O cachorro mais antigo do Brasil comia peixe e tinha cara de mau, veja.abril.com.br
11 de outubro de 2016, terça-feira Atualizado em 30/04/2025 19:35:55
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Com porte médio, pelagem escura e aspecto semelhante ao de um doberman, o cão mais antigo do Brasil vivia em acampamentos humanos no Rio Grande do Sul, há cerca de 1500 anos. Com base em dois dentes molares e fragmentos do maxilar de um cachorro encontrado às margens da Lagoa dos Patos, cientistas reconstruíram a história da domesticação dos cães no país e descobriram que, cerca de 1000 anos antes da chegada dos europeus, já vivíamos com cães de estimação. É a primeira vez que os pesquisadores encontram vestígios de um cachorro tão antigo no país.
Para chegar a essa conclusão, uma equipe composta pela bioarqueóloga brasileira Priscilla Ulguim, pesquisadora da Universidade de Teesside, na Inglaterra, e por cientistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto Nacional de Antropologia e Pensamento Latinoamericano, na Argentina, analisou os vestígios do cão e comparou-os a seus parentes selvagens e nativos da América do Sul, para verificar se se tratava de um exemplar de Canis lupus familiares, nome científico do cão doméstico que conhecemos hoje.
Em seguida, os pesquisadores fizeram datações pelo o método do carbono-14 e descobriram que o animal tinha morrido entre 1700 e 1500 anos atrás, ou seja, pelo menos um milênio antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Isso é uma descoberta importante, pois quase não há registros de cachorros domésticos antes da chegada dos europeus ao Sul da América do Sul.
Análises químicas indicaram também que o animal tinha uma dieta que consistia em recursos aquáticos, como peixes. Ainda são necessários mais estudos para confirmar essa ideia – porém, se comprovada, é possível que o animal se alimentasse dos restos das pescarias humanas feitas na lagoa. O estudo foi publicado na revista científica International Journal of Osteoarchaeology.
Cães domésticos
A domesticação dos cachorros na América parece ser mais complexa que na Europa, onde estudos demonstram que os primeiros cães passaram a viver com humanos há, no mínimo, 18.800 anos.Os animais, que evoluíram a partir dos lobos, ajudavam na caça, em atividades como guardar e proteger rebanhos, além de fazer companhia aos homens. Nas Américas do Norte e Central foram encontrados fósseis de cães domésticos de 10.000 anos e, na América do Sul, os registros têm cerca de 7.500 anos, achados principalmente nas regiões andinas. Contudo, na região mais ao Sul, que inclui o Brasil, a maior parte dos registros indica a presença dos cachorros após a chegada europeia, o que torna a idade do cão analisado pelos pesquisadores um indício de que a domesticação dos animais pode ter acontecido nas Américas de maneira independente – e também por razões diferentes. Segundo os cientistas, o próximo passo do estudo será a realização de uma análise genética para descobrir a que raça pertencia a espécie.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!