| Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro - Joaquim Manuel de Macedo | | 19 de julho de 2014, sábado Atualizado em 03/07/2025 21:28:58
Prefácio: Alcmeno Bastosapupado na rua, e morreu sob o peso de desgostos e de afrontas, depois de deposto do seu cargo por sentença da relação da Bahia.O terceiro prelado foi o Padre Dr. Mateus da Costa Aborim, que, do ano do 1607 ao de 1629, experimentou a mesma oposi-ção, que, aliás, tornou ainda mais forte pelos seus próprios exces-sos e violências, atacando a autoridade civil e até excomungando a Câmara Municipal. Lutou, pois, com energia e às vezes com descomedimento e morreu, dizem alguns, envenenado, como o Padre Bartolomeu Simões Pereira.Seguiram-se ao Padre Dr. Aborim, interinamente, porém, o D. abade de São Bento, Frei Máximo Pereira, por nomeação do Bispo da Bahia, protestando o clero da cidade do Rio de Janeiro não de-mitir de si a eleição do prelado interino em qualquer outra vacân-cia. E no fim de quatro meses o Padre Pedro Homem Albernaz, por nomeação do clero. Frei Máximo Pereira retirou-se para Lisboa e o Padre Albernaz serviu até 1632, escapando ambos às intrigas e às hostilidades já acostumadas pelo cuidado que tiveram de deixar apenas sentir a sua influência no exercício do cargo que ocuparam.O novo prelado que o rei nomeou foi o Padre Dr. Lourenço de Mendonça, que, a 9 de setembro de 1632, começou a exercer as suas funções e, daí a quatro dias, experimentou logo os efeitos de um ódio inexplicável que se demonstrou em libelos infamatórios, em uma tentativa de assassinato por meio de um barril de pólvo-ra que fez arder parte da casa do prelado num ousado plano de o prenderem e abandonarem fora da barra em um navio desapare-lhado, ardil criminoso de que conseguiu escapar a vítima, e na acusação enfim de um fato escandaloso, pelo qual teve o Padre Mendonça de responder ao Santo Ofício, merecendo ser por este absolvido.Ao Padre Lourenço de Mendonça foram-se sucedendo: o Padre Pedro Homem Albernaz, outra vez interinamente, a quem se imputou grande parte na desordem dos jesuítas com a câmara e [p. 249 d PDF]
e de engrandecimento, viam-se constantemente em contendas com os colonos.Em consequência de uma dessas questões de índios, levantou--se uma vez o povo da cidade do Rio de Janeiro (e também em São Paulo, onde a desordem tomou caráter muito mais sério), e os jesuítas viram-se ameaçados no seu próprio colégio.
Eis o caso. Irritados pelo arrojo dos sertanejos paulistas que, perseguindo o gentio, chegavam a ir atacar e escravizar os po-bres índios nas próprias missões dos jesuítas, e ainda não menos ressentidos do proceder dos colonos do Rio, que compravam aos paulistas os selvagens escravizados, mandaram os padres da Companhia dois dos seus como emissários, um a Roma e outro a Madri, para trazerem dessas cortes as providências que mais desejavam, e com efeito, receberam em 1640, do Papa Urbano VII, a publicação no Brasil da bula de Paulo III a favor dos índios do Peru, declarando incorrerem em excomunhão os que cativassem, vendessem, traspassassem ou se servissem dos índios.
Era então Governador do Rio de Janeiro Salvador Correia de Sá e Benevides, homem distinto, valente capitão e chefe severo, e o Padre Albernaz exercia também nesse tempo o cargo de adminis-trador eclesiástico e mostrava-se muito favorável aos padres da Companhia.A bula foi apresentada a Albernaz e os jesuítas exultavam já com o seu triunfo, quando saíram a campo com embargos a Câmara e o povo, e este, não contando muito com a justiça oficial, foi de voz em grita reunir-se em frente do colégio, mostrando-se sinistramente disposto a dar uma lição tremenda aos filhos de Loiola.O Colégio dos Jesuítas achou-se cercado e os sitiantes estavam--se dispondo a tomar de assalto essa Sebastopol defendida por guerreiros de roupeta. Mas os atiladíssimos padres foram sempre tão ousados com certeza de vitória, como prontos a recuar risonhos [p. 476]
OII!
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
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3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
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Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!  |
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