Entendemos contudo forçada a aproximação entre os dois itinerários, o de 1601 e o de 1673. Na sua ânsia pela fixação toponímica chega Orville Derby (1851-1915) a não achar “de todo despropositada a hipótese de que a aldeia de Ibituruna haja sido a que os emissários de Martim Afonso em 1531 tenham visitado”.
Quando da abertura da estrada de ligação entre Araranguá e Curitiba, pelo interior (1728), o Sargento-Mor Souza Faria, encarregado dessa empresa, ao alcançar a altura da Ilha de Santa Catarina, encaminhou-se para o norte à procura do morro Tayó; mas debalde. Passava esse cêrro – escreve o mestre Taunay – por abundantíssimo em prata. Em sua informação, disse Faria:
"Bons desejos tive de os socorrer, mas a fome e a miséria em que nos aviamos todos, nos obrigou, não só deixar o morro, mas ainda a mesma Serra do mar". Explicava êle que de um rio chamado Santa Luzia, seguiu viagem para os campos e passando neles algumas restingas de matos deu em outro campo mais alto e alísio, de onde avistou "um morro, que pelo roteiro que levava dos sertanistas antigos julgou ser o rico e sempre procurado morro do Tayó e ao mesmo pareceu ao seu Piloto".
Da Serra Negra (Ibituruna, Buturuna, Vuturuna), descreve Faria, "corre um ribeirão que vai buscar as cabeceiras do dito morro Tayó, o qual morro é baixo, redondo e agudo com sua campina ao pé e tem este feitio. Tem tambem sua campina da banda do norte e da banda do sul, mato carrasquenho; pelo pé deste morro podem buscar ouro; e quando se queira alongar para as matas do mar, não seja pela parte do sul, seja pela parte do norte, que dali emanam as cabeceiras todas do Tajay-merim, que não poderão deixar de acharem ouro".
II – Em o Mapa castelhano de J. C. Cano y Olmedilla, 1775, já figura o monte Tayó. O governador de Santa Catarina, coronel Gama Freitas, oficiava a 2 de maio de 1776 ao Vice-rei, marquês do Lavradio a respeito da jurisdição de sua Capitania sôbre a [Página 105]
A palavra Sorocaba (conhecida no tupi-guarani e, mais precisamente guarani, pela leitura topográfica das linguagens em migração no corredor inca-guarani chamado Piabiyu (ou ´peabiru´, q.s. ´caminho do peru´), entre os Andes e a Serra do Mar, está muito associada à linha Ibituruna (os ´cerros negros´, de Santa Catarina a Minas Gerais passando por São Paulo) e, no meio do caminho, o Ybiraçoiaba (q.s. ´onde o sol se esconde´), cerro abruptamente erguido entre grandes planícies de terras enfurnadas (ou rasgadas) que os povos nativos chamavam de yby soroc, e das quais o jesuíta Manoel da Nóbrega (que nos certõens y mattos fundou Maniçoba e depois a Sam Paolo dos Campos de Piratininga) soube sediarem veios auríferos e ferríferos, os quais, no mesmo Séc.16, o cristão-novo (das famílias Sardinha, de entre Braga e Barcelos) capitalista, político, militar e montanístico Affonso Sardinha (o Velho), arrematou (minas de Ibituruna, Ybiraçoiaba, Araçariguama e Jaraguá) em leilões da Capitania vicentina para exploração.
Foi numa sala anexa à presidência da Vereança cotiana e lá estavam Luiz Wanderley Torres e Hernâni Donato, ambos do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP), e Aziz Ab´Sáber, da Universidade São Paulo (USP); Ab´Sáber expôs acerca da topografia da yby soroc (sorocaba) e o cerro araçoiaba, enquanto Torres e Donato falaram da Villa Sorocaba enquanto região têxtil (até cerca de 1970) na continuidade da tradição nativa e da logística comercial pelos ramais do Piabiyu guarani.
Ora, quando Vanderlei da Silva insinua a expressão ki tavovu el aretz, q.s. ´na terra que o teu deus te fez herdeiro´, ele inspira-se no anseio geral da gente hebraica no que diz respeito à ´terra prometida´, e a expressão ´tavovú´ também pode ter significado na descoberta do Piabiyu, não o termo de posse, mas a expressão de se ter alcançado a terra tão procurada!