O roteiro ao qual Moura se voltava era o da expedição de Ulrich Schmidl. Moura reclamava do modo “lacônico” que os primeiros roteiros eram escritos, descrevendo rapidamente os lugares e citando poucas referências aos locais pelos quais passavam – levando a uma necessidade de certo grau de adivinhação nareconstituição dos roteiros. Como descrição do caminho, o relato de Schmidl “nãotem a menor importância”. No entanto, pondera que, se fosse possível areconstituição do roteiro dessa expedição, Schmidl trazia uma importantecontribuição para compreender a história dos “dois primeiros séculos do descoberto”.Moura expõe que Schmidl, após servir vinte anos no Paraguai, fora chamadoa retornar à seu país natal em 1552, que hoje corresponde a Alemanha. Tendopartido em dezembro do Paraguai, seguiu em direção ao rio Paraná percorrendo 100milhas por terra durante seis semanas. Ao fim desse tempo, Schmidl atravessa o rioUrquan, prosseguindo para Jurubatuba, Santo André da Borda do Campo e, por fim,São Vicente226.
As poucas referências levavam Moura a utilizar outros relatos. Apartir da informação de que, após sair de Assunção, desertores alcançaram aexpedição de Schmidl na aldeia de Juberic Sabaie, Moura utiliza a crônica daCompanhia de Jesus para descobrir a possível identidade de um desertor. Havendoa ordem da formação de uma expedição para a região do rio Paraguai a fim deconverter indígenas, a empresa teve como guia o padre Antônio Rodrigues, pois elehavia servido como soldado no Paraguai e era versado nos costumes dos índiosCarijós. Na ocasião do falecimento de Rodrigues, a crônica informava também quehavia participado de uma Armada Castelhana em partes do rio da Prata e voltou aSão Vicente viajando 200 léguas por caminhos pouco utilizados com a intenção de [“Um problema histórico-geográfico”: Emergências de um saber geográfico no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Uma geografia para e das bandeiras. 1894-1954. Página 85]
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!