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Estreito de Magalhães
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O mapa da América de Sebastian Münster
01/01/1540
1 fontes

1° fonte: O mapa da América de Sebastian Münster, histormundi.blogspot.com
O primeiro mapa a mostrar o continente americano de forma exclusiva, separado das demais extensões territoriais e datado do ano de 1540. Eis o trabalho do grande mestre da cartografia (ciência voltada para a elaboração de mapas) da primeira metade do século XVI:

Sebastian Münster. Nascido na antiga Alemanha (Sacro Império Romano-Germânico) em 1488 (ou 1489, segundo outras fontes), Münster foi autor da Cosmographia, obra editada em 1544, que continha valiosas informações sobre o mundo conhecido e desconhecido (segundo as concepções da época), publicada em seis línguas.

Além de cartógrafo, Sebastian Münster foi também matemático e linguista, professor de hebraico da Universidade de Heidelberg e depois na Basileia (Suíça), onde chegou em 1529. Portanto, um humanista (intelectual) típico dos tempos do Renascimento Cultural, no início da Era Moderna. No ano de 1528 elaborou um detalhado mapa da Alemanha, feito com contribuições de viajantes e eruditos.

Münster tornou-se o primeiro cartógrafo a fornecer mapas exclusivos para cada um dos quatro continentes conhecidos (como neste mapa que apresentamos) e também o primeiro a imprimir em separado um mapa da Inglaterra.
A maior parte das suas cartas cartográficas foram publicadas em xilogravuras (impressão a partir de uma matriz feita em madeira) por artistas de grande renome, entre eles, Hans Holbein, o Jovem. Por isso, além do valor informativo, os mapas também despertaram o interesse de colecionadores, na condição de verdadeiras obras de arte.

Mas, voltemos ao documento em questão. Antes do mapa da América de Münster, as cartas cartográficas acompanhavam a tese de Colombo, de que a América era parte do continente asiático ou da Índia (daí o nome que Colombo deu aos nativos: índios). Depois que essa concepção foi deixada de lado, a grande ambição dos primeiros exploradores da América era a de alcançar uma passagem para o oceano Pacífico, que levasse ao Extremo Oriente e às especiarias (temperos e produtos orientais de grande valor na Europa).

Mesmo neste mapa de Münster, o Oriente não aparece tão distante, como mostra a localização de "Zipangri" ou Japão, próximo da costa oeste do que hoje são os Estados Unidos. Um detalhe, este foi o primeiro mapa a utilizar o termo "Mare Pacificum" para designar o oceano Pacífico.

Apesar de representar o então chamado Novo Mundo separado, Sebastian Münster parece localizar alguns pontos ou cidadelas orientais no continente americano. É o caso de "Catigara", muito provavelmente situada no Sudeste Asiático (península da Malásia), mas que neste mapa aparece na costa leste da América do Sul. Münster talvez acreditasse que o Oceano Pacífico fosse uma extensão do Índico.

Na parte referente ao Brasil, uma pira ou fogueira com pedaços de corpos humanos ocupa uma boa parte desse território, uma referência à prática do ritual da antropofagia (ingestão da carne humana dos inimigos capturados), por parte de algumas populações nativas (não todas, é claro). O desenho é acompanhado do termo "Canibali".

Na porção sul do continente, está registrado o Estreito de Magalhães e o Reino dos Gigantes. O navegador português Fernão de Magalhães (que deu nome ao estreito) registrou a presença de índios de tamanho incomum na região da atual Patagônia (sul da Argentina).

Na América Central Caribenha, várias ilhas já estavam identificadas, como Cuba, Hispaniola (hoje Haiti e República Dominicana), Jamaica e um erro, "Iucatana", que na verdade é a península de Iucatã (México atual) e não uma ilha como está representada no mapa. Ah, a "Terra florida" no sul da América do Norte, é o atual estado norte-americano da Flórida.

Uma carta cartográfica com o que de melhor se sabia, até aquele momento, a respeito do novíssimo continente americano (novíssimo do ponto de vista do europeu) e que serviu de base para outros mapas posteriores. Foi nesse documento, literalmente, que a América apareceu no mapa.






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