Aqui se perdeu o bispo do Brazil D. Pedro Fernandes Sardinha cora sua náo vinda da Bahia para Lisboa, em a qual vinha Antônio Cardozo de Barros, provedor mór, que fora do Brazil, e dois cônegos e duas mulheres honradas e casadas, muitos homens nobres e outra muita gente, que seriam mais de cem pessoas brancas, afora escravos, a qual escapou toda deste naufrágio, mas não do gentio Caité, que neste tempo senhoreava esta costa da boca deste rio de S. Francisco até o da Parahyba: depois que estes Caités roubaram este bispo e toda esta gente de quanto salvaram , os despiram, e amarraram a bom recado, e pouco a pouco os foram matando e comendo sem escapar mais que dois índios da Bahia com um português que sabia a língua, filho do meirinho da correição. A terra que ha por cima d´esta enseada até perto do rio de S. Francisco é toda alagadiça, cuja água se ajunta toda em uma ribeira, que se d´ela faz, a qual vai entrar no rio de S. Francisco duas léguas da barra para cima; corre-se a costa do rio de S. Francisco até o porto das Pedras nornordeste susudoeste, e toma da quarta de norte sul. [p. 37, 38]
O cargo de provedor da fazenda foi disputado pelos herdeiros de Rodrigo de Argolo, em geral seus genros, pois seu primogênito morreu cedo no Brasil junto ao bispo D. Pedro Fernandes Sardinha. Bernardo Ribeiro chegou a ocupar o cargo por cerca de dois anos, sucedendo seu cunhado Manuel de Sá Soutomaior em 1606, e em 1612 recebeu uma sesmaria no Jequiriçá, com engenho de açúcar. Não se sabe se esta faria parte de uma das possessões de Soares naquele local. O que se pode afirmar é que Gabriel Soares não disputou o cargo de provedor com outros membros da família Argolo e chegou a vereador da Câmara por outros caminhos, possivelmente envolvendo a sua origem, riqueza, prestígio e convívio.