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RASULConcessão a Bras Cubas / Pascoal Fernandes e Domingos Pires já tinham estabelecido, a leste do ribeiro de São Jerônimo, depois chamado de “Montserrate” 25/09/1536 2 fontes 1° fonte: Jornal Correio Paulistano É de supor que estes sócios se estabeleceram em Enguaguaçu, pelo correr do ano de 1533, porque, em 152, não havia ainda habitação alguma nesse lugar, e só depois desta época é que em alguns escritos se fala dos moradores do Enguaguaçu; julgamos também, que de 1533 a 1536 foram eles os únicos habitantes; tanto mais que em 1536, D. Anna Pimentel, como procuradora de seu marido, o primeiro donatário, Martim Afonso de Souza, concedeu a Braz Cubas as terras de Geribatyba, fronteiras a Enguaguaçú, e muito distantes de São Vicente; e Cubas, querendo evitar o incomodo de largas viagens, quando lhe fosse necessário á vila, lembrou-se de formar outra povoação perto de suas terras, e para este fim comprou a um dos sócios (Pascoal ou Domingos, porque não ha bastante certeza a qual deles foi), parte das terras que tinha reservado para seu quinhão, e que ainda estavam virgens, compreendendo nelas o outeirinho, mais tarde denominado de Santa Catarina (...)
Ora em 1536, D. Anna Pimentel concedia a Braz Cubas, os terrenos de Geribatyba, e Cubas no mesmo ano, ou no imediato, comprava os terrenos para a fundação da nova povoação, sem que em documento algum se fale em Botelho: o capitão-mór Oliveira, reparte a ilha de São Vicente, em 1539, e Botelho não aparece contemplado, em nenhuma carta de sesmaria, e só em 1541, é que lhe é concedida a sesmaria, de que teve carta com essa data: ainda mesmo que se alegue que a carta de Botelho foi passada mediante algum prazo entre ela, e a concessão, ainda assim não é argumento, porque Oliveira foi nomeado capitão-mór em 1538, havendo já um ou dois anos que Cubas tinha efetuado a compra dos terrenos, aos únicos habitantes que ali havia.
Também vários escritores antigos falam de um Bartholomeu, ferreiro que veio com Martim Afonso, a quem dizem pertencer o Enguaguaçú; porém também não é exato: Bartholomeu veio com o primeiro donatário, mas viveu sempre em São Vicente, e só em 26 de janeiro de 1555, quando Cubas já era capitão-mór da vila de Santos, é que este lhe deu uma sesmaria de algumas terras de Santos, para a banda do monte, e que está registrado a folhas 9 do livro de registros de 1555, no cartório da provedoria, em São Paulo.
Por este documento se vê que Bartholomeu não podia em 1536 ser dono das terras que lhe foram dadas em 1555, por pertição que fez nessa época.
[Jornal Correio Paulistano, 13.10.1854. Página 3]
2° fonte: “História de Santos”. Francisco Martins dos Santos
PALAVRAS NECESSÁRIAS
existem obras mais officiaes no momento, como todos sabem, do que as Corographias do Brasil do Snr. Mário da Veiga Cabral e a Geographia de J. M. Lacerda, adoptadas como são em todos os collégios do Brasil, em todas as escolas militares e superiores e no Gymnasio Pedro II do Rio de Janeiro. Pois bem, nessas obras, tratando do Estado de S. Paulo, dizem os seus autores, que a cidade de Santos foi fundada por Braz Cubas a 25 de Setembro de 1536!
Quantos milhares de alunos, contados pelos milhares de exemplares já vendidos das referidas óbras (mais de 200.000 ou 300.000) aprenderam assim nas escolas apontadas? E no entanto, a 25 de Setembro de 1536, estava Braz Cubas, pacatamente, na cidade de Lisboa, diante do Tabelião da cidade, do Escrivão, de Da. Anna Pimentel, mulher e procuradora de Martim Affonso, e das testemunhas legais, recebendo em doação as terras de Jurubatuba e Ilha Pequena (actual Barnabé), fronteiras á futura Santos, de onde só voltaria ao Brasil,
para tomar posse delas, quatro anos depois, no ano de 1540, como se lê no respectivo Auto de Posse daquele anno!
"... logo fez ao dito Braz Cubas livre e pura irre-
vogável doação entre vivos valedoira deste dia para
todo o sempre para elle e para todos os seus herdeiros
e successores que depois delle viérem, DE TODA A
TERRA QUE TINHA E POSSUÍA NO BRAZIL UM
HENRIQUE MONTES, QUE MATARÃO NO BRAZIL,
a qual terra está na Povoação de São Vicente do dito
senhor Martini Affonso e a ditta terra poderá ser de
grandura de duas legoas e meia pouco mais ou menos...
e que está onde chamão JARABATYBA, assim que pelo
braço de mar dentro E MAIS LHE FAZ DOAÇÃO DE
HUA ILHA PEQUENA QUE LHE ESTA" JUNTA DA
DITTA TERRA QUE OUTRO SIM ERA DO DITTO
HENRIQUE MONTES... POSTO QUE 0 DITO HEN-
RIQUE MONTES TINHA DO DITTO SENHOR MAR- TIM AFFONSO SEM TER DELLE ESCRIPTURA,
etc..."
Neste importantíssimo documento, tão pouco debatido
pelos nossos historiadores, vemos confirmado o assassi-
nato de Henrique Montes, algum tempo antes daquelle anno
de 1536 e o seu domínio sobre as mesmas terras da ilha,
onde, no depoimento de Alonso de Santa Cruz, OS PORTU-
GUESES CRIAVAM PORCOS alguns annos antes da vinda
de Martim Affonso.
Cayubi e Piqueroby, os dois grandes chéfes guaianazes, não approváram as felonias praticadas contra seu amigo comraum "o bacharel", e não collaboráram na obra inicial da colonisação affonsina.
Cayubi retirou-se temporariamente para o fundo das serras evitando contacto com os portuguezes e hostilisando os primeiros agricultores, como vemos na escriptura de 25 de Setembro, acima transcripta, e Piqueroby acompanhou com uma parte da sua gente, o " bacharel" Mestre Cósme em sua retirada para a região de Iguapé. [Página 67]
PUBLICA FORMA OFFBRECIDA AO INSTITUTO HISTOUICO DE S. PAULO
PELO SÓCIO 3Í. PEREIRA GUIMARÃES
XXIV
Quanto á ilha Barnabé (antiga ilha Pequena, depois ilha de Braz Cubas, depois ainda ilha dos Padres e por fim ilha Barnabé) esta sim, podemos garantir, sempre foi tradicionalmente habitada, povoada e plantada, desde antes de 1532 Pela gente do "bacharel"; de 1532 a 1534 por Henrique Montes, de 1537 a 1540, com intervallos, por João Pires Cubas,
de 1540 em diante por Braz Cubas (como se vê pela es-
criptura de 25 de Setembro de 1536, transcripta ao final
desta óbra), depois pelos padres do Carmo, e assim pelo
tempo a dentro até que Barnabé Vaz de Carvalháes, que no
século passado foi Presidente da Camara de Santos e vereador algumas vezes, nella residiu e teve fazenda, deixando-lhe o nóme. [Página 98]
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