Diz o Padre Francisco do Nascimento Silveira, em seu "APPARATO CHOROGRAPHICO", que antes de Colombo descobrir a América, já a haviam descoberto quatro pilotos portugueses: Pedro Corrêa, Vicente Dias, Affonso Sanches e Martim Vicente.
Sobre Affonso Sanches convérgem de forma categórica e convincente os depoimentos dos mais antigos e notáveis autores, de tal maneira, que não seria demais se lhe conferissem definitivamente os lauréis de verdadeiro descobridor da América.
Assim, lemos — em Frei Antonio de São Romão, na "HISTORIA GERAL DAS ÍNDIAS O CCIDENTAES escripta em 1557 [28057], que Colombo foi á América servindo-se dos papéis de certo marinheiro famoso que lhe morrera nos braços (Affonso Sanches).
Garcilaso de La Vega, autôr da mesma época, nos "Commentarios Reales" affirma que Affonso Sanches foi o primeiro descobridor da América. Pedro de Mariz, nos "DIÁLOGOS DA VARIA HISTORIA" de 1594 [27158], faz a mesma afirmação.
O Padre Manoel Fialho, em "ÉVORA GLORIOSA" [27352], de 1728, diz que Affonso Sanches adoeceu na casa de Christovam Colombo, genovês que morava no Funchal, onde tinha casa de pasto, vivendo disso e de ilustrar cartas geográficas para o que tinha muita habilidade, onde sentindo-se morrer, como gratidão por quanto lhe proporcionára Colombo, a elle fizéra entrega "in articulo mortis", como presente de grande valor e que lhe pagaria de tudo, das suas cartas de marear e do roteiro que tinha feito desde a Terra-Nóva até á Ilha da Madeira onde morava. Explica também aquele autor, que Affonso Sanches vivia de viagens em barco próprio, de Lisboa para os Açores, commerciando entre as ilhas e o continente, e que, numa dessas viagens em 1486, apanhado por violentos temporaes se afastára tanto da rota costumeira, que acabára por descobrir uma nova terra, que certamente por isso denominára de Terra Nova.
Brito Freire, na "HISTORIA DA NOVA LUZITANIA" — 1675 — conta a mesma cousa. Frei Apolonio da Conceição, na "PRIMAZIA SERÁFICA NA REGIÃO DA AMÉRICA", de 1733, faz idêntica descripção histórica. Simão de Vasconcelos (1597-1671), em sua famosa" CHRONICA DA COMPANHIA DE JESUS" [26865]; Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) em suas "NOTICIAS DOS ANNOS EM QUE SE DESCOBRIU O BRASIL" [28004], José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), Manuel Aires de Casal (1754-1821), Cunha Mattos, Mello Moraes, Jean de Laet (1571-1649 e tantos outros grandes escritores, cronistas e historiadores de mérito reconhecido, estão conformes com esta verdade, mas, um dos fatores que mais concorre para a definitiva consagração do descobridor Affonso Sanches, é o depoimento insuspeito dos historiadores italianos e hespanhóes em seu favor, quando é sabido que eles deveriam ter mais interesse na primazia de Colombo, genovês a serviço da Hespanha.
É que tais historiadores, á vaidade de um merecimento pátrio inverídico, preferiram a verdade da História e a ella se cingiram portanto. Táes são: Antonio Remosal "HISTORIA GENERAL DE LAS ÍNDIAS OCCIDENTALES"; J. Baptista Ramuzio "NAVIGAZIONI E VIAGGI"; Capellan "VIAGE DE LA NUEVA FRANCIA"; B. de Las Casas — "OBRAS Y VIAGES"; Bernardo de Vargas — "DESCRIPCION DE LAS ÍNDIAS"; José Acosta — "HISTORIA NATURAL DE LAS ÍNDIAS", e Pedro de Cieca "CHRONICA DEL PERU" (1)
Esta versão de Affonso Sanches, é autenticada mas ligeiramente alterada pelo próprio Colombo, quando em seu "Diário", achando-se então ancorado em Gomera, nas Canárias, recorda que um homem viéra da Madeira em 1484, pedir ao Rei de Portugal, uma caravella para "descobrir" uma ilha que descobrira e que jurava ver cada anno, sempre na mesma direcção.
Por sua vez, com pequena differença, Fernando Colombo, positivando as declarações de, seu pae, o pretenso descobridor, em sua "Historie deli Ammiraglio" [27938], no Cap. IX, referindo-se á passagem de Oviedo, rectifica-a, declarando que foi um português de Tavira, Vicente Dias, regressando de Guiné á Terceira, com escala pela Madeira, quem contára a Colombo ter avistado uma ilha no rumo do Poente, para onde o vento lhe impellira, durante dias, o navio. [24418]
[28057] História Geral das Índias Ocidentais, Frei Antonio de São Romão 01/01/1557 [27938] Historie deli Ammiraglio 01/01/1571 [27158] Diálogos da Varia História 01/01/1594 [26865] Chronica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil, 1663. Simão de Vasconcelos (1597-1671) 01/01/1663 [27352] Évora Gloriosa 01/01/1728 [28004] NOTICIAS DOS ANNOS EM QUE SE DESCOBRIU O BRASIL 01/01/1798 [24418] “História de Santos”. Francisco Martins dos Santos 01/01/1937 [24891] Arthur Virmond de Lacerda 07/03/2022 [29370] Cristóvão Colombo. Por Daniel Neves Silva, em mundoeducacao.uol.com.br (data da consulta) 29/04/2024
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Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!