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1554
Dom Sebastião, o Adormecido (1554-1578)
1557
1561
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53
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Morte do rei dom João III
11/06/1557
2 fontes

1° fonte: Os quatro embusteiros que se fizeram rei de Portugal, jornal “A Gazetinha“, página 10



2° fonte: A ESTRADA PARA ALCÁCER QUIBIR. Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Mestrado em História do Império Português (data da consulta)
Com a morte do avô paterno, em 1557, o príncipe é aclamado rei na tenra idade de 3 anos, pelo que o reino fica sob a regência da avó, tida como uma insidiosa partidária de Espanha. Desde logo, estava a regência em disputa entre ela e o cunhado – o cardeal D. Henrique – e não faltam registos da capacidade manipuladora de D. Catarina, da sua habilidade e tacto políticos. Não é certo que ela procurasse a unificação ibérica sob a coroa espanhola como um fim em si mesmo, mas tudo leva a crer que ela (no mínimo) olharia essa possibilidade como a menos nefasta das consequências para qualquer vicissitude. Nos bastidores da regência e da corte, eram discutidos quem seriam os educadores da criança, o modelo de educação, a nomeação do confessor e a proposta de vários nomes (sempre) vindos de Espanha para estas funções dificultam qualquer crença na boa-fé da regente em todo este processo.






Aclamação de D. Sebastião no Paço da Ribeira
16/06/1557
2 fontes

1° fonte: Volta, volta D. Sebastião - EDUARDO BUENO
Aí faleceu João III, em junho de 1557... A História da morte do rei D. João III está toda narrada no meu livro "A Coroa, A Cruz e a Espada", porque teve grandes consequências no Brasil. Ele morreu em 11 de junho de 1557, deixando Portugal sem Rei, pois o guri, D. Sebastião, tinha apenas 3 anos de idade. Assumiu então a regência Catarina da Áustria, que era muito melhor do que João III e que fez um monte de coisas relativas ao Brasil, inclusive mando para cá o 3º Governador Geral do Brasil, Mem de Sá.



2° fonte: A ESTRADA PARA ALCÁCER QUIBIR. Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Mestrado em História do Império Português (data da consulta)






“...dois dias após o acto de aclamação de D. Sebastião...”
18/06/1557
1 fontes

1° fonte: A ESTRADA PARA ALCÁCER QUIBIR. Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Mestrado em História do Império Português (data da consulta)
Sublinhe-se que até o próprio facto de o Secretário ter sentido a necessidade de prestar juramento sobre todas as suas afirmações merece suspeitas. Embora o juramento fosse uma prática usual na época, como vínculo da palavra de um homem, ele era exigido em determinadas circunstâncias e como um formalismo a que o próprio era obrigado; aqui, terá sido o próprio a adoptá-lo para lá de qualquer exigência que lhe tivessem imposto, assim como uma necessidade de adicionar credibilidade a actos e palavras que só faz sentido quando se tem a consciência pesada relativamente ao que se está a fazer.

Sabendo que estamos a falar de um tempo que não excedeu 5 dias (D. João III morre no dia 11 e esta cerimónia tem lugar no dia 16), sabendo que o Secretário não delegaria este tipo de assuntos, sabendo que ele teria muitos outros trabalhos a efectuar no decurso destes dias (como o preparar e participar nas reuniões já descritas, mais o convocar atempadamente dezenas de dignitários para todas estas realizações), é legítimo questionar quando é que o secretário pensou e redigiu um regimento detalhado ao pormenor para uma coroação imprevista: teria tudo isto sido previsto antes? Estaria tudo planeado?

Naturalmente que a festividade pretendida seria pouco propensa ao júbilo normalmente associado a festejos, em vista da proximidade do passamento de D. João III, mas também dificilmente se pode descartar um pensamento como o aqui exposto.

Sendo certo que tal pensamento ocorreria com mais facilidade a quem via em D. Catarina uma partidária de Espanha, não é menos certo que mesmo os seus adeptos teriam dificuldade em desculpar a sua ausência na cerimónia da coroação.

Tem-se, portanto, como garantido, que D. João III morre repentinamente e que D. Catarina, secretariada por Pêro de Alcáçova Carneiro, ascende à regência do reino de Portugal, ainda que sob alguma contestação, aberta ou dissimulada. Neste quadro, D. Sebastião é coroado e aclamado Rei, na tenra idade de 3 anos e meio. Seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, aceita um papel coadjuvante da rainha-regente, mesmo sem saber dos limites legais que à mesma eram impostos (como se viu, não o foram) e portanto, com ainda maior indefinição quanto aos poderes que lhe competiriam.

Fica por provar a autenticidade de um documento invocado e lido, que serviu como base para a aceitação dos papéis atribuídos ou reivindicados para cada um dos actores que compuseram o elenco desta peça, representando papéis principais, de um lado, a própria rainha, o “seu” secretário Pêro de Alcáçova Carneiro, D. Julião de Alva (bispo de Portalegre), o ex-governador da Índia Martim Afonso de Sousa e Jorge da Silva, e, do outro lado, o cardeal D. Henrique, e alguns fidalgos mais próximos como Lourenço de Távora, Álvaro de Castro e João Pereira Dantas. D. Sebastião, ainda que protagonista e centro do acto, mais não foi do que um mero figurante face aos constantes jogos de influência que o rei de Castela orquestrava nos bastidores.

Ficam por provar os interesses que se jogaram (se é que jogaram) e a forma como esses pretendiam projectar-se no futuro.

Premonitório, “… dois dias após o acto de aclamação de D. Sebastião e terminada a quebra dos escudos, manifestação integrante do cerimonial de luto pela morte de D. João III, Simão Gonçalves, corregedor da Corte, clamava em voz alta pelos corredores do paço que o Príncipe de Castela ainda havia de ser rei de Portugal, pois D. Sebastião “comia por mão dos castelhanos”…34






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