Amazônia portuguesa. Cercando-o à porta da Igreja, o loco-tenente pediu ao índio Clemente Cardoso que passasse sua patente de Principal a Miguel Acará, índio aliado às autoridades militares, e que além disso nomeasse Francisco da Silva – vereador e líder que convocou os moradores a expulsarem os padres missionários – para o cargo de Procurador dos índios. A ação provocou reação dos índios aldeados.A resistência à pressão logo se instaurou. Os índios não só não reconheciam Miguel Acará como seu representante como também os padres não viam legitimidade na troca por considerarem que Clemente Cardoso “herdou aquele governo de pais, e avós, como os índios são tais que não querem conhecer superioridade” como consta na carta de 25 de outubro de 1745 do provincial da Companhia de Jesus de Belém do Pará, padre José de Sousa (AHU, Pará, Caixa 28, doc. 2632). Na disputa pelo cargo, tanto o aliado dos jesuítas quanto o aliado dos moradores demonstram que os indígenas estavam presentes nos jogos de poder locais.No desenrolar desses episódios, Francisco da Silva acabou tornando-se procurador do povo, e foi o principal reivindicador das queixas e “clamores” dos moradores à câmara da vila. Na noite do dia 23 de novembro, ele convocou filhos, genros e alguns moradores para expulsar os jesuítas Bernardo de Aguiar e Miguel Pereira, responsáveis pela missão e alvo das contestações locais. Deixando a casa cercada sob insultos dos moradores.Feita a expulsão dos principais nomes que não atendiam às demandas dos moradores nas repartições, os colonos consolidaram a estratégia de usar a força de trabalho indígena sem o controle da administração jesuítica, juridicamente estabelecido pelo Regimento das Missões de 1686. A partir dos autos de devassa feitos pelo ouvidor do Maranhão, Francisco Raimundo de Moraes Pereira, é possível acompanhar os desfechos da sublevação do Caeté de 1741, o crime de “assuada” e os sindicantes acusados. Manoel Ferreira foi considerado o principal mentor da expulsão, juntamente com o vigário da vila, Francisco Dias Lima. O capitão-mor Felix Joaquim foi tirado da sua residência antes mesmo que se realizasse a devassa; foi preso e enviado para Portugal em 1749. Quanto aos vereadores e moradores envolvidos nos conflitos, como Francisco da Silva, Domingos Borges e José Quinterio da Costa, foram presos na cadeia da cidade de São Luís no Maranhão.Por fim, descobre-se então que as queixas foram forjadas e os principais autores foram o capitão-mor e o loco-tenente Manoel Ferreira. Assim se dava o jogo multifacetado entre índios principais, autoridades militares, moradores, jesuítas e índios aldeados pelo trabalho dos indígenas, o então “motor” da história da Amazônia colonial.Conheça mais sobre essa revolta e seu contexto no tema em debate “Assuadas na Amazônia colonial" historia.uff.br/impressoesrebeldes/?temas=assuadas-no-norte-setecentista
(Texto elaborado com a contribuição do historiador Leonardo Augusto Ramos Silva, da UFPA)A SUBLEVAÇÃO DO CAETÉ - ALDEAMENTO DE SÃO JOÃO BAPTISTA, MARANHÃO E GRÃO PARÁDOCUMENTOS DESTA REVOLTANão há conteúdo disponível.
[29747] RAMOS SILVA, Leonardo Augusto. Entre conflitos e tramas: protagonismos indígenas na Sublevação do Caeté (1736 – 1749). Monografia, Faculdade de História, Universidade Federal do Pará, Bragança, 2018. 129 f. 01/01/2018
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!