Para o Exmo. Barão de Caxias - Illmo. e Exmo. Sr. - Tive a honra de receber o Ofício de V. Exa. escrito ontem de junto ao rio Baruery, e fiquei inteirado de quanto me expõem. Creio, que os rebeldes continuarão amostrar a prudência de não esperar por V. Exa. e que só virão ás mãos com as Forças, comandadas por V. Exa. quando não tiverem meios de se retirarem.
Provéra a Deus que V. Exa. pudesse já restituir a esta Província a paz, e a tranquilidade, de que a rebelião a tem privado: estou convencido, que breve V. Exa. terá essa glória, e fará mais esse relevantíssimo serviço a Sua Majestade o Imperador.
- Hoje partem a fazer junção com as Forças de V. Exa. cem homens da Guarda Nacional de Santos. Do Rio ainda não tem chegado a esta Cidade gente, e nem me consta, que esteja em Santos porção alguma de soldados, remetidos pela repartição da Guerra; porém logo que cheguem farei que sigão para o campo de V. Exa.
- Tenho dado todas as providências para obter o maior número de Cavalos, que se puderem comprar, já escrevi sobre isso á diversas partes, mas cumpre dizer a V. Exa. que não espero remete-los a V. Exa. com a celeridade que desejo: V. Exa. mesmo foi testemunha das dificuldades, com que se alcançarão os primeiros.
Pode V. Exa. estar certo não omitirei diligência alguma para satisfazer as requisições de V. Exc. - Com a Força que parte hoje segue igualmente a Caixa Militar. Deus Guarde a V. Exa. Palácio do Governo de São Paulo, 14 de junho de 1842. - Barão de Monte Alegre.
Um comentariozinho pitoresco não é de mais embaixo deste manuscrito: já naquele tempo havia dificuldade de "combustível", que era então, o... cavalo! Como vemos no escrito acima, o presidente da Província lamentava a falta de animais, havendo "dificuldades, com que se alcançaram os primeiros cavalos...". Assim como sem dinheiro não se faz guerra, segundo o velho Napoleão, aqui vão mais dois documentos fornecendo o necessário para as despesas da luta:
Nós temos a pretensão que temos artistas, porque temos Portinari, porque temos Vila- Lobos, ou temos Beethoven. Então isso nos da aparência, o orgulho de que nós temos arte. Nós não temos arte porra nenhuma. Porque tanto Picasso quanto Beethoven pertencem a grupos muito pequenos. Bom, até que agora 1977) os instrumentos de massa estão permitindo que mais outras pessoas se comuniquem com isso. Mas é tudo um código complicado para que um popular chegue a entender isso. Na maior parte das vezes não chega. Ninguém chega a entender.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*