O MAPA DO PADRE COCLEO: UMA ANÁLISE CARTOGRÁFICA - V Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica
novembro de 2013, sexta-feira Atualizado em 30/07/2025 04:16:50
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1. INTRODUÇÃO: O AUTOR E SUA OBRANascido em 1628, o padre Jaques Cocleo, jesuíta francês, era professor de matemática e astronomia em Lisboa. Embarcou para a Missão do Maranhão, em 1660, passando inicialmente por Pernambuco. Trabalhou na Missão do Ceará entre 1662 e 1671, retornou a Pernambuco e acabou permanecendo na Província do Brasil, no Estado do Brasil. Foi reitor do colégio do Rio de Janeiro e faleceu na Bahia, em 1710 (Silva, 1998). Esse religioso confeccionou uma carta do Brasil em fins do século XVII, ainda que o único registro relacionado é o documento cartográfico intitulado Mapa da maior parte da costa e sertão do Brazil, que traz a anotação: extraído do original do Pe. Cocleo. Esta obra encontra-se na Mapoteca Digital do Arquivo Histórico do Exército (AHEx). O Mapa da maior parte da costa e sertão do Brazil (Figura 1) foi produzido por volta de 1700, provavelmente pouco tempo depois da produção original de Cocleo. É, portanto, anterior à obra dos padres matemáticos e às demais empreitadas portuguesas na tentativa de produzir uma cartografiaqualificada para as negociações do Tratado de Madri. Trata-se de um mapa manuscrito, colorido à mão, medindo 120,5 cm x 224 cm. Como em alguns mapas holandeses do Brasil, o norte está voltado para a esquerda e não para a parte superior. A cartela, no canto inferior esquerdo, traz o título da obra, as escalasgráficas em léguas francesas, espanholas e portuguesas (de 18, 17 e 20 léguas por graus, nessa ordem), e as convenções adotadas na representação de catedrais, capelas e fazendas, de acordo com ordem de importância.Para efeito de análise cartográfica, parte-se da hipótese que as características morfológicas desse mapa (posição e desenho das diversas feições) seguem basicamente as do original e, por questão de simplificação da linguagem, nomeia-se essa peça cartográfica como mapa do padre Cocleo, já que por outro lado, o próprio autor faz essa referência e presta tributo ao cartógrafo do original.Para efeito de visualização, mapas de grande tamanho sempre se vêem limitados pelo veículo de informação, ou seja, pelo tamanho da página da revista ou dos anais de um congresso. Para contornar essa situação pode-se mostrar alguns detalhes ampliados, escolhidos de acordo com o critério ou ângulos que se deseja ressaltar. É o que se faz nas Figuras 2 e 3.O mapa apresenta-se graduado nas 4 bordas, em longitude e latitude, a cada 1 grau. Há algumas partes que estão rasgadas e há certas deformações. Talvez por isso não há uma rigorosa manutenção da escala, nem em latitude nem em longitude. Entretanto, meridianos e paralelos cruzam-se ortogonalmente e provavelmente o mapa está na projeção Carta Plana Quadrada. Para fins práticos, o georreferenciamento em meio digital por esta projeção apresenta boa aproximação, com erros inferiores ao décimo de grau. A carta retrata um trecho do atual território brasileiro, aproximadamente entre as latitudes -1º e -30º, e entre as longitudes 333º e 349º, a partir do meridiano de origem desse mapa e, entre -50º e - 34º, aproximadamente, a oeste de Greenwich, como se mostrará. Na prática corresponde a traçar os limites por um meridiano (Tordesilhas) que passaria por um ponto a oeste da Ilha de São Luís do Maranhão, talvez o rio Gurupi, até o sul de Santa Catarina. Trata-se de uma obra rica em toponímia, apresentando profusão de informações não somente no litoral, mas também no interior do país, principalmente às margens dos principais rios, como o São Francisco. Essa carta pioneira tem sido explorada em suas múltiplas facetas, por ser um documento histórico que de muitos detalhes (caminhos, arraiais, vilas, fazendas de currais, ocorrência de ouro, rede fluvial e orográfica), que refletem o desbravamento do sertão do país, sendo uma síntese dos conhecimentos acumulados nos dois séculos anteriores. Ou seja, Essa peça permite assim o exame sob diversos ângulos, Reger e Machado (2005), situam-na no contexto da contribuição cartográfica dos jesuítas e fazem detalham alguns pontos desse mapa para a região de Minas Gerais; Martins (2009) apresenta uma visão geral, enquanto documento cartográfico; Costa e Santos (2010) situam-no no contexto da cartografia de Minas Gerais; Delvaux (2010) analisa-o como parte da cartografia imaginária do sertão; Santos (2011) tratou do mesmo como documento do povoamento e ocupação do sertão. Por outra parte Leite (1938-1950) é uma referência para a biografia de Cocleo.O presente trabalho escolheu um ângulo inexplorado: a determinação de alguns elementos cartográficos como meridiano de origem, projeção cartográfica, precisão das coordenadas geográficas (longitude e latitude). São elementos não explícitos, mas que podem ser deduzidos, calculados ou extraídos através de uma metodologia adequada. Esses dados permitem, em estudos posteriores, correlacionar esse mapa com outros: em que medida aproveita-se de cartografia anterior, e como foi utilizado por mapas posteriores.[p. 2]
Fig. 3 - Trecho do mapa na região da Capitania de São Paulo, contendo uma boa amostra das feições: o oceano Atlântico, portos e vilas no litoral (Itanhaém, São Vicente, Santos,...), serras (Paranapiacaba, Tapeti, ...), rios (Paraiba do sul, Iguape, Tietê, ...), caminhos em diversas direções (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Curitiba e Goiás) e muitas localidades (Mogi, São Miguel, Penha, São Paulo, Carapicuiba, Jundiaí, Santana de Parnaíba, Itu, Sorocaba, ...). [p. 5]
OII!
Dados para a História dos Índios Caiapó Data: 01/01/1969 Créditos/Fonte: Mário neme Página 115
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Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
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