Ouro apreendido pela PF em SP pertence a empresário que foi candidato pelo PSDB - www1.folha.uol.com.br
5 de maio de 2022, quinta-feira Atualizado em 06/08/2025 02:21:20
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Os 78 quilos de ouro apreendidos pela Polícia Federal na tarde desta quarta-feira (4) em Sorocaba, no interior de São Paulo, pertencem à empresa FD Gold, uma distribuidora de valores (DTVM) do empresário Dirceu Frederico Sobrinho. O carregamento é estimado em cerca de R$ 23 milhões.
Dirceu Sobrinho foi filiado ao PSDB e, em 2018, chegou a concorrer como primeiro suplente do senador Flecha Ribeiro, pelo estado do Pará. PSDB é o mesmo partido do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e do ex-governador João Doria, ambos em campanhas eleitorais neste momento.
Procurado pela Folha desde a manhã desta quinta-feira (5), o empresário não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem.
O carregamento de ouro apreendido pela PF estava sendo escoltado por um grupo de policiais militares paulistas, dois deles lotados na Casa Militar, a unidade da Polícia Militar de São Paulo instalada dentro do Palácio dos Bandeirantes e responsável pela segurança dos governadores, entre outras funções.
Os PMs estavam em dois veículos, ambos Toyota Corolla, e registrados em nome da FD Gold. Integrantes da cúpula da Segurança Pública de São Paulo ouvidos pela Folha afirmam que os PMs relataram aos superiores que estavam a serviço dessa empresa.
Em mensagem enviada aos colegas oficiais, o tenente-coronel Marcelo Tasso, que participava da escolta, disse que estava lá a convite do dono de uma DTVM, "devidamente legal", conhecido (não citou nome) que havia solicitado a ele a indicação de dois policiais para fazer a operação de transporte.
"Como a carga é de valor muito elevado, pediram para irmos até a delegacia da PF para conferência, o que foi feito. Mas, devido a existência de mais de mil documentos relativos (notas fiscais, etc), isto demorou demais e também realizaram as oitivas de todos", disse o oficial lotado da Casa Militar.
De acordo com a PM, ele está afastado das funções desde de dezembro em processo de ir para reserva. "Foi constatado que tudo estava devidamente documentado, mas por padrão irá para perícia. Ninguém foi indiciado, não restando nenhuma consequência para nós. Apenas a empresa que fará as tratativas necessárias com a PF", diz mensagem.
Em nota distribuída na manhã desta quinta (5), a Polícia Federal afirma que agentes da instituição monitoravam a aterrissagem de um avião particular King Air (turboélice) no aeroporto estadual de Sorocaba. E, com o apoio da Polícia Militar Rodoviária, eles abordaram dois veículos Corollas, na rodovia Castelo Branco, próximo ao km 74, sentido capital.
Dentro dos veículos foram encontradas três malas contendo as barras de ouro e, também, uma quarta mala com documentos diversos. Todas apreendidas. "Seis suspeitos foram conduzidos à delegacia da PF em Sorocaba, e instaurado inquérito policial para apurar a possível prática dos crimes de usurpação de bens da União e receptação dolosa", diz a nota.
Ainda de acordo com a PF, os documentos apreendidos apontam que o ouro seria proveniente do Mato Grosso e Pará. "O metal foi encaminhado para realização de perícia em laboratório específico da PF. Por tratar-se de ouro, o valor da apreensão soma cerca de R$ 23 milhões", diz.
A PF afirma, ainda, que o avião utilizado no transporte do ouro também foi apreendido porque é objeto de sequestro criminal em outro inquérito policial. "As circunstâncias da utilização proibida da aeronave serão apuradas."
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foi elaborado um boletim de ocorrência para averiguar a extração irregular de minério. Além disso, a Corregedoria da Polícia Militar acompanha a investigação.
Em 2018, a PF e o MPF (Ministério Público Federal) realizaram a Operação Levigação, para tentar combater a lavagem de ouro clandestina no Pará, que resultou no bloqueio judicial de R$ 187 milhões de bens dos investigados.
Um deles era o empresário Dirceu Frederico Sobrinho, proprietário da D’Gold. Na época, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios da D’Gold em Itaituba e em São Paulo.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que "os fatos citados foram registrados e são apurados pela Polícia Federal". "A Corregedoria da Polícia Militar acompanha as investigações e, se constatada alguma irregularidade, as medidas cabíveis serão adotadas", diz nota.
Em nota, a Casa Militar disse que afastou imediatamente o sargento e que o tenente está afastado desde outubro do ano passado "para cumprir licenças pendentes para a sua aposentadoria".
"A ocorrência foi encaminhada para a Corregedoria da Polícia Militar abrir investigação", diz trecho da nota.
Ainda segundo a Casa Militar, é de "conhecimento público" que o empresário "mantém relações constantes com a cúpula do governo federal para defender interesses do garimpo e da mineração".
Em nota, o diretório do PSDB de São Paulo afirnou que Dirceu Sobrinho não consta nos quadros do partido.
Outros casosNão é a primeira vez que ouro é apreendido em aviões no país. Em agosto do ano passado, a PF apreendeu 52 kg do metal em barras no aeroporto do Campo de Marte, na zona norte paulistana. De acordo com a polícia, a carga não tinha documentação fiscal e a perícia apontou indícios de que o minério tinha vindo de áreas de garimpo clandestino no norte do país. De acordo com a PF, parte do ouro era usado para fabricação de joias na Itália.
1ª fonte: Devastação amazônica - socioambiental.org Data: 2022
Ouro na mala
Também na semana passada, a PF apreendeu um carregamento ilegal de 78 quilos de ouro nas proximidades de Sorocaba (SP). O ouro, assim como o avião, não tinha autorização para circular. Ambos pertencem a Dirceu Frederico Sobrinho, dono da FD Gold, empresa com sede na Avenida Paulista, em São Paulo.
“Estou aqui para fazer um esclarecimento, para declarar que esse ouro pertence à minha empresa, FD Gold. Todo ele foi comprado sob permissão de lavra garimpeira concedida, que não pertence à área indígena, que não pertence a garimpos ilegais”, disse o empresário, sem esclarecer que garimpos legais eram esses e porque o transporte do ouro estava sendo feito de forma ilegal, embora escoltado por policiais militares.
A PF informou que o avião também foi apreendido porque é objeto de sequestro criminal em outro inquérito policial. Em 2018, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram a Operação Levigação, para tentar combater a lavagem de ouro clandestina no Pará. A ação resultou no bloqueio judicial de R$ 187 milhões em bens dos investigados. Um deles era Dirceu. Na época, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios da DJ Gold em Itaituba e em São Paulo. Itaituba é um município do sudoeste do Pará, cuja economia é gira entorno da garimpagem ilegal e predatória nas terras do povo indígena Munduruku.
Dirceu não é de sujar as mãos em lama de garimpo e não bebe suco de mercúrio, mas é um dos que ficam com a parte da fortuna oriunda desse tipo de atividade. Em 2018, disputou a suplência do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e é frequentemente recebido por ministros de Estado e pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. É um predador influente, descolado e beneficiado pelo avanço da predação mineral. [31334]
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