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   3 de janeiro de 2023, terça-feira
Escrevendo o Brasi | Capistrano de Abreu por Rebeca Gontijo. Canal da Associação Nacional de História - Anpuh Brasil
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


Muito obrigado Profa. Rebeca por essa excelente introdução, na qual a gente pode, de fato, ter uma noção sobre a concepção de História do Capistrano, em especial em relação a diferença que ele possuía em relação a geração anterior de historiadores, em especial em relação ao VarnhagenLevando em consideração que Capistrano é o grande nome da historiografia do Brasil, principalmente nesse ano de celebração do bicentenário da independência do Brasil (...) eu queria te perguntar, considerando que o Capistrano é bastante conhecido por ser um historiador interessado no período colonialeu queria saber se tem também na obra desse historiador alguma espécie de reflexão sobre o século 19 e talvez, mais especificamente sobre o evento da independência do Brasil. Capistrano se interessa por este tema?

No livro Capítulos da História Colonial, que eu entendo que é uma História do processo colonizador, tenta apontar o sentido dessa História, a narrativa se encerra em 1800. Ele não contempla o momento da independência nesse livro. Contudo, o Capistrano publicou um texto sobre o século 19, incluindo resenhas de obras sobre esse período, inclusive obras que tratam da independência do Brasil.Por exemplo, durante as comemorações do 7 de setembro de 1881, ele publicou um artigo que ele chama atenção para a firmação dessa data na consciência nacional. Naquele momento, segundo ele, o 7 de setembro, até 1881, não era lembrado como uma data importante, ele era lembrado como um mero ato dinástico.

Mas a partir daquele momento ele despontava como um marco na nossa História. Ao contrário do Varnhagen que atribui papel decisivo a personagens históricos, sobretudo aqueles da Casa de Bragança, Varnhagen atribui um grande papel decisivo à D. Pedro na independência do Brasil.Já o Capistrano levou em conta um movimento de longa duração, segundo ele, um movimento que é germinado nas bandeiras paulistas, nos arraiais de Pernambuco e na Inconfidência Mineira. Então ele, quando pensa a independência ele procura, ele a trata como algo inevitável, que antecede 1822.

Embora ele concordasse com a comemoração do 7 de setembro, ele também argumenta nesse texto que isso deveria ser feito a luz de outro evento, 15 de novembro de 1825, quando D. João VI, outorgou a Carta de Lei, ratificando o Tratado de Aliança e Paz, que reconhecia a autonomia do Brasil em relação a Portugal (...)

E no ano seguinte, em 1882, Capistrano publicou um texto em que ele apresenta uma periodização da História do Brasil, e ele procurava identificar as caracteristicas que distinguem os diversos períodos da nossa História, algo que, segundo ele, Varnhagen não conseguiu realizar.

E, resumidamente o período de 1750 a 1808, representava a consolidação do sistema colonial, e já o período seguinte, de 1808 a 1850, período que inclui a data de 7 de setembro de 1822, esse período teria sido da decomposição desse sistema, cujo golpe inicial teria sido a abertura dos portos por D. João VI, continuando por Pedro I ao proclamar a independência e concluído pelas regências e por Pedro II ao derrotar as tentativas separatistas. Ele acha que que esse outro evento é tão importante quanto (...)

Então todos esses eventos que marcaram o início do século 19, Capistrano entende que são eventos que marcam a decomposição, que é o termo que ele usa, do sistema colonial. É notável o esforço que ele faz de sintetizar esse longo processo, e o destaque que ele dá aos conflitos, as lutas, as rivalidades seculares. Ele considera não apenas as ações individuais e eventos isolados, mas a longa duração do movimento.

E ele comentou também desde o início da colonização. A diferenciação entre colonia e metrópole era um fato inevitável, marcado por uma série de lutas, cada uma delas dando sentido a um período histórico.

Então, é importante lembrar, que para o Capistrano a independência está inserida nesse período de decomposição do sistema colonial e sua inevitabilidade não está vinculada a uma espécie de continuidade do sistema colonizador português, como aparece no Varnhagen. No Varnhagen a colonização seria um movimento guiado por Portugal, no sentido da criação e amadurecimento do Brasil, evidenciando a continuidade, desde a colonização, até a emancipação proclamada pelo herdeiro do trono.

Em Capistrano não. Em Capistrano a independência fazia parte de um contexto de decomposição, relacionando eventos ocorridos dentro e fora do Brasil, eventos ocorridos na Europa, da Revolução Francesa, a Revolução das Cortes de Lisboa, passando pelas invasões napoleônicas Tudo produziu um efeito, resultou na vinda da Corte para o Brasil e na abertura dos portos em 1808, que é uma data que Capistrano considerava uma das mais importantes para a História do Brasil. Segundo ele, tais eventos teriam arrastado personagens como Pedro I em direção a causa separatista, nascida no século anterior


15 de novembro de 1825, terça-feiraID: 12492
Carta de lei de dom João VI anunciando a transmissão de direitos
Atualizado em 25/02/2025 04:42:30
•  Fontes (2)
  

1907ID: 27222
Capítulo da História Colonial, 1907. Capistrano de Abreu (1853-1923)
Atualizado em 25/02/2025 04:46:42
•  Fontes (2)
  
  
  

1882ID: 2158
Artigo de Capistrano de Abreu
Atualizado em 25/02/2025 04:41:19
  

7 de setembro de 1881, quarta-feiraID: 2152
Artigo de Capistrano de Abreu
Atualizado em 25/02/2025 04:41:19
  


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  Rafael Greca de Macedo
n.1956

O homem é o que conhece e ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.


Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Data: 06/06/2016
Fonte: Peabiru: este é o caminho



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