'Campinas, uma vila colonial (1774-1822) - Paulo Eduardo Teixeira - 01/12/2017 Wildcard SSL Certificates
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Campinas, uma vila colonial (1774-1822) - Paulo Eduardo Teixeira
    dezembro de 2017, sexta-feira
    Atualizado em 11/09/2025 03:07:05

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em vadiaçam e reduzidos a hua total pobreza, com repugnancia a todo o trabalho, semcuidarem do seu aumento, e me ser m.to recomendado nas Reaes ordens de S. Mag.eq.’dentre os seus vassallos faça desterrar tam perniciozos vicios pondo-os náquellaregularidade e sugeiçam de policia, em q.’devem viver, p.ª q.’sejão uteis a si, e ao mesmoEstado: Ordeno ao Juizes Ordinarios e Officiaes da Camera das Villas desta capitaniaq.’logo [...], fação produzir [...] dobrada lavoura.3O processo não foi simples e tampouco bem-sucedido em todas as suas etapas. Nãose limitou unicamente ao governo do Morgado de Mateus, pois, às vésperas de sua partida, tanto ele quanto o futuro governador, Martim Lopes Lobo de Saldanha (1775-1782),haviam recebido instruções do secretário de Estado para que os corpos de Auxiliares “nãodeveriam ser constituídos apenas por pessoas de posses e sim por aqueles que na pazcultivavam os solos, criavam gado e enriqueciam a terra com seu trabalho e na guerra comarmas na mão defendiam das invasões inimigas seus bens, casas e famílias” (LEONZO,1977, p. 223). As famílias e seus domicílios, muitos deles compostos também por escravos, emergiram como elementos de defesa territorial, pois sem eles seria impossível aexistência de uma população estável e necessária ao estabelecimento de vilas, que, porsua vez, ofereceram o contingente de recrutas para as tropas de soldados e mão de obrapara a “lavoura dobrada”.A fonte: “Mappa Geral dos Habitantes”Para denotar a importância do “Mappa Geral dos Habitantes” enquanto fonte documental na perspectiva indicada por Henry (1976, p. 72), ou seja, de balizar todo dadonumérico sob um severo exame crítico, particularmente para os períodos mais remotos,com a finalidade de utilizá-lo da melhor forma possível, foram selecionados quatro anosda vila de São Carlos4 para servirem de estudo: 1798, 1806, 1814 e 1822.A escolha destes anos deve-se ao contexto histórico no qual ocorreu a fundação dafutura cidade de Campinas, localizada no chamado oeste paulista, a cerca de 100 km dacapital, conforme relatado no livro Tombo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição deCampinas:São esses os documentos relativos a creação da freguesia de N. S. da Conceição dasCampinas, paragem do bairro do Matto Grosso (ou sertão) da villa de Jundiahy.O logar devia ter começado a povoar-se de 1739 em diante, segundo as melhores versões,pois Barreto Leme veio para Jundiahy em 1730.

O documento mais antigo a respeito da estrada do Goyas, a cuja teria se levantou nossaterra é uma relação da viagem ou bandeira do 2.º Anhanguéra, Bartholomeu Bueno daSilva, que partiu de S. Paulo a 3 de junho de 1722 em (sic.) das minas que seu pae, oAnhanguera 1º, de igual nome havia descoberto.Sabe-se, por essa relação, que os bandeirantes levaram quatro dias para atravessara mata espessa existente entre as villas de Jundiahy e Mogy-Guassú (não havia aindaMogy-mirim). A espessura da matta era indicio da fertilidade da terra. Dahi, a vinda deBarreto Leme e o chamado do Frei Antonio de Padua a seus parentes.5Por meio deste relato, notamos que, antes da restauração da capitania de São Pauloem 1765, o caminho para as minas de Goiás já era conhecido, cujo trajeto feito por meio damata saía da cidade de São Paulo, indo em direção ao oeste, passando pela vila de Jundiaíe seguindo o caminho que era permeado por inúmeros pousos (BACELLAR, 2016), dos quaisum deles ficava no bairro do Mato Grosso e que posteriormente deu origem a Campinas.Nota-se ainda que no documento foi destacado o nome de Francisco Barreto Leme, comosendo um dos moradores antigos da região, visto ser ele nomeado pelo Morgado de Mateuscomo “diretor” do novo povoamento de Campinas, o qual em 1779 assinou a lista nominativa de habitantes da “Nova Freg.ª de N. Snr.ª da Conceição das Campinas”. O conteúdodessa lista indicou cada domicílio, ou fogo, como era denominado, assim como cada pessoaque pertencia ao mesmo, com a idade e estado conjugal, inclusive com informações sobreos escravos, apresentando, ao final, um resumo com o número total de habitantes, defogos, assim como das pessoas que nasceram e das que morreram naquele ano e o totalde habitantes divididos por faixas de idade de 15, 20 e 30 anos. Vale dizer ainda que, porordem do Ex.º general, estas informações foram solicitadas e enviadas por intermédio docapitão-mor da vila de Jundiaí e, posteriormente, colhidas e remetidas ao fim de cada ano,como foi observado nos documentos.Para atingir a finalidade deste estudo, ou seja, entender as dinâmicas demográficase os movimentos de uma população que viveu em uma região de fronteira na qual foramestabelecidas grandes propriedades açucareiras com o uso do trabalho escravo, o focodas análises recaiu sobre a Campinas do período colonial, isto é, até o ano de 1822,quando então foi proclamada a independência política do Brasil. Cabe notar que, mesmoapós esse marco político, a prática da coleta de dados estatísticos continuou e, no casocampineiro, isto ocorreu até 1836, quando então não tivemos mais notícias desse tipode documentação. Em 6 de fevereiro de 1827, em ofício enviado da vila de São Carlos, osargento-mor Antonio Andrade explicou ao “Exm.º Sr. Visconde de Congonhas do Campo”,que foi o primeiro presidente da Província de São Paulo, a razão de o “quadro Statisticodesta Capitania” não estar pronto: “a cauza da demora foi a omissam do Vigario desta5 Livro Tombo, n. 1, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Campinas, p. 9v (Arquivo da Cúria Metropolitana deCampinas).3 D.I., v. 33, 1901, p. 57-58. “Ordem-circular às Cameras sobre a plantação de mantimentos” expedida por D. Luiz Antoniode Souza em 29 de abril de 1772.4 Durante suas várias fases, o povoamento que veio dar origem à cidade de Campinas teve outros nomes. No período quefoi um bairro rural da vila de Jundiaí era chamado de “Mato Grosso”, depois, quando foi elevado à condição de freguesia(1774-1797), recebeu o nome de “Nossa Senhora da Conceição das Campinas” e, posteriormente, tornou-se a vila de SãoCarlos (1797-1842). Durante todo esse processo de formação espacial da vila de Campinas, notamos que não houve nenhumdesmembramento de seu território, sendo o primeiro ocorrido apenas em 1924, quando Americana veio a se constituirmunicípio (FERNANDES, 2016, p. 32). Assim, a escolha dos quatro anos que serviram de estudo foi devido ao espaço detempo entre cada um dos Mapas, de oito anos, e por representarem o período colonial da vila. [p. 569, 570]





OII!

Registros mencionados

3 de junho de 1722, quarta-feiraID: 23615
Documento mais antigo a respeito da estrada do Goyas
Atualizado em 11/09/2025 02:57:41
•  Fontes (1)
  
  
  


  


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